"RDT deixa a sensação de que tinha muito mais para dar. Vendemos um jogador fantástico, capaz de coisas que mais nenhum dá
Excelente vitória em Guimarães contra um adversário de muita valia, treinado por um dos grandes treinadores portugueses da actualidade. Ivo Vieira não é futuro, é presente. O Vitória de Guimarães fez por merecer outro resultado mas o Benfica teve a sorte e o mérito de vencer um jogo que poderia ter outro história. O jogo esteve sempre equilibrado, a posse de bola foi sempre dividida e golo poderia ter aparecido em qualquer das balizas. Por ser difícil, soube muito melhor esta vitória.
Tenho que reconhecer que o FC Porto teve mais dificuldades do que eu esperava para vencer, com sorte, um Sporting melhor e mais competitivo. Esteve o FC Porto ainda mais perto de perder pontos do que o Benfica, facto que não pensava antes dos jogos.
Os três pontos de Guimarães são deliciosos se esta noite frente ao Aves percebermos que os três pontos valem o mesmo. Esperar facilidades é meio caminho andado para encontrar dificuldades.
Esta semana o Benfica venceu RDT. Enquanto muitos exultam com o negócio, adversários com azia questionam (como sempre) os seus valores. Não acompanho ninguém na felicidade de ver um dos melhores sair do Benfica. Reconheço que não se adaptou, reconheço que a expectativa era mais alta, reconheço que nas oportunidades que teve se esperava mais, mas vendemos um jogador fantástico, capaz de coisas que mais nenhum nos dá. Devo ser o único a pensar assim, mas sem RDT o Benfica tem menos soluções.
Na perspectiva de negocio foi positivo, ganhámos dinheiro, vamos fazer uma mais-valia nos objectivos e outra nos 20 por cento de uma futura venda mas queria era os golos e jogo de RDT. Percebo que contra a vontade de jogador pouco se poderia fazer, mas tenho pena. Este deixa a sensação de que tinha muito mais para dar ao Benfica. A título de exemplo, é graças ao grande golo dele em São Petersburgo que nos mantemos na Liga Europa.
Em Guimarães, assistimos mais uma vez a episódios de violência, lançamento de pirotecnia proibida e arremesso de cadeiras por vândalos e marginais que deviam viver longe do futebol.
Pior do que um ou outro acto selvagem é ideia sublimar de que no futebol isto é permitido, aceite ou tolerada. Não somos todos iguais e essa gente não pertence aqui, ao futebol em que acredito e quero viver. Podem ser muito poucos e não representarem a esmagadora maioria, mas parecem muitos e fazem muito mal. Não me interessam as cores, quando vestem de vermelho ainda tenho mais revolta e vergonha."
Sílvio Cervan, in A Bola
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