"O CIES revelou num estudo recente os cem clubes de futebol que mais investiram na construção dos atuais plantéis (custos dos passes dos membros dos plantéis), evidenciando a distância entre a realidade nacional e a de outros países.
O Benfica, mesmo com receitas operacionais (sem atletas) recorde e as segundas mais elevadas receitas operacionais totais de sempre, é o 45.º na lista (188 milhões de euros).
O FC Porto, que há anos lida com uma situação económica e financeira alarmante e se encontra em falência técnica, surge na 51.ª posição (152 milhões de euros).
E o Sporting, não obstante ter divulgado no último relatório que prossegue com a "renegociação, com o Novo Banco, do Acordo de Quadro de Reestruturação Financeira", um nome pomposo para uma gigantesca limpeza de dívida do seu balanço, terá despendido 151 milhões de euros, ocupando a 52.ª posição.
Nenhum outro clube português surge na lista, sendo que o 100.º, o Estugarda, terá aplicado 54 milhões de euros.
Acima do Benfica estão 18 clubes da Premier League, 7 da série A, 5 da Bundesliga, 4 da La Liga e 4 da Ligue Un, além de outro 6 (3 da 2.ª divisão inglesa - os relegados da Premier League; 2 da Arábia Saudita; 1 dos Países Baixos).
O contexto completo requer o estudo da massa salarial, cujas conclusões não diferirão, por certo, das extraídas dos montantes pagos em transferências, agudizando assim as dificuldades no capítulo da competitividade europeia.
A necessidade levou a que os clubes portugueses se especializassem na formação e na prospeção de talento jovem, desenvolvendo-o e rentabilizando-o como poucos têm conseguido. Não por acaso, segundo o Transfermarkt, o Benfica é o clube que mais lucrou em transferências no século XXI, seguido pelo FC Porto. O Sporting é o 5.º e o SC Braga o 14.º.
A centralização dos direitos televisivos não pode, em circunstância alguma, retirar capacidade de investimento aos maiores clubes portugueses. Só tornaria ainda mais premente a necessidade de venda de passes de jogadores."
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