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quarta-feira, 30 de novembro de 2022

SIGA A BANDA...

 


"Depois de um Centro de Estágios que demoraria 2666 anos a pagar (500 euros mensais, renda inferior ao preço de qualquer casa de um português comum), piscinas e pavilhões oferecidos e um canal pago por todos nós que só debita merda contra o Benfica, segue-se uma Academia ao lado do Centro de Treinos dos Árbitros, provavelmente para os Super Dragões terem o acesso facilitado quando visitarem ambos os recintos.
Tudo isto, claro, com apoios do Estado, ou melhor dizendo, o nosso apoio, de todos os contribuintes portugueses!
Siga a banda que este país está bom é para isto."

LIDERANÇA ISOLADA

 


"Grande exibição da nossa equipa feminina de futebol a culminar com uma vitória clara ante o Braga. Este é o tema em destaque na News Benfica, na qual também antevemos dois compromissos europeus.

1
Frente a um forte adversário, o Braga, que partilhava a liderança do Campeonato com o Benfica, as Inspiradoras dominaram a partida desde o início e rapidamente chegaram ao golo e ampliaram a vantagem por volta do vigésimo minuto. O terceiro chegou durante a segunda parte e o resultado ficou definido, conferindo justiça no marcador face ao que se passou em campo.
Na opinião de Filipa Patão: "Pecámos muito na finalização e isso não nos ajudou a dilatar o resultado. Só houve uma equipa que demonstrou capacidade para ganhar. Dou os parabéns às atletas, irrepreensíveis com tantos jogos e tão pouco tempo de trabalho."
Para Christy Ucheibe, foi uma "vitória importante para o Benfica", e a média deixa uma garantia: "Continuaremos a lutar para consolidar o primeiro lugar. Temos trabalhado muito e ambicionamos mais."
Veja o resumo, aqui.

2
Hoje há jogo europeu de voleibol na Luz. Com início marcado para as 20h00, a nossa equipa recebe o Tours VB, atual segundo classificado do campeonato francês, antigo campeão europeu.
Marcel Matz perspetiva um jogo difícil, mas é com ambição que aborda a partida: "Neste tipo de jogo temos de estar muito bem e temos de nos testar para sabermos os nossos limites. É em casa, temos os nossos adeptos connosco e vamos tentar de tudo para conseguir a vitória. É um grande desafio para nós."

3
Também a nossa equipa de andebol tem embate na Europa. Na deslocação ao Kadetten Schaffhausen, a nossa equipa procura vencer um dos dois adversários com que partilha o segundo posto da classificação do grupo A na EHF European League.
Segundo Chema Rodríguez: "Eles são uma equipa muito rápida no ataque e é preciso defender de forma dura. É importante defendermos bem, e sabemos que também saem bem da defesa em contra-ataque. Há que ter equilíbrio para não consentirmos golos fáceis ao adversário. Queremos ser competitivos e estamos a trabalhar para isso."

4
Confira a agenda até 4 de dezembro para estar a par de todos os jogos das nossas equipas masculinas e femininas de futebol e modalidades de pavilhão. Hoje jogam os Sub-23 de futebol no Benfica Campus frente ao Farense (15h00). Amanhã, na Luz, há basquetebol ante o Esgueira (17h30) e futsal diante do Caxinas (21h00).

5
Ontem, fez 80 anos que foi publicado o primeiro número do semanário Sport Lisboa e Benfica, designado O Benfica a partir de 1950. Veja o vídeo evocativo dessa efeméride."

AGUARDEMOS PELAS NOVIDADES



 "1. Começou o Mundial de futebol. Saudades do Benfica? Não. O Benfica está a jogar a sua participação na Taça da Liga, que, mais do que um entretém, é o nosso objetivo até às festas do Natal. O formato da Taça da Liga sobre tratos de polé desde a sua primeira edição, o que é o modo seguro de desvalorizar a competição.


2. Neste ano, com a necessidade de preencher o calendário nacional enquanto dura o Mundial, a Taça da Liga mudou uma vez mais de formato: uma fase de grupos seguida de uns quartos de final suplementares no mês de dezembro e a final-four em janeiro. Mas o importante não é o formato. O importante é que o Benfica ganhe.

3. O presidente da Federação Portuguesa de Judo foi demitido da sua função pelo IPDJ por conta de 'incompatibilidades'. A notícia foi recebida com satisfação pelos melhores judocas nacionais. Mas o presidente da Federação Portuguesa de Judo não se conforma. Diz que vai voltar a candidatar-se para ocupar o lugar que tanto estima. O judo português bem merecia sossego. E responsabilidade.

