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domingo, 29 de outubro de 2023

CONHEÇA A BENFICA LEAGUE

 


"Trata-se de uma competição interna com regras e conceitos que as provas oficiais não oferecem; saiba mais pormenores sobre esta prova inovadora exclusiva para as equipas das águias

Sem as respostas competitivas para o que entende serem as necessidades dos escalões de iniciação, o Benfica não só decidiu inscrever as equipas nas provas oficiais apenas a partir do escalão sub-12 como criou uma liga interna, com regras e conceitos revolucionários que não se enquadram nas provas tradicionais.
Rodrigo Magalhães, coordenador técnico, realça a importância desta competição para colmatar a ausência de alguma competitividade. A Benfica League é, então, uma Liga na qual participam equipas de traquinas, benjamins e infantis e que, recentemente, transitou para o Seixal, com uma competição de iniciados, sub-14 e sub-15, e de juvenis, com alguns jogadores sub-15 e sub-16. O que é, afinal, isto da Benfica League?
«Misturamos algumas faixas etárias e formamos equipas que são batizadas, com o nome de um jogador da formação do Benfica que represente a equipa A, a equipa B, o escalão sub-23 ou juniores. Temos ali um padrinho, uma conexão com a história do clube, com a identidade de um jogador que passou por um processo similar, estimulando assim o orgulho de pertença», começa por dizer Rodrigo Magalhães. Até aqui nada de extraordinário. Mas veja-se, então, as «regras diferenciadoras. As equipas, em jogo, são obrigadas a utilizar «sistemas táticos diferentes», por exemplo «em futebol 7, uma equipa em 1x3x2x1 e a outra em 1x2x3x1»-

O objetivo é promover a adaptabilidade, o caos e o desempenho em diferentes posições.

O objetivo é «promover a adaptabilidade, o caos e o desempenho em diferentes posições». «Sempre defendemos isso. Se recuarmos, percebemos que o João Neves, na sua base, no futebol de 7, jogava como avançado, médio-ala ou médio centro. O Rúben Dias como defesa-central, lateral-direito ou médio-defensivo. O Bernardo Silva como ala, médio centro ou avançado. O Cancelo, mais tarde, pois a entrada dele dá-se no futebol de 11, jogou como extremo-direito, extremo-esquerdo, defesa-direito ou defesa-esquerdo. A Benfica League obriga à utilização de um sistema tático diferente e à utilização dos jogadores em posições diferentes daquelas que são as habituais», conta o coordenador técnica da iniciação das águias. Depois, «cada jogo tem três partes e uma vitória em cada parte vale um ponto». «A equipa que está a ganhar 6-0 na primeira parte não ganha o jogo», esclarece Rodrigo Magalhães. Para lá das três partes, o jogo termina com um ponto suplementar com a marcação de grandes penalidades ou com situações de um contra zero. «Mantemos os atletas mais tempo envolvidos na tarefa, com hipótese de poder conquistar um ponto», explica. Outro «aspeto fundamental no modelo formativo» é a «promoção da autonomia dos jovens. «Em cada parte, há um período no qual o treinador - são treinadores adjuntos que orientam a Benfica League, porque a nossa formação não vive só de treinadores principais, mas também de preparar treinadores-adjuntos para um dia assumirem o cargo de treinadores principais - sai de cena. Pura e simplesmente, senta-se no banco, não pode dar qualquer tipo de feedback ou indicação e os jogadores têm de ser autónomos na forma de se organizar, promover as substituições, encontrar estratégias e apelar à criatividade para disputar o jogo. Encontramos muitas vezes casos em que, com a orientação do treinador, a equipa está a vencer por 2-0 ou 3-0 e, sem a orientação do treinador, a outra equipa, ou porque tem um ou dois jogadores que se conseguem organizar, acabam por dar a volta ao resultado. É um fator fundamental», partilha.

176 torneios num ano além dos particulares
A criação de contextos competitivos adequados às necessidades não esgota a nível interno. Aliás, assinala Rodrigo Magalhães, «o número de atividades externas com outros clubes é muito superior ao contexto interno». O coordenador técnico da iniciação está a falar do número de amigáveis e de torneios, nos quais participam equipas dos escalões sub-6 a sub-13, da zona de Lisboa e dos CFT espalhados pelo país… só torneios foram 176, dos quais mais de 60 internacionais. «Reparem na experiência social. Um miúdo a sair de casa, a ir para outro país, a vivenciar outra cultura, a jogar com outros clubes, a autonomia para organizar a sua roupa ou para pôr o telemóvel para despertar, a alimentação, etc. Mais uma vez o contributo social que estamos a dar aos nossos jogadores», diz Rodrigo Magalhães .
Se fizer uma média de cinco jogos por torneio, e há torneios em que fazemos 10, mesmo de futsal com os nossos miúdos, se fizer a média, diria, de 175 torneios com 5/7/8 jogos, veja o número de jogos que são proporcionados. O número de jogos amigáveis, com os triangulares que fazemos e com as equipas que convidamos para jogar connosco, é em larga escala muito superior aos proporcionados pelo campeonato. Se tivéssemos uma métrica, os jogos que o campeonato nos proporciona versus torneios e particulares, torneios e particulares acaba por ser o triplo», vinca Rodrigo Magalhães. Todas estas experiências proporcionadas aos jovens refletem o «trabalho de desenvolvimento individual». «Começa com uma incidência nas idades mais baixas no desenvolvimento das ações técnicas individuais ofensivas e defensivas, mas também a tomada de decisão, conhecimento dos princípios de jogo. Mais tarde, a partir dos 14/15 anos passamos para um desenvolvimento específico naquilo que é a posição ou as posições que poderão levar o jogador ao alto rendimento no clube. É também uma matéria de investimento, um aspeto nuclear do desenvolvimento do nosso jogador, preparando-o para o alto nível competitivo», remata.

Competição exclusiva em Lisboa
A Elite Championship é um «projeto paralelo impulsionado pelo Benfica que se tornou extensível a outros clubes de Lisboa». É, no fundo, uma Liga com, por exemplo, Benfica, Sacavenense, Belenenses e Sporting. «Podemos colocar os nossos jogadores a competir com atletas de idade superior. Estamos a falar de alguns clubes desta margem e da margem sul. Criámos um conceito competitivo diferenciador», revela Rodrigo Magalhães. Pedro Mil-Homens pega na palavra para desenvolver o assunto. «A Elite Championship foi a alternativa que o Benfica criou, abaixo dos sub-12, para que essas equipas, com jogadores de 10/11 anos, não façam só um jogo ao fim de semana. Esse é o modelo que as competições oficiais convidam os clubes a ter. Por vezes faltam ideias e o Benfica teve de ir à procura da ideia», sublinha o diretor geral da formação dos encarnados."

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