RUI GOMES DA SILVA ENVIA CARTA A DUQUE VIEIRA A APELAR À «CONFIDENCIALIDADE» NO VOTO.
Rui Gomes da Silva, candidato às eleições presidenciais no próximo mês de outubro, anunciou o envio de uma carta ao presidente da assembleia-geral do Benfica, Virgílio Duque Vieira, na qual pede «total confidencialidade» no ato eleitoral.
O antigo vice-presidente dos encarnados divulgou a carta na íntegra através das redes sociais.
Leia a mensagem completa:
«Ex.mo Senhor
Dr. Virgílio Duque Vieira
M. I. Presidente da Mesa da Assembleia Geral
do Sport Lisboa e Benfica
27 de Agosto de 2020
Assunto: Adoção de medidas que permitam a total confidencialidade e que impeçam a possibilidade de voto múltiplo, no próximo ato eleitoral do Sport Lisboa e Benfica, com o recurso ao voto eletrónico, bem como a introdução de medidas que possam garantir o controlo e a recontagem de votos, se tal se vier a demonstrar como necessário.
Ex.mo Senhor Presidente
O Sport Lisboa e Benfica orgulha-se de, por toda uma longa história de tradição democrática, ter sempre garantido aos seus Sócios a possibilidade de elegerem os candidatos que entendem melhor representar os interesses do clube.
E se o sistema de votação eletrónica – introduzido há poucos anos – veio permitir uma plataforma de fácil acesso, comportando um maior conforto no exercício do direito de voto e uma maior celeridade no apuramento dos resultados, trouxe consigo, de igual forma, diversas fragilidades.
Como é de conhecimento generalizado, o próprio sistema informático do Clube e da sua SAD tem demonstrado, nos últimos tempos, muitas vulnerabilidades, com comprovadas e sucessivas intrusões por estranhos, pelo que isso ainda mais aconselha a que seja imprescindível criar uma resistência a qualquer tipo de fraude eleitoral, que desvirtue a vontade expressa dos Sócios do Sport Lisboa e Benfica.
De uma hipotética violação da segurança exigível neste tipo de processos, (e demais divulgação de informação confidencial, ainda que existam requisitos de anonimato e de privacidade) até mesmo à manipulação de votos, é necessário impedir que tudo isso se verifique.
Neste mesmo sentido, persiste outra grande desvantagem, uma vez que não existe forma concreta de se saber se é realmente o sócio a votar, nem se o voto expresso na urna é, devida e fielmente, registado pelo sistema, não sucedendo o habitual "double check" como nas votações presenciais.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) referiu recentemente, que, desde 2006, ano de eleições para os órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica, não procede a qualquer intervenção ou verificação no sistema informático que sustenta o processo de votação eletrónica no clube.
Diga-se, em abono da verdade, que as instituições que tinham adotado esse sistema de voto, têm vindo a abandoná-lo, quer por força das dúvidas suscitas pela opinião pública, quer pelos incidentes que, de uma forma ou de outra, dão razão à expressão dessas mesmas dúvidas, como aconteceu, recentemente, na ONU, onde o próprio presidente da Assembleia Geral afastou, este ano, a possibilidade de se recorrer ao voto eletrónico nas eleições do Conselho de Segurança (de modo a obstar às especulações, assim como à contestação dos resultados apurados).
Importa, por isso – Senhor Presidente – que todas estas dúvidas sejam afastadas do próximo ato eleitoral do Sport Lisboa e Benfica, de forma a que, mantendo o recurso ao voto eletrónico, se possa garantir a adoção de medidas que permitam:
a) a total confidencialidade do voto de cada sócio;
b) a inexistência de voto múltiplo;
c) a garantia do controlo e da recontagem de votos, se tal se vier a demonstrar como necessário, ou seja, requerido por alguma das candidaturas.
Para que isso aconteça, é necessário que seja assegurado a todas as candidaturas o acesso prévio a informações relativas a:
1) Arquitetura utilizada no desenvolvimento e implementação do sistema informático;
2) Tecnologias utilizadas no seu desenvolvimento;
3) Protocolos de comunicação de rede;
4) Manuais de utilizador e de administrador da aplicação utilizada.
Para além disso, desejamos ser informados, por parte de V. Exa., se será possível:
1) Cifrar e assinar as bases de dados que suportam o processo eleitoral;
2) Cifrar o sistema operativo ("file system").
Todas estas informações, bem como o total controlo do processo eleitoral, incluindo o denegar de acesso ao sistema informático a terceiros estranhos às candidaturas – que integrarão, por certo, a Comissão Eleitoral a constituir – serão de capital importância na fiabilidade e na credibilidade do próprio sistema, quer junto da opinião publica, quer junto dos sócios do Sport Lisboa e Benfica.
Não garantir o acesso ao que ora se solicita bem como enveredar por soluções de duvidosa legalidade ou transparência só dificultará o ambiente democrático que se deseja vir a existir nas próximas eleições do clube.
E isso levaria a outros níveis de discussão e de apelos, com outros envolvimentos e demais consequências legais, que não pretendemos fazer valer.
A democracia constrói-se com a participação e o envolvimento de todos.
Por oposição, as ditaduras alimentam-se e perpetuam-se, tantas vezes, de sucessivas e repetidas fraudes eleitorais.
O Sport Lisboa e Benfica não foi e não poderá ser o reflexo de um qualquer sistema viciado, nem poderemos aceitar que os órgãos sociais que forem eleitos, a 30 de outubro próximo, sintam uma permanente dúvida sobre a sua legitimidade, por hipotéticas discrepâncias entre os votos anunciados e os votos verdadeiramente expressos pelos Sócios nas urnas.
Apenas se pretende – repita-se, para que não restem quaisquer dúvidas – que, em conjunto, de forma pacífica, e sem qualquer dúvida, possamos garantir a adoção de medidas que permitam a total confidencialidade do voto e que impeçam a possibilidade de voto múltiplo, com o recurso ao voto eletrónico, bem como a introdução de medidas que possam garantir o controle e a recontagem de votos, se tal se vier a demonstrar como necessário.
V. Exa. (apesar de não ter sido eleito para o cargo), como representante de todos os sócios, como democrata e como homem de valores e respeitador de valores, estou certo que saberá defender a grandeza e os princípios que, desde Cosme Damião, construíram e deram consistência à grandeza do Sport Lisboa e Benfica.
Viva o Benfica!
Com os melhores cumprimentos,
Pel’ O Benfica é nosso
Rui Gomes da Silva»
OBS: A cada dia que passa mais enojado me sinto. O sistema de votos só foi sério quando serviu para chumbar as conta do Benfica? É isso? Ainda os hei-de ver acusar os russos de se intrometerem nas eleições do Benfica.
#aculpaedoputin
ResponderEliminarO “Silva” quer um sistema de votos que não deixe dúvidas sobre os votos serem devidamente atribuídos. Tem medo que o LFV aldrabe as eleições.
ResponderEliminarQue possível razão poderia ter o LFV para manter inalterado um sistema de votos pouco fiável? Quero crer que nenhuma.
Bom bom é ter um presidente sócio do que convém e que chama merda ao clube que mais tarde veio a presidir. Isso é que é mesmo à Benfica!! Tristeza...
ResponderEliminarCumbar as contas do Benfica que não tem nenhuma consequência, nem sequer é necessário apresentar novas contas nem orçamento? Ui que prova de um sistema eletrónico de voto que nem o Putin ainda se lembrou de instalar...Tem cego que nem com milagre vai conseguir ver! Mil milhões em vendas e uma equipa de m##da e mesmo assim não desconfia de nada????
ResponderEliminarAlberto João