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domingo, 12 de setembro de 2021

BENFICA DE DUAS FACES NOS AÇORES

 


"Novo jogo, problemas antigos, Este Benfica tem imensas dificuldades em zona de criação e, não fosse um gesto de Rodrigo Pinho naquilo em que o brasileiro é mais forte, diagonal curta e finalização, e os encarnados tinham tido muitas dificuldades em desbloquear o placar até aí.
Cedo se percebeu que era na busca da profundidade que poderia estar o ouro para o Benfica. E tudo começa nas alas. Se a velocidade e potência de Darwin saem favorecidas com a sua deslocação para a ala, ao uruguaio falta tudo o resto. Falta ao avançado qualidade no gesto técnico, capacidade de decisão e até, alguma habilidade motora. Foram incontáveis os ataques, na primeira parte que, chegando aos pés de Darwin e foram vetados ao fracasso.
Do lado oposto, Everton mostrou duas caras no jogo. Como a equipa, o brasileiro encontra dificuldades em enfrentar linhas defensivas densas e que retirem o espaço na profundidade.
A segunda parte pareceu outro jogo, por três fatores essenciais: o primeiro a entrada de Rafa. As capacidades do internacional português em condução e quando com espaço para acelerar são um caso único em Portugal, e quando a primeira linha de pressão começou a deixar de pressionar no timing certo a saída de bola encarnada, esta encontrava Rafa entre linhas a acelerar, beneficiando de um bloco adversário largo no campo e que se desintegrou após o segundo golo.
Weigl é cada vez mais um pêndulo do modelo encarnado. Se o alemão sai beneficiado com a parceria com João Mário, revela-se também, cada vez mais, como o protagonista da liderança da equipa. É ele quem define quando a equipa deve acelerar ou pausar o jogo, Weigl é a liderança serena do Benfica, alavancada numa mudança de modelo com os princípios defensivos cada vez mais consolidados.
E se a solidez defensiva tem sido a chave-mestra deste arranque “limpo” dos encarnados na liga, o Benfica hoje juntou-lhe a eficácia. Cinco golos em cinco remates enquadrados foram a marca de água de um placar desfivelado que esconde uma primeira parte muito fraca do Benfica.

Homem do Jogo
Rafa entrou ao intervalo e virou o jogo de pernas para o ar. Sempre a aparecer nas costas da linha média adversária para fazer o que sabe melhor, acelerar e enquadrar com a baliza adversária numa condução vertiginosa. Um golo num soberbo pontapé foi a cereja no topo do bolo em quarenta e cinco minutos sublimes. Fosse mais eficaz na sua tomada de decisão e já não estaria na nossa liga."

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