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quarta-feira, 2 de março de 2022

FORÇA DA TÁTICA | ARRASTAR PARA EXPLORAR, SL BENFICA


 



"Conseguirão estas novas dinâmicas arrastar as águias para os bons resultados?

Nos dias que correm, o jogar do SL Benfica não é o mais espetacular nem tão pouco o mais eficaz, por isso, Nélson Veríssimo procura formas de dar a volta à situação e parece que a solução para já passa por processos que facilitem a equipa quando procura chegar à frente – inclusive o “arrastar”.
As equipas de quem se diz ter o melhor futebol da Europa são equipas que jogam com um futebol apoiado, entrelinhas, onde o espaço não abunda, mas a capacidade para definir e a confiança faz com que se arranje soluções que pareciam não existir.
No SL Benfica de hoje, essa confiança não existe e forçar esse tipo de jogo poderia levar a várias perdas de bola que iriam resultar em impaciência da parte dos adeptos e que fariam a equipa ir abaixo animicamente como já se viu em jogos num passado recente, onde parecia jogar sobre brasas.
Longe vão os tempos de Saviola e Aimar ou Jonas e Pizzi, onde jogar em espaços curtos não era problema. Como tal, Veríssimo aposta em dinâmicas que permitam criar espaço para que quem tem a bola defina com qualidade, tempo e espaço. E é aqui surgem as dinâmicas de arrasto.
No último jogo, frente ao Vitória Sport Clube, não foi apenas nos golos que foi possível verificar tais dinâmicas. Ao longo do jogo, o SL Benfica procurou arrastar o adversário para um corredor e no momento de variação de flanco, um jogador (Rafa e por vezes Darwin) arrastava o lateral de modo a que Gilberto conseguisse receber no espaço e sem pressão para que o seu rendimento fosse superior.
De lembrar que Gilberto regressou agora aos jogos depois de ter feito uma partida onde em 14 cruzamentos apenas um encontrou um colega. Desta vez, os cruzamentos do brasileiro foram letais por duas vezes – muito por culpa desta dinâmica de arrastar os adversários. Da mesma forma que o Vitória SC sabia que podia “magoar” o SL Benfica com bolas em profundidade nas costas dos centrais encarnados, que normalmente são batidos na velocidade.
O SL Benfica também conseguiu ler o adversário na preparação do jogo e sabia que Rochinha tem evidentes dificuldades no momento defensivo e que poderia ser por ali a solução para um bom resultado.
O papel de Nélson Veríssimo como treinador é este. Reconhecer as dificuldades do atual plantel e neste contexto específico que atravessa e, ao mesmo tempo, arranjar soluções para que os jogadores possam crescer em qualidade e ganhar níveis de confiança que vão empurrar a equipa para melhores resultados, mais consistentes e exibições mais sólidas.
Num jogo que poderia ter sido complicado para o SL Benfica, acabou por ser resolvido ainda na primeira parte, recorrendo a uma boa preparação de Nélson Veríssimo no pré-jogo e dando condições para potenciar as características de jogadores como Gilberto e Meité, que normalmente são “patinhos feios” do plantel."

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