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sábado, 9 de abril de 2022

A QUEM DEUS NÃO DEU FILHOS, DEU O DIABO SOBRINHOS



 


"A comunicação social, com especial enfoque no Grupo Cofina Media e Grupo IMPRESA, tem promovido uma campanha de indignação pelas perdas do grupo económico de Luís Filipe Vieira, com créditos e ativos associados abrangidos pelo Acordo de Capitalização Contingente (ACC), aludindo ao facto dos contribuintes terem de pagar ao Novo Banco os prejuízos gerados por esses créditos tóxicos.
Os intelectuais da nossa praça, sempre em luta para o bem do nosso país, não se coibiram de condenar e de associar as dívidas de Luís Filipe Vieira ao Sport Lisboa e Benfica, porém, toldados pela clubite aguda, têm conseguido abafar o que se passa no Sporting Clube de Portugal, que através dos valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis (VMOC) e repetidos perdões de dívida provocou perdas que ascendem os 165 milhões de euros.
É extremamente grave que haja quem incumpra reiteradamente e continue a beneficiar de tratamento privilegiado por parte da banca, governo, imprensa e organismos que tutelam o desporto nacional. O contribuinte não tem de pagar pelos atos de gestão dos administradores de um clube que há muito deixou de poder competir com os grandes, mas que continua a viver como se fosse um, bem acima das suas capacidades. Enquanto as SAD de clubes concorrentes têm de recorrer a empréstimos obrigacionistas, nomeadamente o Benfica que cumpre escrupulosamente os seus compromissos com a banca, a SAD do Sporting recorre a perdões de dívida, o que resulta num claro ato de concorrência desleal.
Esta introdução leva-nos a questionar a dualidade de critérios no que aos juízos de valor a determinados empresários concerne. A uns é feito um striptease constante do seu património e das suas dívidas, a outros é feita uma proteção e encobrimento das suas dívidas e capitais. É aqui que surge Álvaro Sobrinho, antigo diretor do Banco Espírito Santo em Lisboa e dono da Holdimo, que detém uma participação de 30% da Sporting SAD.
Álvaro Sobrinho integra uma lista com mais de 100 clientes de nacionalidade portuguesa apanhados nos chamados Suisse Secrets, uma investigação que revela casos de abertura de contas na Suíça para esquemas de lavagem de dinheiro. Este é acionista maioritário da empresa suíça Signet Asset Management, que detém participações na área financeira, nomeadamente 5% do Banco Espírito Santo Angola, e que, através de sociedades por si detidas maioritariamente, possui ainda cerca de 3% da Espírito Santo International, que controla a espírito Santo Financial Group, a qual, por sua vez, controla o Banco Privée Espírito Santo, entre outros. Álvaro Sobrinho é, também, acionista da Akoya Asset Management, empresa suspeita de integrar uma rede de lavagem de dinheiro, cuja investigação foi baptizada de Monte Branco.
Ao todo, o empresário foi beneficiário em 12 contas bancárias, tendo alegadamente algumas delas servido para fuga de impostos e desvio de dinheiro. Este teve três contas partilhadas no Credit Suisse, e uma delas era titulada por uma companhia offshore envolvida no esquema de desvio de dinheiro do Banco Espírito Santo Angola (BESA) que liderou durante uma década até 2012. O banco foi acusado de se apropriar indevidamente 5,7 mil milhões de dólares, atribuindo empréstimos a empresários, empresas e ao próprio Sobrinho, que nunca foram reembolsados.
Os ativos de Álvaro Sobrinho incluem seis apartamentos que possui com a família no Estoril Sol Residence em Cascais. Não obstante, o próprio Sobrinho concedeu a si mesmo empréstimos no valor de 200 milhões de euros.
A sociedade Holdimo, ligada a Álvaro Sobrinho, converteu parte dos seus créditos sobre a SAD do Sporting em ações – no valor de 20 milhões de euros, equivalentes a 30% da sociedade. Foi assim que a Holdino se tornou a maior acionista privada da Sporting SAD. Está terá recebido, inclusive, de uma conta do BES Angola (BESA) no BES, entre julho de 2011 e maio de 2012, transferências no valor total de 13,7 milhões de euros. Nessa altura, o BESA era presidido por Álvaro Sobrinho, banqueiro luso-angolano. A primeira operação, no valor de dois milhões de euros, terá sido efetuada no mês a seguir à SAD leonina ter celebrado uma parceria com a Holdimo, empresa de Sobrinho, após um pedido de apoio solicitado pelos leões devido à crise financeira. Sobre a alçada de Godinho Lopes, Bruno de Carvalho e Frederico Varandas, o empresário angolano tem injetado dinheiro suspeito no clube leonino. O Ministério Público suspeita de que Sobrinho, com o investimento na Sporting SAD, terá legalizado essa verba alegadamente desviada do BESA.
Álvaro Sobrinho é, assim, o responsável pelo ouro negro no Sporting Clube de Portugal.
Não se entende porque razão não se faz o devido rastreio ao património do maior acionista do Sporting, tendo em conta o volumoso montante de capitais que foi desviado do Banco Espírito Santo de Angola durante a presidência de Álvaro Sobrinho.
Não se entende porque razão o Sporting Clube de Portugal continua a obter perdões de dívida e a passar entre os pingos da chuva das investigações do Ministério Público e da Autoridade Tributária.
Não se entende porque razão a Cofina e o Grupo IMPRESA continuam a promover uma campanha de difamação ao Sport Lisboa e Benfica, associando indiretamente as dívidas da Promovalor ao clube encarnado, e paralelamente promovem uma campanha de obscurecimento e proteção ao Sporting Clube de Portugal e ao seu principal acionista.
Ou talvez se entenda.
Álvaro Sobrinho é sócio da Pineview Overseas, uma sociedade com sede no Panamá que detém a maioria do capital da Newshold. A Newshold é detentora do jornal “Sol”, de 15% da Cofina (dona do “Correio da Manhã e do “Jornal de Negócios”) e 1,7% do Grupo IMPRESA.
Entendem agora os ataques ao Sport Lisboa e Benfica e a promiscuidade e proteção destes grupos ao empresário angolano e ao Sporting Clube de Portugal?
Iremos aprofundar e expor toda a teia. Este artigo é apenas a ponta do iceberg.
A quem Deus não deu filhos, deu o diabo sobrinhos.
O Sporting que o diga."

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