4. Voltando à Taça da Liga. O Benfica venceu o Estrela da Amadora na primeira jornada do seu grupo. Foi o 26.º jogo oficial da temporada. Há 26 jogos invicto, persegue este Benfica de Roger Schmidt marcas e recordes com décadas. O triunfo sobre o Estrela permitiu igualar as séries invictas de Jimmy Hagan, em 1971/72, e de John Mortimore, em 1977/78. O alemão igualou os dois ingleses que deram títulos ao Benfica na já longínqua década de 70. Depois de Hagan e Mortimore, segue-se a marca de Béla Guttmann: 31 jogos incicto em 1959/60. Carrega, Benfica! E carrega já no próximo sábado frente ao Penafiel em nossa casa.

5. Boas notícias da justiça. O Twitter acatou o pedido do Supremo Tribunal da Irlanda para revelar a identidade dos responsáveis de uma conta que, a partir de abril de 2021, divulgou documentos confidenciais do Benfica e comentários difamatórios visando o nosso clube. Aguardemos pelas novidades. As novidades, neste caso, serão as identidades nos delinquentes.

6. Boas notícias das arábias. O Benfica ganhou o prémio para a melhor equipa jovem na Gala Globe Soccer que se realizou no Dubai com a presença de Rui Costa. Distinção mais justa não há para a equipa que venceu a primeira edição da Taça Intercontinental de sub-20 batendo o Peñarol na final de Montevideu.

7. Alexander Bah chegou ao Catar e agradeceu a quem tinha de agradecer: 'Não estaria aqui neste momento se não fosse o Benfica. Sinto-me feliz e orgulhoso', disse o internacional dinamarquês. Nós também, Bah."

Leonor Pinhão, in O Benfica

O NENUCO CONCEIÇÃO

 


"Treinou 5 equipas, foi expulso 21 vezes. Mais que 99% dos jogadores mundiais em toda a carreira.
Perseguido, diz-se Sérgio Conceição, a reboque de toda a cartilha que o defende. Arruaceiro, criador de clima de intimidação e coação, dizemos nós e todos aqueles com dois dedos de testa.
A mesma pessoa que pediu respeito pela sua família - aquando dos bárbaros ataques perpetrados pelos próprios adeptos portistas - à primeira oportunidade não se coibiu de atacar a família do treinador do Mafra (conhecida pelo seu portismo), bem como um comentador do canal da SportTV. O mesmo canal que ainda à bem pouco tempo saneou Jaime Cancella de Abreu por delito de opinião. Veremos qual a reação do canal.
A Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), sempre lesta a fazer a defesa dos seus associados, até agora assobiou para lado. Não se conhece nenhuma posição oficial. E até nem podem dizer que é porque Sérgio Conceição demonstrou, até agora, um comportamento exemplar. A quantidade de reincidências já seriam suficientes para que fosse altamente penalizado. Bastaria para isso que tivéssemos autoridades verdadeiramente competentes e isentas.
A gravidade da situação é o facto da permanente intimidação e coação, já ter passou dos relvados para as conferências de imprensa, em direto e a cores. Mesmo tratando-se de um jogo contra uma equipa de um escalão inferior.
Até quando, perguntamos todos?
Começa a ser preocupante o constante ignorar por parte do CD da Liga, da ANTF e da Federação Portuguesa de Futebol, deste tipo de comportamentos. Se querem uma competição justa, equitativa e sem criação de clima de ódio entre os adeptos, este não é, seguramente, o caminho.
Neste momento, a postura agressiva e intimidatória de Sérgio Conceição fazem mal ao futebol, tal como nos últimos 40 anos o FC Porto fez mal ao futebol."

terça-feira, 29 de novembro de 2022

ERÁRIO PÚBLICO!

 


"✅Centro de Estágios do Olival
✅ Estádio Jorge Sampaio
✅ Pavilhão da Lavandeira
✅ Piscinas Campanhã
✅ Porto Canal
Tudo negócios escandalosos e que lesaram o erário público. Agora segue-se a Academia na Maia, ali ao lado do centro de treinos dos árbitros.
Quem vai pagar mais este mau ato de gestão financeira? Quem vai impedir que depois de um treino do FC Porto, os SD não façam mais uma visita aos árbitros? Qualquer dia até treinam lá com os árbitros."

ABENÇOADA A TAÇA DA LIGA

 


"O título é exageradíssimo, mas serve. Disputadas umas quantas partidas do Mundial, ainda não houve uma que me despertasse tanto interesse como aquela que opôs o Benfica ao CF Estrela. Draxler e Morato de regresso, João Vítor a entrar de início, jogada maravilhosa de Rafa e Musa para golo deste, vitória que é o que interessa. Acusam-me de fanatismo pelo Benfica e eu contraponho agradecido pelo elogio.

