Páginas

sábado, 27 de setembro de 2025

UM BENFICA ESGOTADO IA TENDO UM GRANDE GALO


Apesar de uma entrada em falso, o Benfica completou a reviravolta no marcador e susteve o ímpeto adversário, vencendo o Gil Vicente, por 2-1, na 7.ª jornada da Liga Betclic. O encontro realizou-se na noite desta sexta-feira, 26 de setembro, no Estádio da Luz.
Lukebakio – que se estreou a titular – e Schjelderup alinharam no onze inicial eleito por José Mourinho, comparativamente ao da última partida (1-1, ante o Rio Ave, em jogo em atraso da 1.ª jornada da Liga Betclic), rendendo Ivanovic e Barrenechea, suspenso por acumulação de amarelos.
Assim, a equipa titular escalada pelo técnico benfiquista foi a seguinte: Trubin, Dedic, António Silva, Otamendi, Dahl, Aursnes, Richard Ríos, Sudakov, Lukebakio, Schjelderup e Pavlidis. Destaque ainda para a presença de Gonçalo Moreira no banco de suplentes, naquela que foi a primeira convocatória do médio made in Benfica.
Benfica-Gil Vicente-64
Foram os visitantes que entraram melhor no duelo, com uma grande chance nos primeiros segundos de jogo (1'). À entrada da área, Pablo picou para Murilo, que, no coração da área, rematou forte e à queima-roupa para uma parada gigante de Trubin, tendo Dedic cortado a recarga.



Aos 9', o Gil Vicente dispôs de um livre no semicírculo da área, por falta de António Silva sobre Santi García. No entanto, no início da jogada, o defesa sofreu uma entrada muito dura de Pablo, não assinalada. Na execução da bola parada, aos 11', Luís Esteves atirou potente e colocado para o 0-1.



 

Pouco depois, aos 15', Murilo cobrou um canto diretamente à baliza, mas Trubin, atento, sacudiu para fora.
A reação benfiquista arrancou no minuto 18. Servido por Dahl, Pavlidis entrou na área oponente e deixou em Schjelderup, que efetuou o cruzamento pelo corredor esquerdo. Zé Carlos intercetou a bola, mas esta sobrou para o internacional grego, que bateu Andrew com um disparo de pé esquerdo por entre as pernas do guarda-redes (1-1).
Benfica-Gil Vicente-16
Os gilistas voltaram à carga com dois lances no minuto 23: Agustin trabalhou sobre a esquerda, conseguiu entrar na área encarnada e rematou para defesa segura de Trubin; e Pablo, à entrada da área, atirou em arco, perto do alvo.
No minuto seguinte (24'), Otamendi lançou Lukebakio nas costas da defesa minhota com um excelente passe longo. O internacional belga recebeu a bola com qualidade e, na área, foi derrubado por Buatu e Konan, sendo assinalada grande penalidade. Da marca dos 11 metros, Pavlidis disparou de pé direito para o centro da baliza, junto à trave, com força, e consumou a cambalhota no resultado (2-1). Bis do camisola 14, que seria eleito Man of the Match.



Até ao descanso, os encarnados continuaram a criar perigo, principalmente por intermédio de Lukebakio. À passagem dos 31', o extremo ganhou a bola na direita e, já à entrada da área, atirou em arco ao lado da baliza.
Benfica-Gil Vicente-6
Três minutos depois (34'), Aursnes colocou a bola em Lukebakio, que avançou em velocidade pelo corredor direito, entrou na grande área e tornou a rematar em arco com o pé esquerdo, desta feita mais perto do poste esquerdo, mas igualmente para fora.
Já aos 42', Lukebakio virou o jogo para Schjelderup, à esquerda, o qual cortou para dentro e devolveu ao internacional belga, que, à entrada da área, disparou rasteiro para as mãos de Andrew.
A fechar o 1.º tempo (45'+4'), Richard Ríos recuperou a bola no miolo e lançou Lukebakio, que, na área, à direita, atirou cruzado, de pé direito, a rasar o poste esquerdo da baliza.




