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quinta-feira, 29 de abril de 2021

SL BENFICA | O EPÍLOGO SEM FINAL FELIZ



 "A temporada desportiva encaminha-se para o seu fim e, no reino da águia, há pouco por jogar e ainda menos por conquistar. Sobejam cinco partidas de Primeira Liga e a final da Taça de Portugal no calendário do SL Benfica.

O cada vez mais difícil de alcançar segundo lugar e a prova rainha são os únicos objetivos passíveis de serem “conquistados” (se o segundo lugar for uma conquista para alguém) pelo mais – e pior – apetrechado SL Benfica da história.
Não obstante, a reta final da época 20/21 ainda pode acrescentar um troféu ao espólio do Museu Cosme Damião e pode – e deve – servir de base e preparação para a temporada vindoura. As duas “conquistas” suprarreferidas seriam vitais para tal, uma vez que possibilitariam a entrada direta na Liga dos Campeões e a presença na Supertaça 2021, o que teria um forte impacto nas movimentações de mercado e permitira começar a época a gladiar por um título.
Contudo, há cinco partidas e quatro pontos que separam os encarnados do primeiro objetivo e um embate frente ao SC Braga de Carvalhal que os separam da segunda ambição. No que respeita à corrida pelo segundo posto da Primeira Liga, o caminho que resta trilhar está longe de estar desimpedido.
O primeiro obstáculo é a visita a Tondela, já esta sexta-feira (30 de abril). Os tondelenses estão em ótima forma e, num claro desafio às expetativas, encontram-se no nono posto da tabela, a meros três pontos do Vitória SC, que ocupa o sexto – lugar de acesso à 2ª pré-eliminatória da Conference League. 
Os homens de Pako Ayestarán defrontam mesmo as “águias” na melhor fase da época beirã – três jogos sem perder (vitórias em Moreira de Cónegos e na receção ao CD Nacional e empate em Vila Nova de Famalicão). Além da força coletiva demonstrada, os beirões contam com a qualidade individual de Mario González. O jovem avançado espanhol, emprestado pelo Villareal FC, é o terceiro melhor marcador da Liga, com 13 golos.
Os obstáculos seguintes são as receções a FC Porto e Sporting CP, entremeadas pela tradicionalmente difícil visita à Choupana. As dificuldades que o clássico e o grande dérbi encerram são já sobejamente conhecidas e são exacerbadas esta temporada pelas posições dos três clubes na tabela classificativa e pelos confrontos diretos entre eles.
O SL Benfica defronta, assim, nas duas últimas partidas em casa em 20/21, dois clubes que o superam na tabela e que ainda não venceu esta temporada. As “águias” foram derrotadas em Alvalade (1-0), empataram no Dragão (1-1) e ainda perderam a Supertaça para os azuis e brancos (2-0). Como tal, bater dragões e leões, ainda que em casa, não será tarefa fácil.
Pelo meio, há uma deslocação transatlântica para defrontar o (para já) lanterna vermelha, CD Nacional. Não obstante a delicada posição dos madeirenses (no momento da escrita), a turma de Manuel Machado conseguiu já a primeira vitória sob orientação do vimaranense (1-0, precisamente na receção aos vimaranenses). Além do mais, as visitas à Choupana nunca foram, nem serão fáceis, independentemente do contexto.
Todavia, importa referir que as visitas a CD Tondela e CD Nacional representam deslocações aos terrenos das defesas mais batidas da Primeira Liga, ex aequo (47 golos concedidos). Teoricamente mais difícil é a visita a Guimarães. O Vitória SC tem realizado uma época de altos e baixos, conhecendo em Bino o seu terceiro timoneiro da temporada.
Ainda assim, a solidez e consolidação do clube têm-lhe permitido manter-se num lugar europeu, ainda que, calculo, não estivesse nas previsões dos vitorianos verem-se abaixo do Paços de Ferreira FC na tabela. Contudo, é de realçar a parca qualidade demonstrada pelos vimaranenses no corrente ano civil, espelhada pelos resultados: em 2021 – e, de novo, no momento da escrita -, o Vitória SC tem 50% de derrotas (nove derrotas em 18 jogos, todos para a Primeira Liga).
Às nove derrotas acrescem quatro empates; ou seja, os de Guimarães apenas venceram cinco das 18 partidas disputadas este ano civil. No entanto, convém que as águias não se agarrem a este tipo de estatística e percebam que os embates no D. Afonso Henriques são, inevitável e invariavelmente, de enorme grau de dificuldade.
Os pupilos de Jorge Jesus encerram a época (pelo clube) com a final da prova rainha, em Coimbra. O adversário, para não fugir à regra, encerra perigos conhecidos e reconhecidos. Os Guerreiros do Minho têm apresentado vislumbres de grande futebol e estão, à entrada para as últimas cinco jornadas da Liga, a cinco pontos das “águias” e com a Liga Europa quase assegurada.
No confronto direto, vantagem para os bracarenses. Os minhotos venceram por 3-2 na Luz, para a Primeira Liga, e venceram 2-1 em Leiria, na meia-final da Taça da Liga. Mais recentemente, foram derrotados por 2-0 em casa, pelos comandados de JJ. No somatório, duas vitórias e uma derrota para o SC Braga, com cinco golos marcados e cinco concedidos.
Tudo somado, a reta final da época encarnada contém seis jogos, sendo quatro deles frente a equipas do top 6 da Primeira Liga. Não será fácil, mas o SL Benfica tem obrigação de se impor em cada jogo e levar de vencido cada adversário, minimizando os danos de uma época atroz. O mais difícil é mesmo acreditar que o vai fazer."

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