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domingo, 20 de agosto de 2023

A CHAVE DA VITÓRIA ESTAVA NO BANCO



 Entradas de Neres (duas assistências) e de Tengstedt (um golo) decisivas para que o Benfica acabasse com a resistência do Estrela da Amadora e vencesse por 2-0, em jogo da 2.ª jornada da Liga Betclic.

Custou, mas, com toda a justiça em face das ocasiões de golo criadas, aconteceu! Foi preciso esperar 79 minutos para que o Benfica inaugurasse o marcador no Estádio da Luz, frente ao Estrela da Amadora, neste sábado, 19 de agosto, em partida da 2.ª jornada da Liga Betclic. Os encarnados venceram por 2-0, com Tengstedt e Rafa a faturarem.
Oitenta e quatro dias depois, o futebol regressou à Luz. Com ele regressaram também os Benfiquistas, que encheram as bancadas (58 479 espectadores), sedentos de ver as camisolas vermelhas sobre o novo relvado da Catedral. A forma como se cantou o Ser Benfiquista demonstrou bem a fome de bola com que os adeptos se deslocaram ao Estádio. Um ambiente verdadeiramente fervoroso, à Benfica.
Em relação ao 11 com o Boavista, da 1.ª jornada, para este desafio frente ao Estrela da Amadora, Roger Schmidt fez três alterações: Samuel Soares (estreia oficial a titular) por Odysseas; João Mário por Jurásek (Aursnes atuou na lateral esquerda); e, em estreia absoluta, Arthur Cabral por Musa, que se encontrava castigado.
Assim, o Benfica entrou em campo com Samuel Soares, Bah, António Silva, Otamendi, Aursnes, João Neves, Kökcü, Di María, João Mário, Rafa e Arthur Cabral.
Nota para o facto de nas escolhas iniciais estarem três jogadores oriundos do Benfica Campus: Samuel Soares, António Silva e João Neves.
O jogo começou com o Benfica a pressionar e a tentar instalar-se no meio-campo contrário, e o Estrela a ter de recorrer a faltas para travar as investidas encarnadas. Di María foi o mais sacrificado, com duas faltas sofridas nos primeiro minutos.
Dona da bola, a equipa orientada por Roger Schmidt procurou baralhar a defesa estrelista através de constantes trocas de bola, sempre com os olhos postos na baliza. Aos 11 minutos, mais uma falta do Estrela da Amadora resultou num livre bem ao jeito de Kökcü, mas as intenções do jogador turco ficaram-se pela barreira.
Mesmo com muito mais bola (78%), nos primeiros 15 minutos o Benfica não se acercou com grande perigo da baliza à guarda de Bruno Brígido.
Foi mesmo ao 16.º minuto de jogo que as águias criaram a primeira grande oportunidade de golo. João Mário lançou Rafa, este em boa posição rematou em direção à rede, valendo um corte providencial de Kiolanda Gaspar. No minuto seguinte, novo lance de perigo, com João Neves a rematar pertíssimo do poste.
Aos 22 minutos foi a vez de o Estrela se mostrar. Jogada bem desenhada, Ronaldo Tavares acelerou pelo lado esquerdo e serviu Ronald, que atirou para fora.
Com o Benfica sempre mais perigoso, aos 26 minutos foi Di María quem tentou a sorte, de fora de área, tendo visto a bola sair por cima. Volvidos dois minutos, o internacional argentino voltou a cheirar o golo, com um remate de primeira, mas sem acertar no alvo.
À passagem da meia hora de jogo, belíssima jogada dos encarnados. Kökcü abriu na direita, Bah apareceu em boa situação, e cabeceou com muito perigo, mas para fora.
O Benfica estava por cima do jogo, fazia uma pressão asfixiante, e foi criando jogadas prometedoras, umas atrás das outras.
Arthur Cabral (32'), exemplarmente servido por Kökcü, entrou na área, atirou para a baliza, mas a viu Rúben Brígido negar-lhe o golo. Pouco depois, aos 33 minutos, foi a vez de João Mário ficar a centímetros de um golo de bandeira, num remate em arco, que não passou longe das redes.
Nesta altura, Kökcü já tinha deixado dois companheiros na cara do golo, primeiro com uma abertura para a direita (Bah), depois com um passe de rutura (Arthur Cabral).
Por falar em oportunidades, aos 41 minutos Di María tirou um adversário da frente e rematou com selo de golo, mas, mais uma vez, Bruno Brígido, com uma excelente estirada, a evitar os festejos.
Em cima dos 45 minutos, Rafa furou a área estrelista, tentou servir Kökcü, mas viu, in extremis, Omorwa atirar para fora. No minuto seguinte, lance polémico dentro da área dos tricolores, com Di María a cair (num despique com Kiolanda Gaspar), e o árbitro e o VAR a não verem motivos para grande penalidade.
O intervalo chegou com o Benfica a ficar com sensação que de já poderia estar na frente, tal o domínio exercido, e com um total de 13 remates à baliza.
Para os segundos 45 minutos, Roger Schmidt tirou o já amarelado João Neves, colocando em campo Florentino.
Nos primeiros minutos da segunda parte, o Estrela da Amadora conseguiu contrariar o sentido do jogo até então, conquistando dois cantos, praticamente, seguidos, mas sem criar qualquer perigo. Com a bola longe das balizas, o Benfica tentou impor um ritmo mais elevado, com a intenção de evitar que o Estrela ficasse confortável com a toada do desafio.
Aos 57 minutos, o árbitro assinalou grande penalidade a favor do Estrela da Amadora, por suposta infração de Florentino, que tinha o braço junto ao corpo, logo nada poderia fazer. Alertado pelo VAR, Gustavo Correia foi ver as imagens e reverteu a decisão.
Embalados pelas bancadas, os encarnados voltaram a recuperar o ascendente na partida. Aos 60 minutos, Kökcü, à entrada da área, rematou com muito perigo, vendo a bola desviar num defensor contrário e sair pela linha final. Bruno Brígido estava completamente batido.
Ora, se aos 40 minutos o guarda-redes contrário tinha feito uma enorme defesa a remate de Di María, aos 64' os dois voltaram a ser protagonistas, e novamente Bruno Brígido a levar a melhor, com uma belíssima defesa.
Completamente instalado na intermediária do Estrela, o Benfica procurou, de todas as formas e feitios, penetrar na área dos homens orientados por Sérgio Vieira.
De modo a agitar o jogo, aos 69 minutos Roger Schmidt lançou David Neres, retirando João Mário da partida. O internacional brasileiro entrou com tudo e, em quatro minutos, furou duas vezes pela direita e serviu na área. Na segunda ocasião, a bola, amortecida por Rafa, sobrou para Kökcü, que atirou forte para nova grande defesa de Bruno Brígido.
Já antes, aos 70 minutos, Di María, sozinho no lado direito do ataque, colocou na área, onde apareceu Otamendi, que cabeceou ligeiramente por cima.
Na baliza, em noite de estreia a titular, Samuel Soares respondeu sempre com segurança às poucas tentativas do Estrela.
Aos 77 minutos, sensação de golo na Luz. Nova investida de David Neres, com este a servir Arthur Cabral, que rematou forte para mais uma intervenção de Bruno Brígido. A bola ainda sobrou para Di María, que atirou às malhas laterais, dando a ilusão de que o esférico tinha entrado na baliza.
Aos 78 minutos, o Roger Schmidt voltou a mexer na equipa, tirando Arthur Cabral e colocando Tengstedt.
Ora, o avançado dinamarquês estava há apenas um minuto em campo, ainda não tinha tocado na bola, e, quando o fez pela primeira vez, foi para a colocar no fundo das redes. Estavam decorridos 79 minutos.
Grande jogada de David Neres pela esquerda, a furar pela área dentro e a servir Tengstedt, com este a desviar para as redes, fazendo assim o seu primeiro golo de águia ao peito. Um golo construído pelos dois últimos jogadores que Roger Schmidt havia lançado até então. Nas bancadas a explosão de alegria foi enorme. O Benfica estava na frente (1-0).




