"Portugal, um país pequeno na sua extensão territorial mas enorme na sua ambição, tem exportando ao longo destes últimos anos não só imensos jogadores, mas também muitos treinadores e dirigentes, posicionando-se claramente como um dos principais motores do futebol internacional. No entanto, apesar da proliferação do número de portugueses a brilhar além-fronteiras, temos sido incapazes de exportar o campeonato nacional.
Perante o novo formato da Champions League, que entrará em vigor já na temporada 2024/2025, com mais equipas, mais jogos e mais receitas, temos de ser proativos, procurando soluções alternativas que permitam às equipas portuguesas ser mais competitivas a nível internacional. Não nos podemos agarrar a modelos anacrónicos ou desistir de aspirar sempre a mais, aceitando a perspectiva de permanecer na cauda de um futebol europeu cada vez mais disputado a duas velocidades. Quando se é pequeno em dimensão económica no mercado do qual fazemos parte, temos de compensar e ser gigantes na ambição mas também na inovação.
Face à necessidade de reequilibrar a distribuição de jogos entre os campeonatos nacionais e as competições internacionais, porque não analisar um novo modelo onde o campeonato se divide em duas fases - uma primeira com as 18 equipas e uma segunda fase com dois grupos distintos (um para o apuramento do campeão e outro para decidir quem descerá de divisão)?
Este novo modelo permitiria dar lugar a desafios mais competitivos (os três grandes disputariam três jogos entre si ao longo de toda a temporada), acrescentando valor tanto a clubes, como aos jogadores e também aos adeptos, garantindo um aumento nas receitas televisivas graças ao maior número de jogos com interesse. As equipas portuguesas apuradas para as competições europeias teriam assim menos compromissos nacionais, tendo então mais tempo para se concentrarem na Europa, o que as tornaria realmente mais competitivas.
Os responsáveis do futebol nacional não podem aguardar, impávidos e serenos, incapazes de ver para lá das fronteiras do próprio país. Se queremos competir na Europa, não podemos ser complacentes, ignorando as mutações constantes do futebol internacional enquanto aguardamos que os tubarões tomem todas as decisões por nós. Chegou a hora de ousar ver para lá da espuma dos dias e encontrar um novo modelo para o nosso futebol."
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