"Num espaço de apenas três dias, dois jovens do futebol português, ambos de 21 anos, foram crucificados em praça pública. Dois seres humanos naturalmente imaturos que, em contextos totalmente (!) distintos, falharam e prontamente caíram nas garras afiadas do espelho da nossa (cada vez mais) infeliz sociedade: as temidas redes sociais.
Nuno Tavares quer jogar, assim como tantos outros. Errou ao não defender um companheiro de equipe que foi insultado por um colega. Pagou o preço rapidamente, sendo achincalhado sem dó pela esmagadora maioria da torcida do Benfica. Agora, está à espera de uma punição do próprio clube.
Vitinha quer brilhar, assim como tantos outros. Errou ao não finalizar rápido ou passar a bola para Tiago Tomás. Também pagou o preço rapidamente, ao ver a Alemanha marcar logo no começo do segundo tempo na final e, no fim, amargar o vice-campeonato europeu. Agora, é o alvo de críticas absurdas de vários lados.
Os cenários, insisto, não têm nada a ver um com o outro, mas a questão é a essência da consequência: a sede de perseguição. Buscamos demônios a todo instante e ignoramos que somos, principalmente os mais novos, passíveis de tropeços. Não importa a dimensão e a razão. Dentro e fora de campo.
Não tenho a menor dúvida de que Nuno Tavares aprendeu e vai ser (ou tentar ser) mais homem daqui para frente. Também não tenho a menor dúvida de que Vitinha aprendeu e vai ser (ou tentar ser) ser mais jogador daqui para frente. Vivendo a aprendendo, especialmente com os erros."
Sem comentários:
Enviar um comentário