Páginas

terça-feira, 15 de agosto de 2023

O PRIMEIRO BRINDE DO NOBRE AO MINUTO 10 FOI MUITO ANTES DOS BRINDES DO BENFICA

 


Capacidade de reação à adversidade merecia outro final

Desfecho inglório na 1.ª jornada da Liga Betclic para o Benfica, derrotado por 3-2, num embate em que atirou três bolas aos ferros e jogou em inferioridade numérica desde os 50'.
No arranque da Liga Betclic para o Benfica, os encarnados saíram do encontro com o Boavista, disputado no Estádio do Bessa, nesta segunda-feira, 14 de agosto, sem os três pontos. A formação da casa venceu (3-2), no duelo referente à 1.ª ronda do Campeonato. A expulsão de Musa, aos 50', condicionou, mas as águias, que atiraram três bolas aos ferros, mostraram garra para outro resultado.
Frente aos axadrezados, o Glorioso entrou em campo com o seguinte onze: Odysseas, Bah, António Silva, Otamendi, Jurásek, João Neves, Kökcü, Di María, Aursnes, Rafa e Musa.
Nos primeiros minutos, o Boavista mostrou uma postura atrevida. Logo aos 5', Chidozie apareceu na área encarnada, mas um desvio de Aursnes evitou a possibilidade de remate.
A resposta do Benfica surgiu aos 9'. Di María, pela direta, num grande trabalho individual sobre Rodrigo Abascal, cruzou, e Aursnes, perante a oposição de Pedro Malheiro, rematou com o pé esquerdo para defesa de João Gonçalves.
Ritmo muito intenso no Bessa com a equipa da casa a somar três amarelos, quando estavam decorridos 14'...
Aos 20', a formação comandada por Petit surgiu em zona atacante pelo corredor esquerdo. Onyemaechi cruzou tenso e António Silva desviou a bola de zona perigosa.
Em contragolpe, surgiu o primeiro grande momento de festa, aos 22'. Mesmo sobre a linha divisória do campo, Rafa levou a melhor sobre Rodrigo Abascal e partiu imparável para a baliza oposta. Ao aperceber-se que Di María aparecia sem marcação, ofereceu o esférico ao avançado argentino, que não teve dificuldades em atirar para o fundo da baliza (0-1, aos 22').
Com o pé no acelerador, o campeão do mundo pela seleção alviceleste faturou pelo segundo desafio oficial consecutivo, após ter marcado ao FC Porto na Supertaça. E Di María não tardou até ter nova chance nos pés.
Aos 27', com sensacional capacidade para se desmarcar, Di María recebeu a bola de Kökcü, autor de uma bela abertura, olhou para a baliza, vislumbrou o adiantamento do guarda-redes rival, e, perante a oposição de Makouta, tentou o chapéu, que saiu ao lado do alvo.
Aguerrido, aos 29', Musa abriu na esquerda para Di María, que cruzou para a zona onde surgia Aursnes. Atento, João Gonçalves resolveu a situação e amarrou a bola.
Em vantagem, os encarnados revelaram ainda mais confiança. Pressionantes, souberam circular a bola, e os jogadores denotaram entreajuda perante um rival que não abdicou das saídas para o ataque. Ao intervalo, o Benfica estava na frente (0-1).
No reatar do desafio, o Boavista acercou-se da baliza encarnada. Pedro Malheiro cruzou e o lance foi resolvido por Otamendi e Bah, aos 50'. Na sequência deste momento, contrariedade para o Benfica. Musa foi admoestado com vermelho direto por ação faltosa sobre Rodrigo Abascal, num duelo pela posse de bola.
Em inferioridade numérica, Roger Schmidt mexeu de imediato na equipa. O treinador do Benfica decidiu retirar Di María e apostou em Morato, aos 54'.
No retomar da partida, seguiu-se o consequente livre, e o Boavista igualou. A bola, vinda da esquerda, sofreu um desvio em Jurásek, e Bozeník, na pequena área, marcou (1-1, aos 55').
