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sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

NA FINAL FOUR DA TAÇA DA LIGA



 Vendaval ofensivo vale final four da Taça da Liga

Benfica carimbou o bilhete para Leiria, após vencer o AVS, por 4-1.
O Benfica está na final four da Taça da Liga, após vencer nesta quinta-feira, 21 de dezembro, no Estádio da Luz, o AVS, por 4-1, em desafio da 3.ª jornada do Grupo B da prova. Di María, João Mário, Tiago Gouveia e um autogolo fizeram o resultado. O Estoril é o adversário na meia-final.
Nem o frio, nem as compras de Natal de última hora impediram que 48 959 espectadores estivessem presentes no Estádio da Luz para empurrarem o Benfica para a sua 13.ª meia-final da Taça da Liga, a 5.ª no formato de final four.
Para chegar a Leiria, Roger Schmidt escalou praticamente o mesmo onze que havia batido o SC Braga (0-1), no domingo, 17 de dezembro. A única alteração aconteceu na defesa, ao entrar Tomás Araújo para o lugar de Otamendi, com o central português a reeditar, assim, dupla com António Silva.
A título de curiosidade, a última vez em que os dois tinham formado parceria no centro da defesa foi em 25 de abril de 2022, quando os Sub-19 do Benfica conquistaram a Youth League, ao bateram o FC Salzburgo, por 0-6.
Assim, o Benfica entrou em campo para o desafio com o AVS com o seguinte onze: Trubin, Aursnes, Tomás Araújo, António Silva, Morato, João Neves, Kökcü, Di María, João Mário, Rafa e Tengstedt.
Cantado o Ser Benfiquista, a bola começou a rolar, e não foi preciso esperar muito para o primeiro "bruaá" na Luz.
Pressão alta encarnada, Aursnes antecipou-se a um adversário, deu para Rafa, e este entregou a Di María, que cruzou para o interior da área. A bola sofreu um desvio, ficou à mercê de João Mário, que aplicou um remate a meia altura, que esbarrou numa grande defesa de Pedro Trigueira (1').
Aos 8' foi a vez de Tengstedt, descaído no lado esquerdo, testar atenção do guardião do AVS, com um remate rasteiro, após passe de trivela de Rafa.
Cinco minutos volvidos, a Luz presenciou um momento memorável de futebol. João Neves ganhou a bola dentro do seu meio-campo, esquivou-se a dois adversários, galgou uns bons metros, voltando a deixar um oponente para trás. Já dentro do meio-campo do AVS, entregou a bola a Kökcü, e este, com um potente tiro a cerca de 30 metros da baliza, fê-la embater com estrondo na barra (13'). Na recarga, Tengstedt rematou contra um jogador adversário.
Tinha passado o perigo para o AVS, contudo, a baliza ainda estava a abanar, fruto do remate do turco, quando o Benfica voltou a "cheirar" o golo. Remate de Di María, à entrada da área, a bola a resvalar num defesa contrário, e a passar ligeiramente por cima (14').
Pouco depois, aos 20', Kökcü voltou a visar a baliza, com o seu tiro, junto à meia-lua, a passar rente ao poste direito da baliza de Trigueira.