Em vantagem no marcador, o Glorioso não baixou o ritmo, mas passou a controlar mais, não dando grandes veleidades aos recém-promovidos tricolores, que 14 anos depois da última vez voltam a marcar presença junto aos grandes do futebol português. As águias continuaram em busca do golo, com Rafa (82') e Neres (88') a atirarem para as mãos de Bruno Brígido.
E foram mesmo estes dois jogadores a construirem o lance do 2-0. O brasileiro recebeu de Kökcü, trabalhou bem à entrada da área, tirou Omorwa da jogada e entregou a Rafa, que, só com Bruno Brígido pela frente, não desperdiçou e rematou sem hipóteses (2-0, aos 90'+3').
Jogada com recortes técnicos elevados, e finalizada da melhor maneira pelo camisola 27, que assim fez o seu segundo golo nesta Liga Betclic. No que a David Neres diz respeito, foi a segunda assistência no seu 50.º desafio de águia ao peito.




E Rafa esteve mesmo muito perto de bisar, aos 90'+5'. Tengstedt subiu pela direita e assistiu o avançado português, que conseguiu desviar, mas viu a bola embater no poste.
Com os 11 minutos de compensação dados pelo árbitro perto de se esgotarem, apenas houve tempo para que Chiquinho entrasse para o lugar de Kökcü. Este foi o primeiro jogo do internacional turco no Estádio da Luz.

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