Com este duplo golpe, era necessária coesão, solidariedade e espírito de sacrifício. Sem receio, o Benfica recompôs-se. Numa subida pelo corredor canhoto, Jurásek foi derrubado por Pedro Malheiro, lance do qual resultou um livre lateral na imediação da área boavisteira (57').
Foi o mote para uma maior crença. Aos 66', mais uma vez em iniciativa do lateral-esquerdo, o checo rematou, mas viu intercetada a sua tentativa.
Em busca do segundo golo, corria o minuto 69 quando o Benfica dispôs de uma excelente oportunidade para marcar. Passe de Aursnes para Rafa, que soube aproveitar uma falha de Filipe Ferreira para ganhar o duelo com o defesa boavisteiro acabado de entrar. Com o pé direito, o camisola 27 atirou à trave! Na insistência, Kökcü viu o remate intercetado.
Por suspeita de braço na bola neste lance, infração passível de grande penalidade por parte de Filipe Ferreira, houve análise do VAR, mas, depois, o juiz do encontro acabou por mandar jogar.
Com uma linha de três centrais e Bah e Jurásek a darem profundidade aos flancos, aos 75' nasceu o ambicionado golo do Benfica. Pela esquerda, a passe de Rafa, o camisola 13 cruzou atrasado para Kökcü, que rematou de pronto. João Gonçalves defendeu para a frente e, na recarga, João Neves cabeceou para mais uma intervenção do guarda-redes da turma da casa, que desviou a bola para a trave. Oportuno, Rafa, na pequena área, não vacilou e fez o 1-2, de cabeça, aos 75'.
Muito carácter e personalidade a superar a adversidade de passar a jogar com 10 unidades.
Do outro lado, o Boavista não deu o embate como perdido. A partida estava frenética, e, já com os benfiquistas Florentino, Chiquinho e Neres em campo para os lugares de João Neves, Kökcü e Rafa (mudanças aos 85'), os axadrezados, que procuravam privilegiar o jogo mais direto, viram ser assinalada uma grande penalidade a seu favor, aos 88'.
A passe de Chidozie, Bozeník ganhou um duelo aéreo e, perante a saída de Odysseas, endossou para a zona onde surgia De Santis. Na tentativa de corte, António Silva tocou no jogador adversário, lance que o árbitro António Nobre interpretou como passível de castigo máximo.
Aos 90', na conversão do pontapé de penálti, Bruno Lourenço igualou (2-2).
Com uma dezena de minutos de compensação, estava tudo em aberto. Mihailo rendeu Jurásek, que saiu com queixas físicas, aos 90'+3', e o Benfica procurou a vitória. Neres e Chiquinho combinaram bem, aos 90'+7', mas o lance foi anulado pela defesa do Boavista.
Os encarnados carregavam. Aos 90'+9', Chidozie aliviou a bola para canto, evitando que Aursnes pudesse finalizar. Após a bola parada, Neres, de pé esquerdo, fez estremecer a baliza do Boavista com um disparo à trave. Uma soberana ocasião para o 2-3!
No minuto seguinte, alertado pelo VAR, António Nobre socorreu-se do visionamento das imagens para reverter o amarelo mostrado a Bruno Lourenço, autor de entrada sobre Florentino à margem das leis. Foi então exibido vermelho direto ao atacante do Boavista.
Aos 90'+12', em busca do 3-2, Morato incorporou-se no ataque, cabeceou para defesa do guarda-redes axadrezado. O lance seria invalidado por fora de jogo, mas é ilustrativo da vontade do Benfica de sair do Porto com os três pontos.
Porém, aos 90'+13', balanceado no ataque, uma perda de bola encarnada comprometeu. Bozeník, em contra-ataque, isolou-se e bateu Odysseas (3-2 para o Boavista).
Em desvantagem pela primeira vez, o Benfica ainda esboçou uma reação. Aos 90'+17', Mihailo cruzou e foi por pouco que António Silva não desviou para a baliza. Sem tempo para mais, o Benfica foi derrotado pelo Boavista (3-2).

Sem comentários:

Enviar um comentário