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domingo, 26 de junho de 2022

O CRIME COMPENSA

 


Francisco J. Marques e Júlio Magalhães, então responsáveis pelo Porto Canal, assim como o comentador Diogo Faria vão mesmo ser julgados por terem divulgado o conteúdo de vários e-mails do Benfica no Porto Canal.

Claro está que nenhum dirigente do FC Porto, a começar pelo seu Presidente, teve conhecimento, foi conivente e coautor da prática dessa série de crimes. Na verdade, nenhum deles vê televisão, nomeadamente o canal do próprio clube, nem esteve presente na Gala Dragões de Ouro, em 2017, quando Francisco J. Marques foi distinguido como funcionário do ano e, no seu discurso de agradecimento, se mostrou orgulhoso pelo trabalho desenvolvido na divulgação de emails do Benfica, em prol de “um futebol português mais saudável”. Provavelmente dirão que estava a brincar e foi só para fazer humor, em substituição da Joana Marques.
Ao longo dos últimos anos temos afirmado, de forma reiterada, e pondo de lado a nossa paixão clubística pelo Benfica, que não vislumbrávamos na divulgação dos e-mails, mesmo truncada, a prática de qualquer ilícito criminal, muito menos o de corrupção desportiva. Também sempre afirmámos que, tendo Francisco J. Marques e Diogo Faria passado a pente fino 10 anos de correspondência eletrónica privada furtada, se tivessem encontrado qualquer prova da prática - ou da mera suspeita da prática - de algum crime teriam, imediatamente, reportado às autoridades para que fossem instaurados os devidos procedimentos criminais. Como nada encontraram, porque nada havia para encontrar, resolveram truncar os e-mails e andar a divulgá-los durante um ano no Porto Canal, montando uma telenovela semanal para fazer crer que o Benfica tinha praticado ilícitos criminais, quando bem sabiam que isso não correspondia à verdade.
O despacho de pronúncia proferido esta semana pelo Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) veio corroborar tudo o temos escrito. Para o juiz Carlos Alexandre, ficou claro na instrução que os arguidos “preferiam que os papéis estivessem invertidos e fossem eles os assistentes”, mas resume o caso em dois pontos:
1) Os arguidos obtiveram informação que acreditavam ter sido obtida através de crimes contra as assistentes;
2) Os arguidos devassaram essa informação ilegalmente obtida, filtraram-na, reportaram-na, reorganizaram-na e montaram uma telenovela semanal sob capa de investigação jornalística, de forma a destruírem a credibilidade do Sport Lisboa e Benfica.
E, para o magistrado, fizeram-no apenas com duas motivações: pela rivalidade clubística e pelas audiências. Porém, no nosso entender, as motivações não eram apenas essas. Andaram a acusar o Benfica da prática do crime de corrupção desportiva com o intuito claro de desestabilizar, interna e externamente, e de pôr em causa o seu bom nome, de afetar os patrocínios do clube e de intimidar e pressionar a arbitragem no sentido de esta prejudicar o Benfica. E conseguiram-no!
Curiosamente, a comunicação social, nomeadamente a de investigação, aderiu à narrativa do FC Porto e não se preocupou em investigá-la e confirmá-la. Como é óbvio, essa comunicação social foi mais um instrumento, um peão, ao serviço do crime organizado. Toda a informação foi trabalhada pela equipa de comunicação do FC Porto onde filtraram, truncaram e deturparam documentos fora do seu contexto, de modo que viessem a dar origem a denúncias via Porto Canal, resultando assim na abertura de processos-crime, como o E-Toupeira. Os avençados nos média fizeram o resto.
Foi montado um esquema criminoso de manipulação de massas, concertado por certos dirigentes e diretores de informação. Existem provas cabais de uma reunião em Lisboa, no hotel Altis, em maio de 2017 entre os diretores de comunicação do FC Porto e do Sporting, juntamente com Manuel Tavares, Diretor Geral da FC Porto Media, onde se concertou uma estratégia para denegrir a marca SL Benfica. Essa estratégia passou por uma vasta equipa multidisciplinar que contou com a colaboração de hackers, jornalistas, comentadores, Polícia Judiciária e Ministério Público. Agora todos tentam limpar as mãos dos crimes que cometeram.
Embora sejam de retórica porque as respostas são óbvias, várias questões se impõem:
Quem furtou os e-mails ao Benfica?
Com que intuito?
Qual é o clube do Rui Pinto?
Quem furtou os e-mails fê-lo a mando de quem?
A quem foram entregues os e-mails furtados?
Como é que os e-mails furtados foram parar ao FC Porto, nas mãos dos seus funcionários Francisco J. Marques e Diogo Faria?
Qual a razão para estes não terem entregado os e-mails às autoridades?
Qual a razão para estes terem truncado os e-mails, alterando o seu sentido, procurando enganar a opinião pública?
Por que razão as instâncias desportivas ficaram em silêncio perante a divulgação ilícita por parte do FC Porto, no seu canal televisivo?
Por que razão o Conselho de Disciplina não atuou?
Por que razão o Conselho de Disciplina continua a não atuar?
De que está à espera o Conselho de Disciplina para atuar?
De que estão à espera os Presidentes da FPF e da Liga de Clubes para se pronunciarem sobre a situação em questão e para atuarem?
Tendo o FC Porto tido acesso a 10 anos de e-mails do Benfica, nomeadamente, com informações confidenciais sobre estratégias de negócio, patrocínios, dados clínicos de jogadores, scouting e muitas outras, para além da questão do crime de furto desses dados, o FC Porto não beneficiou, ilicitamente, de todas essas informações numa clara concorrência desleal?
As instâncias do futebol assobiam para o ar em relação a essa concorrência desleal?
Sucederia o mesmo, por exemplo, numa Premier League ou na Fórmula 1?
Muito mais haveria a dizer, mas é notório que depois da conquista do tetra o FC Porto quis evitar, a todo o custo, que o Benfica conquistasse o penta e, por isso mesmo, não olhou a meios para a persecução desses fins.
Não tendo o FC Porto capacidade para evitar, dentro do campo, a conquista desse penta, jogou por fora para desestabilizar, interna e externamente, o Benfica, lançar a suspeição sobre ele, pôr em causa o seu bom nome, afetar os patrocínios do clube encarnado e intimidar e pressionar a arbitragem no sentido de esta prejudicar o Benfica e beneficiar o FC Porto (e Sporting, que também fez parte da estratégia).
Evidentemente que Francisco J. Marques, Diogo Faria e Júlio Magalhães são apenas 3 peões do FC Porto sem importância e que foram sacrificados para a persecução dos objetivos a atingir.
Quiseram acusar a Benfica SAD de corrupção, e o fundamento? Com que sustentação se fez a acusação? Não houve compra de árbitros, não houve viciação de resultados, Luís Filipe Vieira não recebeu nenhum árbitro na sua habitação, os padres afinal não eram padres, Varandas Fernandes não depositou dinheiro na conta de nenhum árbitro assistente, no estádio da Luz não foram encontrados, dentro de um cofre, envelopes timbrados com o emblema do Clube com dinheiro, nada. Absolutamente nada. Mas o julgamento público foi feito e a imagem do Benfica destruída, o que para os mais incautos é suficiente.
Nesse sentido, porque os danos reputacionais causados pelo FC Porto e sofridos pelo Benfica são irreversíveis, uma eventual condenação judicial dos 3 funcionários do clube levar-nos-á a concluir algo muito simples: o crime compensa.

1 comentário:

  1. Se não houver justiça para esta gente toda, tem que haver mortos.

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