Uma interpretação pouco atenta e abusiva é a de que não me agradam as competições de selecções. Nada mais falso. Sinto, é verdade, um desinteresse completo por jogos amigáveis, mas tal não se aplica às fases finais; pelo contrário, tento ver todos os jogos, acompanho a par e passo a competição por pura e cultivada obsessão futebolística, sem preferência.
A ausência de vínculo emocional a qualquer das equipas é debilitante, mas longe de impeditivo de apreciar o andamento da prova, sempre expectante pela equipa surpresa, pelos jogadores que mais se evidenciam ou por golos antológicos. É irrelevante quem ganha.
Mas tempos houve diferentes. Fui educado a amar o Benfica e, de vez em quando, para “desenjoar”, a vibrar com a selecção portuguesa. No entanto, sentir-me eufórico por um golo de Portugal da autoria de um jogador de um clube anti-Benfica nunca fez sentido para mim.
O meu afastamento da selecção começou precisamente nesse ponto de fricção e nas discussões que se lhe seguiam. Diziam-me “és português, tens de apoiar a selecção, os clubes não importam”, qual carneiro nobre lusitano, como que a apelarem a um patriotismo de pacotilha que para nada serve. Depois veio Scolari e as suas chantagens emocionais, o marketing do “Clube Portugal”, as bandeiras com pagodes em tudo o que era janela e a certeza de que a única utilidade séria da selecção é constituir-se como um veículo de ensino privilegiado da letra do hino nacional.
Ah, e quase deixou de haver jogadores do Benfica na selecção. O que me leva a um ponto curioso.
Foi a seguir ao Campeonato do Mundo de 2006 que deixei definitiva e completamente de ter afinidade com a equipa da federação. Tratou-se de um processo gradual de alguém que nunca se sentiu realmente ligado. Contente por ganhar, indiferente às derrotas, isso não é ser adepto. E as vitórias também se tornaram indiferentes, ao ponto de não ter podido beneficiar da extraordinária conquista, do céu caída, no europeu em 2016, e reconheço-o com alguma pena.
Ora, hoje há, na equipa da federação, três jogadores do Benfica, mais quatro (dos que interessam) formados no glorioso. Quero que tudo lhes corra bem, assim como aos futebolistas de outros países com o mesmo selo de garantia. E dei por mim a apreciar satisfeito algumas jogadas de Portugal no jogo com a Nigéria, um particular, vá lá perceber-se isto.
Eis a minha selecção: Ederson, Bah, Otamendi, Rúben Dias, António Silva, João Cancelo, Enzo Fernández, João Mário, Bernardo Silva, João Félix e Gonçalo Ramos. Suplente (não se enquadra bem, mas talvez por ter saído há pouco tempo e por aparentar não lhe ter sido indiferente jogar de águia ao peito): Darwin."

João Tomaz, in O Benfica

CATARSES 1️⃣4️⃣ VITÓRIA À PORTUGUESA

 


"“A seleção de Portugal é como a tourada à portuguesa: não mata o touro, apenas o humilha”.
Esta frase tem quase 40 anos, foi escrita no ‘L’Équipe' por Victor Sinet, o jornalista que eu gostava de ter sido, e manteve-se atual ao longo de décadas de sol e sombras, “pasodobles” e voltas à arena, mas também muitas broncas e lenços brancos à espanhola, a adiar sempre a estocada final para futuras praças e feiras. No futebol, para ouvir música, também não basta derrotar o adversário, é preciso fazê-lo com nota artística, que o público é exigente e difícil. Recorro à “Tourada” de Ary dos Santos como metáfora do Mundial: “Entram empresários moralistas, entram frustrações, entram antiquários e fadistas e contradições, entra muito dólar, muita gente, que dá lucro aos milhões”.
Como ontem, frente ao Uruguai, na monumental “plaza mayor” de Doha: triunfo de poder a poder, dinheiro em caixa, mas ainda sem direito a volta de honra.
Primeiro, uma lição paciente de brega, ao longo dos 45 minutos iniciais, frente a um adversário bravo e desembolado, lidando o manhoso a toda a largura, roubando-lhe a bola, cansando-o, desmoralizando-o, numa jigajoga sem balizas e monótona, que, no entanto, deixou o Uruguai bem picado.
No segundo tércio, finalmente, um ferro comprido, numa sorte sesgada com a maestria de Dom Bruno Fernandes, o cavaleiro puro-sangue lusitano, cuja arte de colocar a bola na ponta da melena de Cristiano Ronaldo baralhou os “inteligentes” da FIFA, na hora de escolher a música para o matador. Um golpe nos cachaços dos galifões Coates e Godin, derrotando-os no mano a mano e desfraldando a bandeira vitoriosa das cinco quinas.
Depois de alguns derrotes perigosos, livrados pelos forcados de Dom Pepe, com as mãos firmes do pegador Diogo Costa, algumas bandarilhas de esperança e várias tentativas falhadas de burlar o Uruguai, a faena culminou, finalmente, numa cernelha salteada como castigo máximo.
Lá está: Cavani e Darwin, os marialvas mais nobres do Uruguai, sairam com a humilhação da derrota, mas, curiosamente, não eliminados. A raça celeste ainda sobrevive, embora moribunda, em cartaz para uma terceira peleja, essa sim à “muerte” frente ao Gana.
Não foi uma lide grandiosa, mas foi um triunfo. Portugal avança no festival do Catar com as mesmas farpas e o mesmo “bamboleo” de sempre, entre a dança e o tropeço.
O apoderado FEMACOSA já pode treinar as sortes para os oitavos de final, mantendo a briosa determinação em sair pela porta grande de dia 18 de dezembro, a ouvir a banda do Samouco e aos ombros dos que hoje ainda teimam, mais nos camarotes do que nas barreiras, em não lhe aplaudir a “arte” dos bons resultados. O futebol da seleção não justifica olés, mas é bravo e castiço. Merece que os cépticos e críticos lhe concedam a alternativa da confiança, ainda que temporária, tal como os que não gostam de touradas, como eu, reconhecem a mestria artística dos cavaleiros portugueses.
Como cantou o poeta, que a seleção continue a tourear, ombro a ombro, as feras. Porque tudo o mais são tretas."

