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domingo, 17 de outubro de 2021

FC PORTO E A SUPREMA HIPOCRISIA



 Estávamos em junho de 2017 quando o SL Benfica é escandalosamente roubado frente ao Sporting CP, em hóquei em patins, num jogo decisivo que poderia dar o campeonato ao Benfica, em caso de vitória. O Benfica marca um golo limpo a poucos segundos do final e o árbitro decide anular o golo de forma premeditada numa decisão absolutamente inexplicável. Esse golo daria a vitória ao Benfica e muito provavelmente o campeonato, mas o árbitro assim não o quis.

Como manifesto de revolta, o Benfica entendeu que deveria tomar uma posição de força e decidiu não comparecer à “final four” da Taça de Portugal, falhando o jogo frente ao FC Porto, onde se adivinhava novo roubo, como é apanágio nesta modalidade quando o adversário é o clube da cidade invicta.
Rapidamente a Comunicação Social e os peões afetos ao FC Porto se apressaram em criticar de forma implacável a posição do Benfica. Paulo Rodrigues, vice-presidente da Federação de Patinagem de Portugal, apelidou como “falta de respeito” a atitude do Benfica e disse que representava uma “página negra no hóquei em patins português”. Este mandou ainda a indireta de que o Benfica deveria descer de divisão, referindo que "uma equipa que desista na primeira divisão é despromovido à 3ª divisão, uma equipa que falte à Supertaça António Livramento é despromovido à 3ª divisão, no caso da Taça de Portugal essa penalização não existe. É óbvio que esta é uma situação que ninguém espera, ninguém prevê. Vamos ter que prever no futuro.”.
Hélder Nunes, capitão da equipa de hóquei em patins do FC Porto, foi ainda mais longe, e disse que "a falta de comparência propositada não é só uma 'falta'. É a falta de respeito pelo adversário, é a 'falta' de consideração pela organização da prova, é a 'falta' de desportivismo pelos clubes que eliminaram, é a 'falta' de afeto pelos amantes da modalidade, é a 'falta' de dever por todos aqueles que investiram monetariamente para comprar o ingresso para assistir ao jogo e, substancialmente, é a 'falta' de amor pela modalidade... Quem toma esta atitude não deve nem pode estar no desporto. Independentemente dos argumentos, só perdes quando desistes de lutar.”. Ou seja, nas palavras do então capitão da equipa de hóquei em patins do FC Porto, o Benfica deveria ser erradicado para sempre do hóquei em patins.
Agora tudo mudou.
No final do último jogo da final dos 'play-offs' em basquetebol, ganho pelo Sporting por 86-85, na época passada, o FC Porto criticou duramente a arbitragem e admitiu deixar a modalidade. A equipa azul e branca sentiu-se injustiçada e, em comunicado, disse que não disputaria mais nenhum jogo que fosse arbitrado por Fernando Rocha, Paulo Marques (ambos da AB Porto) e Carlos Santos (AB Lisboa).
Como a Federação Portuguesa de Basquetebol se considera idónea e entende que não é o FC Porto quem estipula que árbitros podem ou não arbitrar os seus jogos, decidiu então nomear Paulo Marques para o FC Porto - Ovarense, num encontro que estava agendado para as 17h de ontem. O FC Porto, numa tomada de força, decidiu reforçar as palavras do comunicado lançado na época passada e não compareceu ao jogo, boicotando o mesmo e voltando para casa sem o disputar.
Não bastava roubarem em praticamente todas as modalidades onde estão inseridos e ainda exigem escolher os árbitros que arbitram os seus jogos. Parafraseando as palavras do antigo capitão do FC Porto, “quem toma esta atitude não deve nem pode estar no desporto”. Não poderíamos estar mais de acordo.
Esperemos que a Comunicação Social, tão lesta em criticar o Benfica, esteja atenta às movimentações do FC Porto e aborde o assunto sem rodeios. Este é o verdadeiro ADN do FC Porto, que, como uma vez disse Alex Ferguson, “compra os campeonatos no supermercado”.
A equipa do Polvo das Antas.

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