"O que achaste da exibição dos encarnados frente ao AFC Ajax?
Na opinião de Nélson Veríssimo, o SL Benfica realizou ontem o melhor jogo desde que este assumiu o leme da equipa. A opinião é generalizada… foi mesmo o melhor jogo do SL Benfica com Nélson Veríssimo. Porém, tirando períodos da segunda parte, ainda longe daquilo que é necessário para competir na luta por títulos.
Desde o arranque da época que o SL Benfica, seja com Jorge Jesus, seja com Nélson Veríssimo, tem tido dificuldades em encontrar um onze base.
Com Jesus, parecia que a dúvida era nos elementos do ataque, já com Veríssimo parece que a questão se prende com centro do meio campo. Já por aqui passou João Mário e Paulo Bernardo, mas ultimamente tem sido Taarabt a assumir o lugar.
Contra o Ajax, poder-se-ia pensar que o treinador dos encarnados iria jogar de forma mais conservadora e abdicar do marroquino em favor de Paulo Bernardo ou João Mário. Contudo, a aposta foi na continuidade de Adel no meio campo e, se calhar, contra o que seria de esperar, este foi dos melhores jogadores em campo.
Taarabt, com a sua capacidade única de quebrar linhas de pressão em condução, vem trazer uma ligação entre setores que nem sempre existe no jogo encarnado. No jogo com o Ajax, Adel juntou à sua habilidade técnica a novidade de bem defender e a capacidade de ter em Gravenberch uma referência individual que raramente deixou escapar.
Com isto, limitou o camisola oito do Ajax durante grande parte do jogo e várias vezes conseguiu sair de espaços apertados e iniciar transições ofensivas que deixaram a equipa neerlandesa desequilibrada.
Não esteve sozinho. Pode parecer que Weigl esteve fora do jogo, mas não. O alemão esteve mais limitado a bloquear a entrada de bola em Berghuis e a verdade é que o reforço do Ajax não conseguiu fazer um jogo ao seu nível habitual, principalmente na segunda parte.
O SL Benfica desenhou um triangulo ao contrário do que costuma fazer na Primeira Liga, metendo Weigl e Adel lado a lado e Gonçalo Ramos uns metros à frente.
Na liga interna, o SL Benfica por hábito deixa Weigl sozinho com Adel e Ramos à sua frente devido a passar a maior parte do tempo no meio campo ofensivo, mas neste jogo em específico o centro do campo foi desenhado de forma a encaixar de forma perfeita no meio campo da equipa dos Países Baixos.
Weigl encostou em Berghuis, Taarabt em Gravenberch e Ramos em Edson Álvarez. E com isto o SL Benfica conseguiu que o Ajax não tivesse a posse de bola a que está habituado.
Podemos considerar que o Ajax esteve desinspirado, o que em parte pode ser verdade, no entanto, há que atribuir mérito à preparação do jogo por parte de Nélson Veríssimo que percebeu que o adversário efetivamente marca muitos golos e joga um futebol agradável mas que isso se deve a ter sempre muito tempo a bola em seu poder.
O SL Benfica soube roubar parte do ouro ao adversário e com isso as maiores estrelas adversárias não brilharam. Será este um meio campo para manter?"
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