MAIS UM TÍTULO

 


"A conquista do Campeonato Nacional de corta-mato é a nota dominante de um domingo em que o Benfica colecionou vitórias. A atividade desportiva de ontem e a antevisão para o embate, hoje, com o Braga em futebol feminino são os temas desta News Benfica.

1
Excelente desempenho do Benfica, na Amora, permitiu a conquista do Campeonato Nacional de Corta-Mato. Reuben Longosiwa venceu a corrida, Samuel Barata fechou o pódio e Etson Barros assegurou o quarto posto, com o Benfica a deixar a concorrência a grande distância pontual.
Nota ainda para a presença de outros três atletas do Benfica entre os dez primeiros classificados e para o emocionante final de prova para Samuel Barata e Etson Barros, disputado ao sprint, com o primeiro a ultrapassar a linha de meta com um segundo de avanço, tornando-se campeão nacional individual. Edson Barros sagrou-se campeão nacional individual Sub-23.

2
Dos vários jogos realizados ontem, há a destacar o triunfo, em basquetebol, na visita ao Sporting, por 78-89, a décima vitória em tantos jogos no Campeonato. Norberto Alves realçou o esforço da equipa, ao vencer quatro partidas em nove dias, incluindo as deslocações a Manresa e Guimarães, além do jogo em casa do Sporting.
Pode ver o resumo do triunfo benfiquista no Pavilhão João Rocha, aqui.

3
No futebol de formação registaram-se triunfos nos vários escalões, dos quais ressalta o 3-0 aplicado ao Sporting nos Sub-17 (resumo).
E foi um dia preenchido para as nossas equipas femininas. No andebol seguimos em frente na Taça de Portugal ao vencer o Académico no seu reduto, por 21-40. No hóquei em patins, 5-0 ao Turquel na Luz. E, no voleibol, 0-3 na deslocação ao SC Espinho.

4
Hoje há jogo grande no futebol feminino. É às 15h00, no Benfica Campus, que Benfica e Braga, líderes da tabela classificativa somando seis vitórias cada, se encontram para o Campeonato Nacional.
Na opinião de Filipa Patão, "vai ser um jogo de dificuldade elevada e que pode começar a distanciar uma ou outra equipa, mas o Campeonato é longo e este jogo não vai decidir nada". Para a nossa treinadora, "estes jogos decidem-se no compromisso e na atitude que a equipa tem ao longo de 90 minutos""Não se pode desligar, temos de manter-nos sempre ativas e preparadas para tudo o que possa acontecer e fazer diferença no jogo", salienta.
Sílvia Rebelo denota: "Atravessamos um bom momento, mas isso não nos torna favoritos. O favoritismo mostra-se dentro de campo, com dinâmicas e cientes do que temos de fazer."
Apoie as Inspiradoras em mais um jogo de elevada dificuldade. Não falte!"