Mas o futebol é fértil em surpresas e em golos contra a corrente do jogo, e foi exatamente isso que aconteceu aos 21'. Numa transição rápida, Mercado rematou muito forte e colocado para o fundo das redes (0-1, aos 21').
Ora, o resultado em nada espelhava o que se passa no relvado da Luz e Di María encarregou-se de o emendar (31'). Jogada de antologia de João Neves, com o jovem médio, sempre em movimento, a deixar três adversários para trás, a conseguir evitar o corte de outro oponente e, no momento certo, a entregar a Rafa. Este, com apenas dois toques na bola – reação e passe –, serviu o argentino, que atirou, sem hipóteses, para as malhas (1-1, aos 31').
A cambalhota esteve perto de acontecer aos 36', quando João Mário, lançado por Di María, surgiu isolado pelo lado direito e tentou servir Tengstedt, mas viu um jogador do AVS cortar a bola, ainda que em direção da baliza, valendo, de pronto, os reflexos de Pedro Trigueira.
Outra "máxima" do futebol é que "tantas vezes o cântaro vai à fonte que acaba por lá ficar". Uma vez mais, Di María e João Mário numa jogada que contou ainda com a participação especial de Aursnes.
O argentino entregou a bola ao internacional norueguês, com este, bem ao seu jeito, a servir o camisola 20, que, à boca da baliza, só teve de encostar para o fundo da baliza (2-1, aos 44').
Estava consumada a reviravolta dos comandados de Roger Schmidt e colocada justiça no marcador (os 11 remates das águias contra apenas dois do AVS comprovavam a diferença), tendo sido com o placar em 2-1 que o intervalo chegou ao Estádio da Luz. A final four da Taça da Liga estava a 45 minutos distância.
O segundo tempo começou praticamente com um golo anulado ao AVS, por claro fora de jogo de Nené (47'), num lance em que a defesa do Benfica fez o que ditam as regras e subiu em bloco, provocando a posição irregular ao experiente avançado brasileiro.
De modo a não deixar a equipa contrária crescer animicamente com o lance, o Benfica reagiu, acelerou o jogo e, dois minutos depois, no lado direito, Di María cruzou tenso para o interior da área, mas viu Alaba tocar para canto.
A um minuto da hora de jogo, tripla alteração nas águias: saíram Tengstedt, Rafa e João Mário, entraram Arthur Cabral, Tiago Gouveia e Guedes.
Com a saída de João Mário, ocorreu um momento simbólico na Luz, pelo facto de a braçadeira de capitão passar para o braço de António Silva.
Mesmo sem o ritmo frenético do primeiro tempo, o Benfica continuou dono e senhor do jogo, a controlar as operações, e praticamente instalado no meio-campo do AVS.
Ora, se as jogadas do 1-1 e do 2-1 já tinham levado as bancadas da Luz ao rubro, a do 3-1 não ficou atrás. Grande receção orientada de Kökcü, que tirou um adversário do caminho, e, após galgar uns metros, o internacional pela Turquia picou a bola em direção à corrida de Tiago Gouveia.
O médio/extremo recebeu a bola em movimento e, ao ver Pedro Trigueira adiantado, fez-lhe um chapéu que só parou quando a bola beijou a parte de dentro da rede, levando os adeptos ao delírio (3-1, aos 65').
Antes do reatamento da partida, Roger Schmidt tirou Kökcü da partida, para fazer entrar Florentino (67').
No minuto seguinte, novo golo das águias. Livre cobrado por Di María, que percebeu que Guedes pedia a desmarcação no lado direito do ataque. O campeão do mundo pela Argentina em 2022 endossou-lhe a bola, com este a recebê-la e, completamente sozinho, a ir em direção à baliza. Sem oposição, o atacante, de pronto, colocou-a no interior da pequena área à mercê de um desvio certeiro. Arthur Cabral estava pronto para emendar para dentro, mas Anthony, defensor do AVS, cortou para dentro da própria baliza (4-1, aos 68').
Arthur Cabral estava com fome de golo e, aos 73', apareceu em boa posição, preparou o remate e executo-o, mas viu, in extremis, um adversário cortar para canto.
No minuto seguinte foi Tiago Gouveia a "cheirar o golo" – o bis –, com um remate cruzado, em cima da entrada da grande área, mas a bola passou muito perto do poste direito.
Aos 81', belíssima defesa de Trubin, após remate forte e cruzado de Vasco Lopes, no lado esquerdo.
Quatro minutos volvidos, Guedes (um dos sete jogadores da formação do Clube que estiveram em campo) ficou muito perto de marcar. Soberbo passe do protagonista do lance anterior, que deixou o atacante isolado na cara de Trigueira, mas este, ao tentar fintar o guardião, deixou-se antecipar por um defensor contrário.
A quatro minutos dos 90, última alteração no Benfica: saiu Morato e entrou Jurásek.




Os restantes minutos do encontro (com três de compensação) foram jogados a ritmo de cruzeiro.
Quando chegou, o derradeiro apito confirmou a presença do Benfica na final four da Taça da Liga, em Leiria, onde vai medir forças com o Estoril, na meia-final.
Depois de 2008/09, 2009/10, 2010/11, 2011/12, 2012/13, 2013/14, 2014/15, 2015/16, 2016/17, 2018/19, 2020/21 e 2021/22, o Benfica volta a marcar presença nas semifinais da Taça da Liga.
De realçar que o formato de final four da prova existe desde 2016/17 – o Benfica foi um dos quatro estreantes – e, daí para cá, as águias marcaram presença por quatro vezes: 2016/17, 2018/19, 2020/21 e 2022/22.
Os encarnados conquistaram a prova por sete vezes: 2008/09, 2009/10, 2010/11, 2011/12, 2013/14, 2014/15 e 2015/16.

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