Páginas

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

NÃO PODE SER



 "1. Vamos diretamente ao assunto. Bom, na verdade, não é diretamente que vamos ao assunto porque, primeiro, devo partilhar uma máxima que sempre ouvi ao meu avô quando nas bancadas da Luz, no estádio antigo, não neste, despontavam manifestações de impaciência ou mesmo de agressividade dirigidas a jogadores do Benfica. Sim, porque os assobios que João Mário escutou no sábado na nova Luz, sobretudo na segunda parte do jogo com o Casa Pia e até ser substituído, não são uma novidade absoluta no nosso clube.


2. A intensidade dessas vaias que, na ausência de Otamendi, o capitão do Benfica teve de suportar talvez tenha sido mais brutal do que as que ouvi quando comecei a ir ao futebol no fim da década de 60 do século passado e que, por norma, duravam pouco. Eram, nesse tempo, fogachos episódicos não menos insultuosos, mas prontamente serenados pela presença maioritária e ativa de adeptos plenamente conscientes de que humilhar um jogador do Benfica na nossa casa é um enorme desfavor prestado ao Clube.

3. É este, como já terão entendido, o assunto principal das contas desta semana e, perdoem-me, ainda não desvendei o que aprendi de cor com o meu avô ao ouvi-lo dizer sempre, sempre a mesma coisa de cada vez que um atleta do Sport Lisboa e Benfica sofria umas assobiadelas vinda das bancadas quando não se estava a exibir da forma que os terrivelmente exigentes exigiam.

4. 'Assobiar um jogador do Benfica é tão feio como cuspir na sopa'. Era o que ele dizia, e ouvi-o dizer as vezes suficientes para nunca mais me esquecer. Ficou-me, felizmente. No último sábado lembrei-me muito desta máxima a que pretendo obedecer toda a vida independentemente de simpatias e de antipatias do momento e da discussão, amplamente legítima, sobre a qualidade do rendimento em campo de qualquer atleta do Benfica.

5. O que se passou com João Mário no sábado foi tão feio como cuspir na sopa. Estes comportamentos têm consequências ultranegativas para o Benfica, sendo a primeira delas a dissolução do espírito solidário que nos deveria ligar nos momentos de fraqueza como é este que estamos a passar.

6. A segunda consequência é a tristeza que não pode deixar de afetar todos os jogadores da equipa principal vendo um seu companheiro ser tratado sem piedade pelo nosso público e na nossa casa. A terceira consequência é a alegria que estas anormalidades provocam no campo dos nossos maiores rivais.

Leonor Pinhão, in O Benfica

1 comentário:

  1. CONCORDO com tudo isso...
    Mas o momento atual, q se arrasta à décadas no Benfica, com todo o respeito, TAMBÉM Ñ PODE SER de maneira alguma... O Benfica precisa de SANGUE NOVO E de 1 NOVO CAMINHO, especialmente ao nivel dos dirigentes q parecem autênticos RAPA-TACHOS, como de PÃO PARA A BOCA e URGENTEMENTE e já AGORA de um Treinador com Letra GRANDE... Tudo o q seja MENOS do q isso, vai continuar a SER + DO MESMO...

    ResponderEliminar