CATARSES 1️⃣3️⃣ BERNARDO “GRIEZMANN” SILVA

 


"Ainda mal refeito das inesperadas exibições de Antoine Griezmann como “meneur” de jogo da França, entre dois médios de cobertura e três avançados a ser o melhor jogador da primeira semana do Mundial, apareceu-me Bernardo Silva a revelar que o seleccionador lhe dá autonomia para actuar onde e como entender.
As minhas primeiras reações foram de não acreditar numa coisa nem noutra. Mas, de facto, Griezmann assumiu com mestria uma posição de diretor de jogo dos campeões do Mundo. E, sim, o chefe da FEMACOSA corroborou a revelação do médio português durante a sua “aula” aos jornalistas na véspera da partida com o Uruguai: “tem liberdade total”.
E fez-se luz. Qual epifania, estava ali a solução para aquela frustração crónica que me matraqueava a cabeça após cada jogo da seleção, para dissolver aquela sensação de que, fosse qual fosse o resultado, faltava sempre qualquer coisa, para, enfim, satisfazer aquele desejo por “outro patamar” exibicional ao nível de um conjunto de atacantes de classe mundial.
O pequeno “je ne sais quoi” que falta na seleção de Portugal é, muito singelamente, a reinvenção do Bernardo Silva de sempre à dimensão do Griezmann de agora. E, assim ele queira, porque pode, vamos já hoje ver a transformação do humilde Smart em extravagante Corvette - que os carros que conduzem revelam muito sobre a personalidade de cada um.
Fui ver o que dizem especialistas sobre o francês e a discrição genérica assenta à medida no português, como se fossem gémeos falsos: “jogador versátil, pouco atlético, mas rápido a pensar e a executar, tecnicamente evoluído, excelente na construção ofensiva, no passe, que pode actuar como médio de ataque, extremo, falso 9 ou segundo avançado”. Voilá!
Se Antoine Griezmann, que até podia defender Portugal como Raphael Guerreiro, está apenas a uma assistência de igualar Thierry Henry e ultrapassar Zidane como o jogador com mais passes para golo na história da seleção gaulesa, Bernardo Silva deveria ser, hoje também, o recordista da seleção nessa função fundamental. Mas está tão longe do topo dessa tabela como distante da frente de ataque em campo. Portugal foi desenvolvendo nos últimos anos tantos médios defensivos, trincos profissionais, retranqueiros coriáceos, “duplos pivôs” (nunca pensei que um dia escreveria esta insanidade linguística) e todo o género de tutores e zeladores defensivos, que este sacrifício generoso mas patético de Bernardo Silva andar a correr atrás da bola e dos adversários a 50 metros da baliza se me afigura um autêntico atentado às ambições da seleção.
Não haverá por lá quem possa dar o corpo ao manifesto, inclusive com maior eficácia defensiva, e lhe garanta a liberdade e o espaço para pegar na bola e fazer jogar a equipa, como asseguram Tchouameni e Rabiot no esquema inteligente da França?
No Mundial, só empatam em toques na bola, 75 para Griezmann, 76 para Bernardo. Mas como explicar que o português praticamente só apresente zeros na estatística de ações ofensivas do jogo com o Gana e o francês já some cinco grandes oportunidades criadas (com uma assistência), nove passes-chave, quatro cruzamentos precisos?
Eu pensava que era culpa do treinador. Afinal, dizem-me que é responsabilidade do jogador que deve escolher o que for melhor para a seleção, em função “do que o jogo pede”.
“Se a equipa precisar mais de mim no apoio aos jogadores da frente…” Se precisar? Meu caro Bernardo, não só precisa como também dispensa completamente o que tem andado a “escondê-lo”, o desperdício de talento em trabalhos defensivos inglórios, tarefa muito nobre, mas pouco inteligente e contra-natura."

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

BICAMPEÕES NACIONAIS DE CORTA-MATO LONGO

 


Revalidámos o título coletivo (8 pontos: 1.ª, 3.ª e 4.ª), o 'nosso' Reuben Longosiwa ganhou a prova, o Samuel Barata revalidou o título  individual nacional, e o Etson Barros sagrou-se campeão nacional de sub-23!
Vamos representar Portugal no Europeu de Corta-Mato em Espanha...

CATARSES 1️⃣2️⃣ DEIXEM JOGAR O NEYMAR!

 


