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segunda-feira, 2 de maio de 2022

CADOMBLÉ DO VATA

 


"Posso estar redondamente enganado, mas julgo que não surpreenderei ninguém se escrever que não sou o maior "fão" do JJ pós lagarto. Admirei-o na primeira meia dúzia de anos de Águia ao Peito, mas a partir do momento em que começou a vestir como uma barraca de praia às riscas, "cor sim, cornão" (abraço Zé do Leste), o velhote começou a denotar comorbidades tecnico-tacticas e irracionalidades oratórias. Contudo, há uma coisa que eu concordo plenamente com ele: os treinadores portugueses são de facto dos melhores do Mundo.
Actualmente, este cantinho à beira mar plantado parece a Itália dos anos 90. Dá -se um pontapé numa pedra e sai de lá de baixo um treinador cheio de manhas estratégicas e truques táticos, com metodologias futurísticas e genialidades motivacionais. Da mesma forma que na bota itálica de final de século qualquer Zacheroni ou Malesani dava cartas, por cá, qualquer Zé Mota ou Álvaro Pacheco da vida deixa enleado numa teia que desconhece, até o mais consagrado estrangeiro que tenha o azar de com ele se cruzar.. Por partilhar esta visão com o amadorense e mesmo não havendo no mercado um único nome de fazer salivar de desejo, é que estava desde Dezembro a acender velinhas escarlates pela chegada de um técnico lusitano ao comando do Maior do Mundo a partir da próxima temporada, o que já é certo e sabido, não vai acontecer. Dito isto, sem paninhos quentes, eu estou errado e Rui Costa está certo... partindo do principio que a contratação do Engenheiro Roger Schmidt é para orientar a equipa de futebol e não para participar no projeto da Cidade Benfica.
Dou a mão à palmatória, o Glorioso precisa de um choque elétrico como o Meité de uma transferência para outro clube. Começar do zero. Necessita mesmo de um líder estrangeiro, que não entenda o que Rui Pedro Braz diz. Sem ideias pré concebidas acerca do plantel e do clube. Uma cabeça limpa. Ideias novas. Mentalidade diferente. Alguém sobre quem os jogadores não tenham vantagem de estatuto a nível nacional. E mesmo com um currículo cheio de espaços em branco (situação que não impediu o sucessivo sucesso de JJ, Rui Vitória ou Bruno Lage), na teoria, Roger Schmidt pode ser o homem certo, no local certo, à hora certa. Porque o que o histórico dele nos diz é que é o mister que aparece para construir bases para novos ciclos.
Iniciando a época 22/23 de Águia Altaneira ao peito, o teutónico alcança o objetivo de ser o Melhor Treinador do Mundo. Quanto tempo usará esses galões, dependerá dele e da matéria gorda que lhe tirarem do caminho, para substituir por matéria prima, problemática que poderá ser facilitada pelo muito que se vai falando dele. Com a opção técnica a recair num indivíduo da escola germânica sobre quem sobram epítetos de futebol intenso, pressionante e vertical, não tardará a que 90% do plantel inunde a caixa de correio da SAD com pedidos de rescisão contratual, evocando a justa causa de "não vim para aqui para correr", o que não só permitirá abrir vagas no lote de assalariados, como também nos poupará a milhões em indemnizacões e à sempre indecente opção de meter gente a treinar à parte, só porque há 1 ou 2 verões atrás, algum dirigente com responsabilidades, gastou demasiado tempo livre a jogar Football Manager de forma irresponsável. Por agora, o resultado do Jogo do Treinador é Rui Costa 1x0 A Mão de Vata, mas estou a contar levar 15x0 limpinhos, até ao final do contrato do Roger. #Rumoao38... outra vez."

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