"O marroquino tem tanto de genial em determinados lances como de prejudicial em tantos outros.
Adel está muito longe de ser o oito equilibrado que pauta o jogo das grandes equipas de futebol. Com Taarabt joga-se sempre no limite. Um pouco como sempre viveu o marroquino. Ou sai para criar, ou sai para perder a posse. Na Supertaça teve um ou outro lance que deu ao Benfica possibilidades de poder ser perigoso no último terço.
Contudo, muitos mais foram os que a cultura do tudo ou nada, como é habitual e frequente redunda no nada. Ou no pior que nada. Porque pior do que não criar, é forçar os laterais a “vai-vem” constantes pela perda da posse, é perder a bola com a equipa aberta em corredor central e linha média adversária, e portanto com muito mais possibilidades de poder sair um contra ataque.
As nove perdas de Adel em Aveiro resultaram num golo, em mais uma ou outra oportunidade azul e em vários lances de potencial perigoso. Bem pior que o nada no que se refere à criação encarnada.
Há posições no campo onde o equilíbrio deve ser a nota dominante. Onde o não se fazer notar e agir com critério, pouco risco e saber esperar o momento para fazer acelerar o jogo, ao invés de o querer acelerar constantemente, é ouro. O Benfica tem um oito que já provou poder dar essa pausa e inteligência ao jogo, embora também ele frágil defensivamente. Com Taarabt será sempre tudo ou nada na decisão ofensiva. E nenhuma equipa grande no mundo se constrói com quem joga desde o primeiro minuto como se faltassem apenas cinco para terminar."
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