Um SC Braga tornado inofensivo foi eliminado num jogo que praticamente teve sentido único e que terá mostrado a melhor face dos encarnados, colocando-os à beira de mais uma final.
Com um Pavlidis a atravessar o melhor momento na Luz, um Dahl a sair melhor do que a encomenda devido à versatilidade que coloca ao serviço da equipa, seja como extremo, médio interior ou a fechar como lateral e que faz lembrar um pouco o Zinchenko do City e do Arsenal ou o Raphael Guerreiro de Dortmund e agora de Munique, e ainda uma equipa estável também no plano defensivo, o Benfica eliminou com tranquilidade na Taça o SC Braga e marca agora encontro numa meia-final a duas mãos com o Tirsense, em que deverá, teoricamente, garantir mais uma presença no Jamor.
No início, as dúvidas! Seria o Benfica da Liga ou o da Taça da Liga? E a mesma pergunta poderia ser feita ao SC Braga. Será que os arsenalistas iriam expor as debilidades dos encarnados quando pressionados de forma mais acutilante como no campeonato ou acabariam por sucumbir perante uma sucessão de ataques criados pelas águias, precisamente como acontecera em Leiria?
Na verdade, durante a primeira parte, só houve um sentido em campo, o da baliza de Hornicek, com uma mão-cheia de oportunidades criadas e um golo de Pavlidis a dar tom à superioridade dos homens de Bruno Lage, mais uma vez a mostrarem maior conforto em ataques rápidos do que no jogo posicional.
Mesmo com a receção ao Barcelona nos oitavos de final da Liga dos Campeões no horizonte, percebeu-se rapidamente que as águias só estavam a jogar a partida que as opunha aos bracarenses, sinal de compromisso com a competição. Isso esteve na reação à perda da bola, o que limitou o conjunto de Carvalhal apenas ao seu meio-campo e a ações defensivas, ainda que tenha saído da cabeça de Racic uma das primeiras oportunidades (a única para os visitantes) do primeiro tempo.
Na segunda parte, o SC Braga melhorou, conseguiu ter a bola mais tempo, o que, aliando-se, à incapacidade de os locais em chegar a um segundo golo, mesmo com várias chances para tal, manteve o jogo em aberto. No entanto, tirando uma ou outra iniciativa e um ou outro corte dos centrais benfiquistas, a situação esteve sempre controlada.
Missão cumprida, agora sim, entrará o super Barça na cabeça dos encarnados. Preferencialmente, com um plano um pouco mais completo do que no último embate para que possam anular-lhe o poderio durante a totalidade dos 90 minutos. Mesmo que as probabilidades não estejam a seu favor, Bruno Lage, acho que já ninguém tem dúvidas, vai seguramente tentar.
Luís Mateus, in a Bola
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