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segunda-feira, 14 de junho de 2021

EURO 2020, VIVA PORTUGAL



 Com base numa espectativa previamente anunciada e amplamente desejada, chega até nós a festa das festas onde o Futebol vai durante cerca de 1 mês condensar várias histórias, reproduzir a arte num poema de bem jogar. Esse despertar de paixões pela presença de quem o pode respirar dentro do estádio ou no destino da distância, curvando-nos perante as belas imagens por uma jogada ensaiada ao pormenor dum passe de excelência, ou proveniente da magia duma bola parada, muito em especial quando propriamente é coroada em golo, então o foco irresistível duma libertação coreográfica, irradia o sinal duma magistral existência.

Mais do que mais um campeonato da europa, as circunstâncias do adiamento que lhe foram aferidas, libertam-nos do apagão com que durante um tempo doloroso fomos rubricando o encontro com a vida. Por isso e também por isso, será um campeonato da europa atipicamente diferente, quer por ser disputado em 11 cidades diferentes, jogadores e staffs submetidos continuadamente ao controlo preventivo “Covid-19” e a espectativa dos resultados, quer contando com a presença duma percentagem aleatória de público, depois dum tempo em que as competições estiveram bloqueadas por um silêncio ensurdecedor.
Qualquer jogo de uma seleção assume-se como um fenómeno de enorme cumplicidade, alicerçando de forma verdadeiramente abrangente todo um povo sem limites de tempo e vontades, envolvendo-se por uma labareda de emoções verdadeiramente contagiantes, onde as dinâmicas impostas pela competição se conjugam com a interdependência, indeterminação, variabilidade, imprevisibilidade, aleatoriedade, relação de forças, cooperação e oposição constantes, fazendo de cada lance uma oportunidade de exaltação.
Portugal diz presente mais uma vez. Mas não podemos esquecer que essa presença está inscrita no manancial de responsabilidade acrescida e claramente atestada nos cadernos do sucesso pela conquista do último europeu. Como sabemos, as estratégias para gerir o sucesso tornam-se por vezes muito mais difíceis do que enfrentar as oportunidades para eliminar o fracasso. Contudo, temos vindo a constatar em equipas campeãs, o traço da sua identidade está na humildade para aprender, e na competência para partilhar e daí a corrente do sucesso conseguido por um bom desempenho, perdurar mais no tempo, fazendo dessa circunstância uma das variáveis mais preciosas da vida.
Mas como estamos perante uma constante em apreço, que é o carisma ilustrado pela identidade coletiva dos nossos jogadores, bem ilustrada pelos valores da coragem, lealdade, humildade e coesão, que estão inscritos no habitáculo dos seus êxitos conseguidos, fazendo do sucesso o princípio de toda a causalidade, eu creio que estamos preparados para honrar com brilhantismo o sentimento deste nosso “nobre povo valente e imortal”.
Associado a tudo isto, também temos verificado ao longo do tempo que na magistratura de influência do nosso líder selecionador nacional Eng.º Fernando Santos, habita uma sólida estabilidade emocional, que permite de forma categoricamente consciente, estimular e encorajar, e porque acredita, através dessa constante e generosa convicção para o êxito, tem sido capaz de fazer reunir em cada gota de suor dos nossos campeões, paixão, rebeldia, consciência, amor e razão.
MUITAS VENTURAS
VIVA PORTUGAL
Obs.1 - Aproveito para neste artigo saudar de forma absolutamente justa a nossa seleção sub 21 e todo o seu desempenho no recente campeonato da europa. Eu sei que atingimos uma bitola em que atingir o lugar de vice-campeão pode parecer pouco para quem tanto vale. Contudo a raça, paixão, motivação e galhardia interpretada pelos nossos jogadores superiormente liderados pelo selecionador Rui Jorge, cujo perfil de liderança assenta nos valores da honestidade, na firmeza de convicções, integridade e respeito, nos dá a certeza de que se no passado existem as recordações, no presente as convicções, no futuro encontraremos uma jovial e generosa esperança. PARABÉNS.
Obs.2 - Uma nota final de homenagem de despedida a “NENO” que pertencia ao gabinete de relações públicas, promoção e marketing do Vitória S.C. Tive a honra de o ter como aluno dos cursos de treinador e profissional leal e dedicado quando também tive a alegria e honra de servir o clube. Creio que não havia ninguém que ousasse tecer qualquer comentário menos abonatório pela sua conduta. Fazia da alegria e graça de bem existir uma civilidade de trato exemplar envolta num humanismo contagiante. Ainda este domingo de manhã constatei o longo cordão humano que lentamente e entre silêncios quebrados pela saudade, se preparava para a despedida. Não tenho dúvidas que pode ter sido desfraldada uma das bandeiras do VITÓRIA S. C. mas creio que se ergueu uma estrela maior que haverá de iluminar o caminheiro para a conquista de novos desafios do futuro. SAUDADE.
José Neto, in a Bola

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