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quinta-feira, 19 de agosto de 2021

CURTAS BENFICA VS PSV

 


"O futebol é por definição um jogo imprevisível mas de vez em quando há encaixes tácticos que parecem mesmo “feitinhos para dar” como na canção.
Para quem já tinha visto o PSV que defende numa espécie de 442 quando o seu bloco está médio era observável o espaço entre os médios centro e alas. Com a apetência dos centrais e Weigl para a realização de passes verticais a probabilidade dos médios ofensivos receberem entre linhas com espaço anormal para rodar e conduzir a este nível era grande. O Benfica nos primeiros minutos somou ligações deste tipo e com a ajuda de Yaremchuck chegou ao golo de forma “natural”.
A partir daqui o jogo muda de figura. O Benfica baixa declaradamente para bloco médio em 541. Duas linhas muito juntas e alas por dentro com especiais preocupações em fechar espaço interior e não deixar a bola entrar nas suas costas com distâncias reduzidas para os médios.
Tudo isto é consequência da forma como o PSV ataca. Os holandeses colocam os alas muito por dentro e fazem bastante apelo ao passe vertical para a zona entre linhas do adversário, deixando normalmente a largura para somente um jogador (eventualmente 2×1 se colega aparecer de trás).
Ainda que com maior posse de bola o PSV não chegava ao último terço adversário. Situação que mudou sensivelmente a partir dos 30 minutos. As duas linhas compactas do Benfica são óptimas para prevenir o jogo entre linhas mas não permitem uma constante pressão ao portador da bola, aproveitada pelos jogadores de trás para lançar bolas para as costas da defesa encarnada. Avançaram no campo, nomeadamente através de 1×1 à direita no duelo Madueke vs Grimaldo mas, seja no controlo do cruzamento seja a forçar o extremo a utilizar o pé direito (é esquerdino) os encarnados controlaram e acabaram até por chegar ao 2-0 de bola parada.
Na 1ª parte os extremos do PSV saiam na pressão aos centrais na fase inicial da construção, o lateral encarava com o ala e era um dos centrais que saia na marcação ao médio ofensivo. Estratégia de risco mas bem sucedida. Na 2ª parte o Benfica respondeu bem, colocou mais vezes Rafa e Pizzi à largura criando indefinição na marcação, porque os centrais ficavam na dúvida se iam à linha lateral, e a melhor oportunidade no segundo tempo surgiu no inicio desta forma.
Logo a seguir o golo do PSV. Um passe para a “zona de ouro” da primeira parte mas desta vez o lateral Max estava por dentro, encurtou distâncias e lançou o contra-ataque que acabou na baliza de Vlachodimos.
No binómio pressionar a bola-proteger o corredor central, o Benfica nunca se conseguiu definir. O PSV também apareceu com mais variabilidade, posses mais longas, não tão dependentes do passe vertical, Gakpo à esquerda variava entre aparecer fora ou dentro. Quando pressionava a linha média do Benfica era atraída, a defensiva sempre muito conservadora até porque o adversário força muito as rupturas, e passou a existir espaço nas suas costas.
Na 2ª parte valeu ao Benfica Vlachodimos que fez um grande jogo e a habitual competência das equipas de JJ no que à protecção da baliza diz respeito pela linha defensiva. Veremos como o PSV irá tentar alterar esta situação. Hoje foi o que faltou, e um pouco mais de eficácia, para levar um resultado positivo da Luz.
Eliminatória equilibrada como o previsto com o PSV a exibir-se muito bem. O Benfica terá de estar no seu melhor para garantir a Champions na Holanda."

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