"Até há cerca de 2 anos os meus vizinhos eram um casal de ingleses. Já viviam aqui quando para cá me mudei, portanto deviam ter uns 12 anos de residência no Algarve. Duas jóias de pessoa, passamos muito tempo à conversa, às vezes com futebol à mistura, não fosse ele um Cityzen inverterado. Perfeitamente adaptados à vida da aldeia, frequentavam o café do largo. Em português não sabiam sequer dizer pão. Talvez se aventurassem numa "bica".
Como eles há centenas ou milhares na região. Inseridos na sociedade, vivem e comunicam connosco. A língua não é entrave. Estamos no séc XXI. Abaixo da Serra do Caldeirão não interessa o idioma que se fala, importa o que se diz no idioma que se fala. Tal como não incomoda que o resto do país nos apelide de ingleses ou faça piadas com uma campanha cultural de sucesso chamada Allgarve.
Atacar um estrangeiro por não falar português revela não só parolice bacoca, como também falta de Mundo e noção. Tal como matemática, além de vontade, aprender línguas requer também vocação. E conforto a expressar-se em público. Extrapolar para falta de respeito pelas pessoas e pelo pais só está ao alcance de quem se pronuncia com má fé. Especialmente se as considerações se reportarem apenas a um indivíduo do alargado universo, que por acaso faz o favor de não se expressar no seu idioma materno. Cabe ao SL Benfica, clube que preza a multiculturalidade, colocar um ponto final nesta brincadeira. Em português, inglês e alemão."
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