"Portugal encontra-se a combater uma nova vaga da pandemia de Covid-19. Para conter a propagação do vírus, os portugueses, na sua maioria, fecharam-se em casa, cumprindo escrupulosamente as restrições decretadas. As escolas fecharam e os alunos têm aulas à distância, suspendeu-se o comércio não essencial e os negócios reinventaram-se e adaptaram-se a esta nova realidade. O futebol não tem sido exceção. Os clubes encontram-se privados de receitas de bilheteira e, não menos importante, do apoio dos seus adeptos. Nesse capítulo, o SL Benfica tem sido o mais prejudicado, consequência da sua indefetível e incomparável massa adepta. Porém, nem todos os clubes e cidadãos portugueses se veem obrigados a cumprir as medidas impostas no âmbito da crise sanitária – e humanitária – que vivemos: o FC Porto, assim como alguns membros da sua claque oficial, os Super Dragões, vive num “regime de exceção”.
Na passada segunda-feira, o FC Porto defrontou o Marítimo no estádio dos Barreiros. Fernando Madureira e outros elementos da claque portista, em claro apoio à sua equipa, também viajaram para o Funchal. Tal privilégio, per se, já seria de estranhar, tendo em conta as regras atuais de confinamento obrigatório, contudo, outro dado ainda se reveste de maior escândalo: viajaram no mesmo avião que a equipa de arbitragem, chefiada por Vítor Ferreira. Consta, segundo nos foi dado a saber, que o regabofe foi grande, todos em amena cavaqueira. O motivo, bem sabemos, é o mesmo de sempre, condicionar.
Questionamos: quem permitiu que esta situação, absolutamente inconcebível e terceiro-mundista, acontecesse? A Liga Portugal continua a ser cúmplice da vergonha com que se veste o futebol português, cuja verdade é sistematicamente desvirtuada. A comunicação social, tão célere em propagandear minudências sobre o SL Benfica, também é omissa e conivente com as práticas caducas e criminosas de um passado de má memória, mas que continua bem presente, perpetradas pelos mesmos de sempre.
«Todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais do que outros», assim decretaram os porcos de George Orwell."
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