Mais Benfica no Algarve esbarrou na eficácia
As águias tiveram mais remates, mais ataques e maior percentagem de posse de bola, mas o nulo manteve-se até ao apito final.
O Benfica voltou ao Estádio de São Luís, 19 anos depois. Diante do Farense, em jogo da 20.ª jornada da Liga NOS, empate 0-0. O conjunto da Luz tentou de tudo, somou várias oportunidades, mas o golo teimou em não aparecer.
De regresso às lides do Campeonato Nacional após a primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa, diante do Arsenal, o Benfica voltou ao sistema tático do 4x4x2 clássico, com dois defesas-centrais. Aproveitou o treinador Jorge Jesus para fazer várias mexidas no onze face ao jogo com os gunners, alterando peças em todos os setores.
Gilberto e Nuno Tavares foram os laterais no Estádio de São Luís; no meio-campo, Gabriel jogou na posição do castigado Weigl, com Rafa e Everton nas alas; no ataque Seferovic regressou à titularidade e jogou ao lado de Darwin.
Jogo muito vivo e intenso, e quase sem paragens. Minutos iniciais com o metro quadrado do meio-campo a estar caro. Bola muito disputada no miolo e andar mais longe das áreas e das respetivas balizas. Darwin contrariou essa realidade, aos 8'. Combinação entre os dois avançados do Benfica e o uruguaio, do meio da rua, a disparar para a baliza do Farense. A bola saiu forte, mas um nadinha ao lado.
Bola cá, bola lá e, aos 14', houve resposta do Farense. Contra-ataque dos algarvios, com Amine a isolar Pedro Henrique, e este, no frente a frente com Helton Leite, a perder o duelo com o guarda-redes, que teve uma excelente intervenção.
A partir daqui, mais Benfica no relvado do São Luís, com várias oportunidades para inaugurar o marcador. Aos 19', Everton trabalhou bem à entrada da área, ultrapassou o opositor direto e disparou para grande estirada de Rafael Defendi. Volvidos poucos minutos – aos 25' –, Darwin, uma vez mais, perto de ser feliz. Gabriel lançou Nuno Tavares em profundidade no corredor esquerdo, o lateral cruzou e o camisola 9, na pequena área, a atirar a centímetros da baliza dos algarvios.
A bola circundava a baliza do Farense, o Benfica carregava e, aos 35', lance polémico na área algarvia. Rafa caiu, pediu grande penalidade, mas Hugo Miguel nada assinalou, posição reiterada pelo videoárbitro na Cidade do Futebol. Ainda assim, ficou logo a ideia de que houve um toque na perna esquerda do atacante do Benfica, e mais tarde, na sala de imprensa, o treinador Jorge Jesus salientou esse facto (um pontapé de penálti por assinalar).
Aos 40', a bola entrou mesmo na baliza… do Benfica. Livre marcado de forma rápida, Jonathan Lucca descobriu Licá na direita e o 88 rematou de pronto. Lance analisado pelo VAR e fora de jogo de Licá. Golo bem anulado em Faro. Tudo a zeros! Até ao intervalo, duas oportunidades, uma para cada lado. Everton, aos 45', rematou de pé esquerdo ao lado da baliza de Rafael Defendi. Nos descontos, aos 45'+2', Gauld, também de pé canhoto assustou Helton Leite.
Tirada a papel químico da primeira parte, a etapa complementar não baixou o ritmo de jogo, com as duas equipas a tentarem o golo. Mais o Benfica, pois o Farense procurava aproveitar o maior balanceamento ofensivo das águias para, em transições rápidas, tentar surpreender.
O Benfica insistia, carburava pelos três corredores, mas Rafael Defendi mantinha a baliza inviolada. Rafa, aos 61', ficou isolado (passe de Seferovic), tentou picar a bola, mas o guarda-redes brasileiro deu o corpo ao manifesto e impediu o 0-1.
Resposta do Farense através de um remate de Pedro Henrique do meio da rua que Helton Leite agarrou com segurança (68'). Dois minutos depois – aos 70' –, oportunidade clamorosa para os encarnados! Passe de Waldschmidt, simulação de Rafa a deixar o esférico para a finalização de Pizzi; o remate de pé esquerdo do 21 ainda tocou no poste esquerdo. Rafael Defendi estava batido.
Os comandados por Jorge Jesus tentavam de toda a maneira e feitio, mas a bola teimava em não entrar. Aos 73' foi a vez de Seferovic atirar por cima num remate de primeira após cruzamento de Diogo Gonçalves. Em contragolpe, aos 77' Ryan Gauld tentou o golo. Djalma deixou o esférico no capitão e o tiro do escocês obrigou Helton Leite a sacudir pela linha final.
Até ao apito final, o Benfica exerceu elevada pressão sobre o Farense, mas o nulo manteve-se inalterado. As estatísticas dizem muito sobre a exibição (e o resultado): o Benfica rematou mais (8 contra 15), atacou mais (90 contra 135) e teve mais posse de bola (37% contra 63%).
Com este empate, as águias passam a somar 39 pontos na classificação (4.º lugar), e nesta quinta-feira jogam, em Atenas, com o Arsenal, o acesso aos oitavos de final da Liga Europa.
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