"Se ninguém pode esperar que algum jogador faça 9 dribles, 9 cruzamentos ou 9 remates num jogo, também não devia ser possível, nem admissível, que sofra 9 faltas ríspidas em 79 minutos, como aconteceu a Neymar no jogo de estreia do Mundial, perseguido pelas gárgulas da Sérvia.
Da dureza de uma “falta necessária” - como a justificou o novo inimigo público n.º 1 dos brasileiros, Nemanja Gudelj - resultou uma entorse grave nos ligamentos do tornozelo que o afasta das próximas duas partidas do Mundial e um prejuízo inestimável para o Brasil e para o próprio campeonato.
Isto é cruel: Mundial sem lesão grave de Neymar é como Carnaval do Rio sem violência.
Pela terceira vez, sofre grave trauma impeditivo em campeonatos do Mundo, bem como na Copa América de 2019, e é impossível dissociar estes azares crónicos de uma grande quota de responsabilidade pelos insucessos do “escrete” na perseguição ao “hexa”, a começar pelos 7-1 da meia-final do Brasil-2014, que teve de ver da bancada, impotente, por causa de uma joelhada assassina do colombiano Zuñiga, que ainda hoje tem a cabeça a prémio em Fortaleza.
Em estado de choque, a torcida esconjura a fatalidade com a desconfiança de quem se sente perseguido e injustiçado: ao Messi e ao Cristiano, dizem numa tv, os adversários não fazem batidas como ao Neymar!
Percebe-se a revolta, a denúncia de conspiração, apesar de a razão mais plausível ser a forma de jogar do brasileiro, viciado no drible, na firula e na “provocação”, em contraste com o sentido prático, linear e de menor exposição ao perigo do argentino ou com a fortaleza atlética do português.
Neymar aposta no “chega mais” brasileiro, na vertigem do risco, como moleque que se recusa a crescer. Messi e Cristiano são de outro coturno, sabidos e calculistas, aprenderam a antecipar as ameaças e a escapar à maioria dos contactos. Messi e Cristiano são caçadores, Neymar é presa.
No Mundial da Rússia, tornou-se Ney-même, pelo número absurdo de quedas, mergulhos e trambolhões que forçou ou a que foi forçado, gerando dúvidas metódicas, retratadas em inúmeras “insónias em carvão” sobre a verdade e os truques dos seus desequilíbrios. Dúvidas que foram plantadas no cerebelo de juízes e algozes, germinaram e dão “fruta” à discrição até hoje, o que explica, parcialmente, a indulgência de uns e a impunidade dos outros.
O Neymar caiu? Ah, está bem, levante-se, siga, siga. Com a Sérvia, foram nove faltas (num total de 12) e mais três ou quatro escaparam no crivo. Convenhamos, uma falta sofrida a cada dez minutos não é jogo, é martírio.
Este número é superior aos de Maradona, que detém o recorde das três maiores médias de faltas sofridas em Mundiais (em 1982, 1986 e 1990), sempre acima das 7 por jogo: no primeiro acabou expulso quando se fartou da marcação impiedosa e se vingou no brasileiro Baptista, no segundo sobreviveu à perseguição de ingleses, belgas e alemães e no terceiro acabou a disputar a final ao pé coxinho, com uma lesão igual a esta última de Neymar, o que custou o terceiro título à Argentina. Neymar podia ser o melhor jogador brasileiro depois de Pelé e Zico, talvez acima de Ronaldo Fenómeno, e teria tido uma carreira inolvidável se lhe fosse possível conjugar o talento com a integridade dos membros inferiores, mas desde que chegou a Barcelona em 2013, sofreu 24 lesões, dez das quais traumáticas em ambos os pés. Só nas últimas cinco temporadas esteve de baixa 598 dias: impedido de jogar em um de cada três dias e, mesmo assim, chegou a este Mundial ainda como membro emérito do triunvirato de honra.
É muito azar, há que desconfiar de tanto azar!
Se à FIFA interessasse tanto a saúde e a aptidão física dos atletas como interessa a segurança das contas financeiras, já teria promovido um Fair Play Verdadeiro, uma regulação sob o pungente mote “Deixem jogar o Neymar”, pelo rigor do jogo, pelo castigo exemplar, por exemplo suspendendo o agressor enquanto a vitima estivesse impedida, de modo a inibir a brutalidade dos açougueiros desta vida contra os tornozelos dos protagonistas.
Foi feito algo há 30 anos para proteger os tendões de Aquiles, agora esperemos que não seja preciso van Basten “morrer” de novo.
O mal está feito, resta aguardar o restabelecimento do garoto paulista, que promete voltar nos “oitavos”, quem sabe se frente a Portugal, pois “brasileiro, com alma de guerreiro, não cansa de lutar”, como diz Seu Jorge, o cantor: “tropeçando e levantando, sempre com você”."

SÁBADO DE TRIUNFOS

 


"A News Benfica hoje é dedicada a mais uma vitória no futebol, desta feita na fase de grupos da Taça da Liga, e à restante atividade desportiva, em particular o apuramento para a final four da UEFA Futsal Champions League, mas não só.

