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terça-feira, 6 de outubro de 2020

UM AZAR DO KRALJ



 Rúben Dias chegou a Manchester e pareceu que jogava ali há anos; Otamendi chegou a Lisboa e pareceu que não jogava futebol há anos

Na vitória do Benfica sobre o Farense, Vasco Mendonça (Um Azar do Kralj) teve de render-se às evidências sobre a estreia de Otamendi: "Depois de uma primeira parte positiva, milhares de utilizadores do Twitter viram-se obrigados a rever as suas convicções quando o argentino desatou a fazer merda"
Vlachodimos
Defendeu tudo o que havia para defender, em especial na 2ª parte. Melhor só se tivesse retirado o Otamendi do relvado.
André Almeida
A visão de outro ser humano no lugar de André Almeida é um cenário apelativo, uma espécie de fruto proibido que atrai os benfiquistas, pelo menos até estes considerarem as alternativas. Tivemos o Tomás Tavares, um rapaz bem intencionado que não chegou a ser paixoneta de verão. Chegou um Gilberto que terá sido chumbado ao primeiro toque na bola e dizem-nos que o Diogo Gonçalves está na oficina de Jorge Jesus à espera de pneus de relva e de uma nova caixa de velocidades.
Nicolás Otamendi
O Rúben Dias chegou a Manchester, treinou duas vezes, estreou-se no onze titular e pareceu que jogava naquela defesa há anos. O Otamendi chegou a Lisboa, treinou duas vezes, estreou-se no onze titular e pareceu que não jogava futebol há anos. Depois de uma primeira parte positiva, milhares de utilizadores do Twitter viram-se obrigados a rever as suas convicções quando o argentino desatou a fazer merda. Ainda não foi desta que afastou os rumores que o dão como um espião do FCP. Felizmente foi barato.
Jardel
Muito bem a coadjuvar Otamendi como protagonista da nova longa metragem de Jorge Jesus “estão a ver porque é que eu preciso de um central?”
Álex Grimaldo
Mais uma assistência decisiva em vésperas de fecho de mercado. Depois admiram-se que as coisas correm mal.
Gabriel
Ok, mas, e aquele passe de 50 metros para o Grimaldo?
Pizzi
Mais um golinho. Imaginem se tivesse jogado bem.
Everton
Sabes que não foi uma boa noite quando até o Ryan Gauld pareceu mais jogador do que tu.
Rafa Silva
Estou grande fã desta nova especialidade do Rafa em que ele recua de mota para recuperar a posse de bola e imediatamente retoma o caminho da baliza adversária. Há uma autoridade engraçada neste tipo de lance, uma espécie de troça da confiança do adversário. Até aqui, os adversários de Rafa caminhavam aristocraticamente com a bola colada ao pé como se esta estivesse ali para ser. A partir de agora vão parecer vítimas num filme de terror, tomadas pelo medo de cada vez que a bola lhes chega aos pés.
Darwin Núñez
Coitado do miúdo. Aquele sorriso depois de assistir o Seferovic para o 3-1 não engana ninguém. Vale a pena rever. Por um lado, reconhece-se a alegria resultante de ter ajudado o Benfica a vencer mais um jogo. Por outro lado, aqueles olhos não mentem: Darwin continua a viver preso no papel “ponta-de-lança generoso”, um arquétipo trágico para quem pratica esta modalidade na esperança de poder vir a tornar-se ídolo. Especialmente se esse ídolo for o Seferovic.
Luca Waldschmidt
Quando lhe disseram que ia jogar contra uma equipa do Algarve, Waldschmidt recorreu às suas memórias de infância com os pais nudistas na ilha da Armona e imaginou uma série de indivíduos vagarosos de bronze impregnado na pele, plenamente satisfeitos por terem residência fiscal numa das melhores regiões do mundo. Não foi bem assim, mas felizmente desta vez estavam todos vestidos.
Pedrinho
E eu a pensar que este era um daqueles brasileiros ensonados. Nada disso. Correu de forma desenfreada, tomou melhores decisões do que a maioria e ajudou a equipa a manter a bola o mais longe possível de Otamendi.
Weigl
E o bálsamo que foi ter o Weigl em campo? Equilibrado, agressivo q.b., até passes para a frente o homem conseguiu fazer. Para a frente! É uma pena que tenha demonstrado tudo isto logo agora que vai ter de recuar para central.
Seferovic
Que bonito ouvi-lo responder em português às perguntas do João Martins depois de decidir um jogo enguiçado. Nota-se que o Seferovic gosta de estar por cá. Enfim. Nas palavras imortais do Trio Parada Dura: aceita que dói menos.
Ferro
Não sei quem é este, mas entrou bem. Fez o Otamendi parecer o Ferro.
Chiquinho
Entrada oportuna para permitir uma ovação imaginária a Darwin. Que saudades de insultar o árbitro sem os meus filhos por perto.

Um Azar do Kralj

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