Estruturas
1. Estruturas similares em termos ofensivos e defensivos. Ofensivamente ambas apresentaram um 1-4-4-2 com uma pequena variante por parte do Benfica uma vez que Chiquinho fazia papel híbrido podendo baixar entre linhas (1-4-3-3) ou juntar-se na linha de Vinícius (1-4-4-2). Similar também a dinâmica dos alas, ao poderem ocupar posições interiores para libertar a subida dos laterais. No que respeita ao momento sem bola, a utilização de um 1-4-4-2 defensivo foi evidente nos eternos rivais!
Jogo de ideias
2. Ambas as equipas, de forma a eliminar a primeira linha de pressão, procuram uma relação de superioridade numérica com o baixar de um dos médios para perto dos centrais. No caso do FC Porto não tem denunciada, mas a presença de Uribe/Oliveira em 2+2 era evidente. No Benfica Weigl era o que baixava... mas o restante bloco ficava muito afastado, não permitindo que a equipa caminhasse junta... e tivesse exposta na perda. Este princípio procurava atrair a pressão rival, para com isso e, num primeiro momento, gerar espaço interior, não enjeitando soluções por fora. Um jogo de forças, onde o movimento de um provoca o deslocamento do outro. Dinâmica da estrutura! Esta dinâmica assume um carácter de elevada importância nesta fase, porque permite ocupar da bola e projectar a seguinte fase. Foi comum também nas duas equipas, a intenção de colocar um dos médios interiores mais próximo da área rival (Oliveira no caso do FC Porto e Chiquinho no Benfica).
Como finalizar
3. Foi pelo corredor lateral direito que as duas equipas procuraram impor maior dinâmica ofensiva e colocar maior charme à sua forma de jogar; já do lado esquerdo procuraram maior verticalidade e agressividade no seu jogo (capacidade de acelerar). No caso do Benfica, destacamos as constantes trocas posicionais geradas pelo triângulo Pizzi (por vezes Rafa)-Chiquinho-Almeida. Mobilidade entre Pizzi e Chiquinho e chegadas por dentro ou por fora de Almeida em relação antagónica com Pizzi. No caso do Porto, destacamos o triângulo formado por Marega-Otávio-Corona que permitia os movimentos interiores de Otávio, diagonais de Marega (mais uma vez letal no segundo golo) e chegada de Corona fundamentalmente por fora.
Espaços
4. Primeiros 8 minutos totalmente dominados pelo Porto, fruto de uma forte pressão na fase de construção do rival, condicionando o obrigando a alteração do padrão de saída do Benfica (fruto dessa atitude, o FC porto ganhou vantagem no marcador). Com o decorrer do jogo, essa pressão foi diminuindo e com isso o Benfica conseguiu impor o seu jogo. Como bloco, ambas as equipas privilegiaram a protecção do espaço central, obrigando o adversário a jogar por fora. O Benfica esteve sempre mais exposto... também por força da estratégia do FC Porto, que assim encarou mais vezes a linha defensiva contrária, vendo ensejos de rematar.
Transições
5. Após recuperar a bola, existiu a intenção de ambas as equipas na procura imediata da profundidade com algumas diferenças de forma. No caso do Porto, Marega e Soares como primeira referência (2), no caso do Benfica Vinícius e em 2.º vaga Chiquinho (1-1). Num segundo momento procuravam fazer chegar a bola aos corredores laterais alterando apenas a lateralidade da acção. No caso do Benfica procurava fazer chegar a bola a Pizzi (lado direito), já no caso do Porto, Diáz era o objectivo final (lado esquerdo)."
Pedro Caixinha, in A Bola
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