1
Roger Schmidt valoriza novo triunfo: "Foi um jogo difícil, mas merecemos vencer. Criámos várias oportunidades e podíamos ter marcado mais golos. Os jogadores esforçaram-se por marcar, mesmo depois de estarmos a vencer por 2-0, e isso é positivo."
Sobre o excelente percurso desde o começo da época, Schmidt enaltece jogadores e adeptos: "Estão sempre preparados para dar tudo em cada jogo. Estão sempre concentrados e dão tudo para ganhar. Os adeptos também nos apoiam e esse registo é consequência da atitude e disponibilidade dos jogadores para lutarem sempre pelos três pontos. Vamos manter esta abordagem para o resto da temporada."
Uma ideia corroborada por Gilberto: "Sabemos que é um grande mérito da nossa equipa, mas acontece porque pensamos jogo a jogo, procuramos manter o nosso padrão e entrar focados em todos os jogos, só assim vamos conseguir os nossos objetivos."
Veja, na íntegra, a conferência de Imprensa de Roger Schmidt.

2
As 27 partidas sem derrotas perfazem a segunda melhor série de sempre do Benfica no que respeita a invencibilidade desde o início da temporada (competições oficiais nacionais e internacionais).
Com o regresso à competição em 17 de dezembro, há pausa nos trabalhos da equipa até 7 de dezembro (os jogadores têm planos individuais de treino, conforme revelado por Roger Schmidt), estando previsto um jogo de preparação com o Sevilha, no Estádio Algarve, no dia 11.

3
Os Benfiquistas são essenciais no trajeto da equipa. Ontem estabeleceu-se novo recorde de espectadores na fase de grupos da Taça da Liga. 43 263 viram, ao vivo, o Benfica vencer o Penafiel, a segunda maior assistência de sempre em toda a competição (49 652 na meia-final com o Sporting, na Luz, em 2010/11).

4
Já está disponível, no Site Oficial, a entrevista a António Simões, uma das lendas vivas do Benfica, transmitida pela BTV e conduzida por Hélder Conduto no programa Aquecimento. Não perca!
E não deixe de ver ou rever também o golaço de Enzo ao serviço da Argentina, frente ao México.

5
Estamos na final four da UEFA Futsal Champions League. Na terceira partida da Ronda de Elite, vencemos o Kairat Almaty, no país deste, por 1-2. O treinador Pulpis enalteceu o desempenho dos jogadores: "Estamos pelo segundo ano consecutivo na final four e isso é muito importante para nós. Temos de valorizar a concretização deste objetivo, todos os jogadores mostraram raça e merecem nota máxima."

6
A nossa equipa feminina de judo conquistou o bronze na Liga dos Campeões realizada na Geórgia.

7
Para saber os restantes resultados dos jogos nos últimos dias e os horários das partidas de hoje (futebol e modalidades de pavilhão) clique aqui. Da atividade de ontem, destacamos o triunfo no hóquei em patins frente ao Famalicense, por 5-2, que nos permite a liderança isolada do Campeonato de hóquei em patins, e a vitória na deslocação ao Belenenses, em andebol (29-33)."

CADOMBLÉ DO VATA

 


"1. Drei­und­vierzig­tausend­zwei­hundert­drei­und­sechzig... mais impressionante do que 43.263 espetadores num jogo de Taça da Liga contra uma equipa da II Liga, só o número em alemão.
2. O Enzo a marcar um golo no Campeonato do Mundo enquanto os colegas defrontam o 11° classificado da II Liga... isto é pior do que trabalhar na hora de almoço.
3. Este Grimaldo em fim de contrato é muito melhor do que o outro Grimaldo com 3 ou 4 anos por cumprir... parabéns ao Departamento de Prospecção do SLB, demoraram 8 anos a acertar neste lateral esquerdo, mas conseguiram.
4. Não fizemos uma grande exibição, mas faltou ali mais 1 golinho para abrilhantar o jogo... até porque tinha uma piada fantástica com Tripple Secco.
5. Não me quero precipitar, mas penso que já é seguro considerar John Brooks como o Flop do Ano... contrata-se um porteiro de discoteca e ao fim de 5 jogos, nem um pé em riste, uma peitaça, um dedo esticado no meio dos olhos, porra nem um cartão amarelo."

BESTA...

 


"Quando dizemos que o FC Porto de Pinto da Costa é a maior escumalha da história do desporto mundial, não o fazemos por qualquer deriva metafórica ou exercício hiperbólico.
É uma realidade à vista de qualquer pessoa realista, lúcida e imparcial.
A chegada de Sérgio Conceição ao clube e o seu “sucesso” é a prova dos nove, se é que ela era necessária.
Ali não há lugar para gente educada, respeitadora ou com o mínimo de fair-play. É a morte imediata da besta.
Quando os sucessores do corrupto se canibalizarem uns aos outros, haverá maior espaço para esta triste história com 40 anos se revelar ainda mais escabrosa.
É difícil aceitar um país ou uma sociedade que se verga silenciosamente perante isto.
Portugal envergonha-se e envergonha-nos."

