"Na Luz e no Dragão, ao cansaço físico há a acrescentar a fadiga ao treinador e a uma administração a cheirar a bafio; nunca terá havido momento tão propício a um leão... campeão
Quase duas semanas sem competição parece uma eternidade para os adeptos mas servem para os treinadores dos grandes clubes fazerem o que não conseguem na vertigem do dia a dia, com jogos espaçados entre um piscar de olhos. Jogar e recuperar; jogar e recuperar outra vez; outra vez ainda… Foi até aqui a cansativa rotina de clubes como Sporting, Benfica e FC Porto. Por isso, nestas quase duas semanas sem competição, ainda que sem os internacionais por perto, leões, águias e dragões podem descansar e afinar táticas.
Só que cansaço é, nesta altura de decisões, palavra de ordem não apenas no relvado mas também fora dele. E é aqui que o Sporting começa a ganhar em relação aos rivais na luta pelo título. Raramente é assim nesta altura do ano mas também por isso será pelos sportinguistas considerado imperdoável que os leões de Amorim não saibam aproveitar a oportunidade para serem campeões pela segunda vez numa tão curta janela de tempo.
Explicando: a fadiga de que Rúben Amorim se queixou e se verificou sobretudo nos jogos com o Farense e com a Atalanta é a única com que os leões se têm de preocupar, podendo agora geri-la no recato da Academia. Já na Luz e no Dragão, ao cansaço físico há a acrescentar o cansaço ao treinador e às recentes trapalhadas de uma administração que tem muita história para glorificar mas que cheira cada vez mais a bafio.
Ou seja, o momento joga a favor dos leões. Ultrapassaram os meses de fevereiro e de março na liderança (mesmo com menos um jogo) e reina a união - os resultados da equipa de Amorim conseguiram unir o que algumas políticas que a administração de Varandas separou e solidificar o sucesso das que foram bem acolhidas.
Já na Luz, onde mora o plantel mais forte de Portugal, assobia-se mais as escolhas do treinador e aplaude-se menos os golos. Há jogadores que pedem mais protagonismo (em entrevistas fora de tempo) do que pontos alguma vez já deram à equipa - o estatuto que Kokçu reclama é descabido porque não conquistado. E a Norte, onde o atraso para o líder é já de sete pontos (que podem ser 10), a corrente de união que dura há 40 anos pode até não se quebrar, provavelmente não será ainda quebrada, mas está tão ferrugenta que até parece que o Dragão se transformou em Alvalade de outros tempos…
Já aqui escrevi que o plantel leonino é curto, já aqui escrevi que nisso o treinador tem culpa por ter preferido grupos pequenos em demasia - basta um lesionado, dois no máximo, para o banco não ter as soluções exigidas - e acrescento agora que a administração também embarcou em contratações de inverno que nada acrescentaram e que duvido venham alguma vez acrescentar. Mas se o momento conta, então nunca terá havido um tão propício a um leão... campeão."
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