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quarta-feira, 3 de maio de 2023

TETO SALARIAL NO FUTEBOL

 


"O presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, aventa a implementação de um teto salarial no futebol, à imagem das ligas profissionais norte-americanas, para estimular a competitividade.
A remodelação do Fair Play Financeiro, agora denominado "Regras de sustentabilidade financeira", procura afinar o controlo das finanças e introduz melhorias nos limites dos custos (por exemplo, um clube com uma boa situação financeira tem uma margem adicional de 10 milhões de euros quanto aos prejuízos permitidos), mas não tem efeito na imprevisibilidade das competições. O teto salarial até já está contemplado, em parte, nas regras. O somatório dos custos com salários, transferências e comissões para agentes não pode superar 70% das receitas. Com esta limitação, procura-se proteger os clubes de si próprios. Mas pouco estimula a competitividade.
A imposição de um limite aos custos consoante as receitas, enquanto medida isolada, pelo contrário acentua a propalada falta de competitividade, protegendo quem, no presente, granjeia mais receitas, e dificultando os saltos competitivos de outrem, os quais implicam investimento avultado. São necessárias, neste contexto, regras mais apertadas do lado das receitas. À cabeça, as injeções de capital transvestidas de patrocínios. E, também, o tal teto salarial referido por Ceferin, em princípio bem acolhido pelos clubes (claro!) e criticado por jogadores (como é óbvio!).
Porém, há que ter cautela na mimetização dos modelos implementados nos EUA, bem-sucedidos no que respeita à competitividade desportiva e à sustentabilidade financeira. Todos definem uma percentagem da previsão de receitas totais da liga atribuída a salários de jogadores, mas no futebol americano o teto é igual para todos os clubes, enquanto na NBA há uma imensidão de regras de cálculo do que cada pode gastar em salários. Acresce que estas ligas são fechadas e não têm concorrência global (mais ninguém consegue pagar tanto aos jogadores). A realidade do futebol é (pode ser) diferente."

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