domingo, 27 de novembro de 2022

CATARSES 1️⃣1️⃣ CARLOS QUEIROZ, O AYATOLLAH DO BALNEÁRIO

 


"Ver Carlos Queiroz atirado ao ar pelos jogadores do Irão, glorificado como herói “globetrotter” de uma causa que mobiliza todo o mundo, é mais um marco no processo de afirmação dos treinadores portugueses. E consegui-lo como resgate de um regime menor no futebol, pária da ordem internacional e repressor dos direitos humanos, é ainda mais admirável, exaltando o seu inconformismo de guerreiro quixotesco.
Ao vê-lo enfrentar olhos nos olhos a hipocrisia da BBC, que elegeu por estes dias como “inimigo” catalisador nas salas de imprensa do Catar, lembrei-me da relação tempestuosa que tentou manter comigo, por causa de uma crónica de um jogo do Sporting, na qual terei apontado algum defeito ou descuido.
Já no início de carreira buscava a motivação conflituosa, “à Pinto da Costa”, como ele dizia na altura, em versão académica do contra tudo e contra todos. Há 30 anos, colou o jornal na parede do balneário e usou-o como instigação dos jogadores - numa evidente falta de noção, ou de noites bem dormidas, entre os diversos desvios de atenção que acabaram por custar um campeonato ao melhor plantel do Sporting dos últimos 40 anos.
Numa conferência de imprensa em Doha humilhou a repórter da televisão inglesa, Shaimaa Khalil, perante dezenas de câmaras móveis para iraniano ver - caprichado em “mind games”, dez anos antes de Mourinho, como frisaram velhos “compagnons de route” tão diferentes como o alemão Jurgen Klinsmann ou o colombiano Alexis Garcia: “encaixa bem na cultura do Irão” ou “a capacidade de convencer os jogadores a serem protagonistas foi a chave do triunfo sobre Gales”. Carlos Queiroz foi um revolucionário, o primeiro professor a desbravar uma profissão exclusiva de ex-jogadores, pioneiro de uma mudança científica e estrutural que lançou as bases para tornar Portugal no pequeno país mais influente do futebol mundial. Cozeu o seu temperamento intransigente com o estudo laboratorial e o primado do treino e do espírito de equipa, num caldo de cultura de desafio destemido, sempre impulsionado por causas fracturantes, contra todos os fautores de influência negativa, fossem políticos burocratas, dirigentes incompetentes, jornalistas críticos, até, claro, adeptos fartos de polémicas estéreis, por vezes histéricas.
Um espírito inquieto, incompreendido, às vezes incompreensível, obcecado com o controlo da equipa e de tudo o que a rodeia, comandante supremo, ditador de costumes, juiz em causa própria, máquina de lavar os cérebros dos jogadores, capaz de varrer numa simples palestra as marcas de uma derrota copiosa como os 2-6 da estreia no Catar.
Ou seja: um autêntico Ayatollah do sagrado balneário, responsável até pela “play list” da banda sonora dos estágios, desde as guitarradas do fisioterapeuta Catoja à adaptação de John Lennon (“give the dream a chance”) que inspira a actual seleção iraniana, passando pelo balanço inovador do “hip hop” dos Black Eyed Peas em 2010.
Conduziu Portugal a campeão do mundo de juniores por duas vezes. Realizou trabalhos marcantes no Japão e nos Estados Unidos. Foi um humilde Sancho Pança na melhor fase de Alex Ferguson no Manchester United. Ergueu a seleção da África do Sul. Levantou e voltou a levantar a seleção do Irão, incorporando o espírito do “Team Melli” (Equipa do Povo) e tornando-se num caso raro de treinador a qualificar três países diferentes para o Mundial.
Mas quando chamado a exigências de primeira linha (Portugal duas vezes, Sporting, Real Madrid ou, recentemente, Colômbia e Egipto), com o desconforto de ter de olhar as competições e os adversários de cima para baixo, faltou-lhe a frieza do matador.
Passar da facilidade da contestação à pressão de trabalhar sem margem de erro é-lhe fatal, ao deixar-se emaranhar pela compulsão egocêntrica, quase fundamentalista, e pela vanidade do reconhecimento que o fizeram perder as estribeiras e o foco - as “porcarias” da Federação, os mexericos de Santana Lopes, os caprichos dos Galácticos de Madrid, o assédio madrugador dos médicos anti-doping, os chistes do meu amigo Jorge Baptista, a prepotência dos colombianos, enfim, invariavelmente envolvido em querelas menores para acabar derrotado pelos desafios maiores.
Não passou ao lado de uma boa carreira, porque atingiu e mantém uma dimensão mundial, mas podia ter sido o maior treinador português de sempre. E não será."