"A "bostialidade" das duas últimas temporadas teve o feliz condão de funcionar como desintoxicação das minhas superstições. Não havendo já nada que funcionasse a favor dos bons resultados, deitei a toalha ao chão e desisti da maior parte do misticismo que me rodeava em dias de jogo, limitando-me aos "nada de boxers vermelhos", "a barba não se corta hoje" ou "esse é o meu lugar. O básico, portanto.
Acontece que as superstições são velhacas. Sacanas mesmo. E aproveitam-se das mentes mais fracas como a minha, para fluírem como enxurradas em Bombaim na época das monções, mal a temporada comece a parecer encarrilar em direção a qualquer coisa agradável.
Não é preciso retrospectivar muito para saber que este ser que vos escreve teve uma valente recaída antes do fim de Setembro. Quando entramos no Outono, já todo eu era tiques nervosos e noites mal dormidas. Porque convenhamos, esta época muito cedo começou a ter bom aspeto. E acreditei eu que era por no final de todos os jogos escrever uma crônica de 5 Dedos da Mão de Vata.
Estava eu nisto, convencidissimo de ser o principal responsável pela Gloriosa Caminhada para o 38, quando nos esparramamos ao comprido contra os andrades na Catedral. E no meio da azia, tudo mudou. Afinal, o ouro estava no meu silêncio. E apesar dos dados iniciais indicarem que não, a verdade é que foi mesmo assim.
Ora, mesmo deixando de publicar, não parei de escrever as crónicas aos jogos, pelo que as deverei publicar nos proximos dias a "título póstumo", destinadas a todos os muitos de vocês (a totalidade, presumo) que as estavam a compilar para mais tarde mostrarem aos netinhos como foi a caminhada do 38. Não posso contudo deixar de avisar, que nelas consta muito azedume e inclusive, palavras que agora soam a histerismo. Abstenham-se se me ofender. Podem não se recordar, por estarem embriagados da festa, mas foi um mês a todos os níveis complicado."
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