Depois de meter a quinta é só acelerar
Depois de quatro jogos sem vencer, o Benfica regressou finalmente às vitórias, à quinta tentativa, com um golo de Seferovic e outro de Pizzi, frente ao Rio Ave.
Uma derrota com o Arsenal, um empate com o Farense, um empate com o Arsenal e um empate com o Moreirense. A mais recente sequência de jogos do Benfica não era propriamente feliz e tanto treinador como presidente já tinham justificado a crise com as consequências do surto de covid-19 que afetou a equipa, mas mesmo com a doença debelada, ainda não se tinha visto um regresso às vitórias.
Aconteceu esta noite, à quinta tentativa, e poderão ser estes três pontos a acelerar o Benfica para outro patamar, uma vez que a exibição ainda não deixará os benfiquistas descansados, dada a 1.ª parte tremida perante o Rio Ave, que acabou mesmo por ter as melhores oportunidades de golo nos primeiros 45 minutos.
De volta ao 4-4-2 habitual, depois dos três centrais que jogaram na Liga Europa, o Benfica entrou melhor frente à equipa de Miguel Cardoso, mesmo com algumas mexidas forçadas no onze: Otamendi estava castigado e Darwin e Vertonghen lesionados, pelo que Jardel, Lucas e Waldschmidt avançaram para a titularidade.
O primeiro sinal de perigo na Luz foi dado por Everton, com um remate em arco tão bem colocado que acabou a embater na trave - o extremo brasileiro foi dos melhores em campo, a par de Weigl. Nos primeiros minutos, houve mais Benfica, mas o ímpeto foi temporário: aos 20', Mané surgiu a rematar para grande defesa de Helton Leite, já depois de um outro remate de Camacho ir direitinho para as mãos do guarda-redes benfiquista.
O adormecimento do Benfica foi inversamente proporcional ao acordar do Rio Ave: na sequência de um canto, Gelson Dala recebeu a bola na área e rematou ao poste da baliza de Helton; de seguida, foi a vez de Francisco Geraldes, o grande motor do meio-campo do Rio Ave, rematar para defesa do guardião do Benfica; e, por fim, um desentendimento entre Lucas Veríssimo e Helton ia dando em golo de Camacho.
A boa entrada do Benfica desvanecia-se com o tempo e, ao intervalo, era mesmo o Rio Ave a somar mais oportunidades de golo do que a equipa da casa, com a equipa de Miguel Cardoso a defender de forma confortável.
Mas, na 2.ª parte, o Benfica surgiu melhor e conseguiu finalmente furar a boa organização defensiva dos visitantes, depois de várias investidas de Waldschmidt e Seferovic na frente de ataque. Aos 59', a passe de Everton, foi mesmo o avançado suíço a surgir na área para finalmente acertar com a baliza de Pawel Kieszek.
Antes do golo, Jorge Jesus ia fazer entrar Gonçalo Ramos; depois do golo, Jorge Jesus fez entrar Chiquinho e Pizzi, para as saídas de Waldschmidt e Taarabt, com Miguel Cardoso a responder imediatamente com as entradas de Anderson e Guga, para os lugares de Geraldes e Camacho.
Com o 1-0, o Benfica pareceu mais confiante no jogo, assumindo o controlo da partida e criando mais oportunidades do que o Rio Ave: depois de um remate perigoso de Seferovic que Kieszek defendeu para a frente, Pizzi falhou a recarga de forma surpreendente.
Mas seria mesmo o médio português a tirar um enorme peso dos ombros benfiquistas, já aos 78'. Depois de uma boa jogada de ataque, Everton - outra vez - amorteceu a bola para Pizzi que, desta vez, não falhou.
A raiva com que Pizzi festejou, e o enorme abraço que seguiu a Rui Costa, pareceu ilustrar o que os benfiquistas já pediam há muito: uma vitória, finalmente, para aliviar a mente, ganhar confiança e deixar a crise para trás.
Para já, com uma 2.ª parte bem mais segura do que a 1.ª, a equipa de Jorge Jesus mantém o 4.º lugar da Liga, com 42 pontos, e já espreita o rival FC Porto, que tem 45. Em 2.º lugar, com 46, segue o Braga, e bem mais à frente, com 55 pontos, segue o Sporting de Rúben Amorim.
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