Páginas

domingo, 17 de outubro de 2021

MEIA HORA DE CASTIGO



 Foi preciso prolongamento, sim. Triunfo é justo? Justíssimo!

O Benfica venceu no terreno do Trofense (1-2) e carimbou o passaporte para a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal. Objetivo cumprido.
Não faltaram oportunidades, mas foi preciso jogar o prolongamento para decidir o vencedor. Everton colocou o Benfica em vantagem, mas o desperdício e a diferença mínima fizeram o Trofense acreditar e empatar o duelo. André Almeida resolveu aos 94' e as águias seguem para a 4.ª eliminatória da prova-rainha.
Várias frentes em disputa, ressaca dos jogos das seleções nacionais, com Jorge Jesus a assumir claramente a rotatividade do plantel. Todos contam e todos estão aptos para entrar em ação.
Desafio da Taça de Portugal, 3.ª eliminatória na Trofa, com o onze escalado pelo técnico dos encarnados a ser sintomático e a apresentar vários rostos menos habituais: Helton Leite, André Almeida, Vertonghen, Morato, Gilberto, Meïte, Taarabt, Gil Dias, Pizzi, Everton e Gonçalo Ramos.
Apito inicial de António Nobre, da AF Leiria, com a chuva a fazer-se sentir no recinto, mas com as bancadas em festa e ninguém a arredar pé.
A primeira grande oportunidade de golo surgiu logo aos 7'. Pizzi a trabalhar bem na esquerda, a cruzar para a área, com Caio a desviar e a tirar o pão da boca a Everton.
Rui Duarte prometera uma equipa combativa, e num jogo de "mata-mata", sem nada a perder, assim foi. Primeiro aos 12', com Vertonghen a limpar o perigo, após uma falha de comunicação entre Meïte e Helton Leite; depois, aos 17', a bola chegou mesmo a estar no fundo das redes das águias, mas o golo foi invalidado por fora de jogo de Elias Achouri.
Jogo muito interessante de seguir, com o minuto 20 a trazer uma dupla oportunidade para os encarnados. Pizzi, após triangulação com Gonçalo Ramos, ofereceu a Everton, mas Rodrigo, com uma grande defesa, disse "não"; na ressaca foi Meïte a disparar de longe para nova intervenção do guardião do Trofense... cheirava a golo e não tardou!
Everton, que momentos antes tinha tirado as medidas à baliza adversária, pegou na régua e no esquadro e desta vez não permitiu a defesa a Rodrigo Moura. Gil Dias serviu e o médio atacante brasileiro disparou em zona central para o 0-1 e para a festa nas bancadas (21').
Depois da substituição forçada nos anfitriões aos 6' (saída de Diedhiou para a entrada de Elias Achouri), à meia hora de jogo nova substituição forçada, desta feita no Benfica, com Gil Dias a ter de abandonar o relvado e a dar lugar a Valentino.
O ritmo e a intensidade mantiveram-se e Everton esteve muito perto de bisar aos 32'. Passe de Taarabt, remate rasteiro e o esférico rasou o poste... Ora, aos 36' foi mesmo o internacional marroquino a estar perto de marcar, mas mais uma vez a redondinha saiu ao lado. Aos 39', Everton descobriu Gonçalo Ramos, o avançado luso tentou picar a bola, mas Rodrigo estava atento. Quem também estava atento era João Paulo, que com um corte in extremis negou o golo ao cabeceamento de Vertonghen após cruzamento do 21 das águias. Em cima dos 45', defesa magistral de Rodrigo, já em queda e com o pé direito, a negar o golo a Taarabat.
Antes, aos 43', Caio Marcelo tocou na bola com o braço esquerdo na área, mas António Nobre mandou seguir jogo e nada assinalou: era grande penalidade favorável aos encarnados.
Depois de uns primeiros 20 minutos em que o Trofense olhou o Benfica nos olhos, após o golo dos encarnados, e com o correr dos minutos, as águias pegaram por completo na partida, tiveram várias oportunidades para dilatar, mas sempre perante um adversário brioso e a usar todas as suas armas. Ao intervalo, 0-1 favorável para a formação comandada por Jorge Jesus, resultado que pecava por escasso face ao produzido.
Recomeço e a toada a manter-se, com o Benfica, como era, aliás expectável, a tomar conta das ocorrências. E esteve muito perto o 0-2... Cruzamento de Pizzi com conta, peso e medida a partir da esquerda, e Gonçalo Ramos quase, quase a conseguir a emenda ao segundo poste.
Aos 50' mais uma substituição forçada. Valentino, que entrara para o lugar de Gil Dias, a ter de sair e a entrar Ferro.
O Benfica controlava, o Trofense espreitava o contragolpe e, aos 58', numa grande jogada individual, Elias Achouri acreditou e rematou forte. O esférico beijou as malhas laterais, mas do lado exterior.
A vencer pela margem mínima (61'), Jorge Jesus mostrou querer mais e levou a cabo três substituições de uma assentada: saídas de Taarabt, Meïte e Gonçalo Ramos, entradas de João Mário, Weigl e Yaremchuk.
E o jogo mexeu, com a bola a circular mais rapidamente e o entrosamento a surgir de forma mais natural, mas sem efeitos práticos.
Everton, mais uma vez, esteve perto de bisar (63'); Pizzi tentou a sorte em duas ocasiões seguidas, mas Rodrigo Moura primeiro encaixou (66') e, depois, a bola, disparada em arco, saiu ao lado (69'); e Yaremchuk rematou aos 71', mas a bola foi cortada... As oportunidades sucediam-se, mas o resultado, perigoso, mantinha-se.
O Benfica não marcou e, mais uma vez lá veio o ditado popular a mostrar que tem a sua razão, sofreu!
Aos 80', empate na Trofa (1-1). Bruno Almeida a construir, Tiago André a cruzar e Pachu subiu mais alto no coração da área, cabeceando sem hipótese para Helton, que viu a bola entrar no ângulo. Tudo em aberto!
Nos derradeiros minutos, naturalmente, as águias intensificaram a pressão em busca de nova vantagem, tiveram oportunidades para isso, mas até ao apito final do tempo regulamentar o resultado não se alterou (1-1).
Seguiu-se então o prolongamento e foram só precisos quatro minutos para o golo (94'). Weigl, com um passe a rasgar, descobriu André Almeida, e o capitão, em terrenos que não costumam ser os seus, encarou Rodrigo com coragem e rematou certeiro para o 1-2.
E houve emoção até ao final, com o Trofense a não deitar a toalha ao chão, perante um Benfica a querer controlar e gerir.
Apito final, triunfo para os encarnados, numa partida que poderiam ter decidido mais cedo e onde, perante tanto desperdício e um Trofense que acreditou sempre, acabaram por ter de resolver no prolongamento. Contas feitas, 1-2, missão cumprida e está carimbada a presença na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal.
O Benfica torna a entrar em campo já na próxima quarta-feira, dia 20 de outubro, com a receção ao Bayern Munique. O jogo da 3.ª jornada do grupo E da Champions League tem o apito inicial marcado para as 20h00 no Estádio da Luz.

1 comentário:

  1. Há jogadores sem qualidade, outros sem vontade e ainda outros já no fim da carreira, tem de se dar oportunidade a jogadores da B com qualidade e vontade como é o caso do Bernardo, Araújo, Umaro, Camará...

    ResponderEliminar