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quarta-feira, 29 de maio de 2024

O GOLO É QUEM MAIS ORDENA



 "O último jogo do campeonato mostrou-nos um retrato fiel daquilo que foi a época benfiquista: inúmeras oportunidades de fechar o resultado e uma total ineficácia diante da baliza.

Fala-se do treinador, fala-se de laterais, fala-se de muitas coisas. Mas na verdade, sobretudo se olharmos para as competições domésticas, o que faltou ao Benfica foi um finalizador.
Os nossos melhores marcadores na Liga foram Rafa e Di Maria. O primeiro ponta-de-lança (Marcos Leonardo, que foi titular só em 3 ocasiões) surge no 25.º lugar na tabela dos artilheiros com 7 golos. Arthur Cabral (titular 13 vezes) aparece na 32.ª posição com 6 golos. E Tengstedt (titular 8 vezes), na 58.º com apenas 4 golos. De sublinhar que o Benfica anotou menos 19 golos do que o campeão Sporting. E que só espanhol do Arouca (Rafa Mujica) festejou mais vezes (20) do que a soma dos 3 pontas-de-lança encarnados, o que não deixa de ser embaraçoso.
Se olharmos para a última década, encontramos avançados como Cardozo, Jonas e Darwin, mas também Lima, Jiménez, Mitroglou, e mesmo Seferovic ou Vinícius. Na última época tínhamos Gonçalo Ramos, que, além de marcar, era o primeiro defensor assim que a equipa perdia a bola.
Toda a temporada 2023-24 foi uma busca infrutífera para encontrar soluções credíveis para o eixo do ataque. Sem o conseguir, o Benfica, mesmo equilibrando o confronto directo com o Sporting, acabou por ceder 16 pontos perante não candidatos ao título - o que se revelou fatal nas contas finais.
No fim do dia, os resultados e as classificações resumem-se a números. Sem eficácia, não há títulos.

PS: Quem não tem problemas desses é a equipa feminina, que fez história ao vencer todos os títulos nacionais em disputa. Então de parabéns as meninas de Filipa Patão, que não se cansam de nos dar alegrias."

Luís Fialho, in O Benfica

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