Durante o intervalo, perante os 57 358 espectadores na Catedral, as equipas Sub-17 e Sub-15 de futebol do Benfica, campeãs nacionais dos respetivos escalões na época 2024/25, foram homenageadas no relvado.
As Benfica Escolas de Futebol, que completaram 30 anos de existência neste dia, tiveram igualmente direito a um tributo durante o descanso. Ademais, ainda antes do apito inicial, alguns jovens das BEF receberam efusivamente os jogadores benfiquistas, no momento da chegada do Vermelhão ao Estádio da Luz.
Os galos voltaram a entrar bem na etapa posterior. Aos 46, após um contra-ataque, Santi García rematou de fora da área para defesa apertada de Trubin. Na recarga, Luís Esteves disparou para nova intervenção exigente do internacional ucraniano.
No canto consequente (47'), Murilo colocou o esférico ao primeiro poste, onde Santi García recebeu e, de forma acrobática, visou a baliza, tendo Trubin evitado o tento com uma defesa de recurso, a meias com a trave.
Benfica-Gil Vicente-31
No 49.º minuto, o Gil Vicente conseguiu marcar. Na sequência de uma arrancada de Konan, pela esquerda, Joelson Fernandes cruzou para remate certeiro de Pablo na pequena área. Contudo, o lance foi corretamente anulado pelo videoárbitro. "Após revisão VAR, o jogador n.º 9 está em fora de jogo", anunciou o árbitro.
Cinco minutos volvidos (54'), no final de um contragolpe, Murilo, à direita, fletiu para dentro e, de longe, estremeceu a barra com um tiro veloz.
Na resposta das águias, aos 58', executada na sequência de um livre, Lukebakio rematou à entrada da área para encaixe de Andrew.



Dez minutos depois (68'), José Mourinho mexeu na equipa pela primeira vez, retirando Lukebakio e Schjelderup e lançando Ivanovic e Barreiro.
Benfica-Gil Vicente-3
O internacional croata tentou a sua sorte aos 71', ajeitando o esférico com classe à entrada da área antes de atirar desenquadrado.
Trubin teve de voltar a aplicar-se no 75.º minuto. Nas sobras de um canto, em posição frontal de fora da área, Luís Esteves rematou colocado para mais uma boa estirada do guardião.
A 10 minutos do fim do tempo regulamentar (80'), João Rego e Tomás Araújo entraram em jogo, para os lugares Sudakov e Dahl.
Benfica-Gil Vicente-55
Com muita entrega, coesão e inteligência, a formação vermelha e branca não concedeu mais oportunidades aos oponentes até ao apito final e assegurou a conquista dos 3 pontos.
Assim, até ao término, registou-se apenas a expulsão de Hevertton – por acumulação de amarelos, após faltas duras sobre João Rego (90'+4') e Barreiro (90'+9') – e a entrada de João Veloso (90'+9'), que substituiu Pavlidis.
O Benfica reentra em campo às 20h00 de terça-feira, 30 de setembro, numa deslocação a Stamford Bridge, em Londres, para medir forças com o Chelsea, num encontro na 2.ª jornada da fase de liga da Liga dos Campeões.


DESTAQUES DO BENFICA
Extremo belga teve combustível para 68 quilómetros e algumas acelerações entusiasmaram a plateia; Avançado grego rematou duas vezes e marcou dois golos
O melhor em campo: Pavlidis (7)
Se Lukebakio meteu a gasolina que alimentou o (pouco) entusiasmo dos encarnados, Pavlidis conduziu a equipa à meta, ou seja, ao triunfo. Rematou duas vezes, marcou dois golos. No primeiro, aproveitou um mau desvio de Zé Carlos para disparar forte de pé esquerdo, no coração da área. No segundo, rematou forte com o pé direito na marcação do penálti, a bola foi praticamente para o centro. Matador e avançado de finalização, foi um ponto de referência do ataque sempre muito distante dos companheiros, que raramente lhe entregaram a bola em condições. Sempre marcado de perto, ganhou 10 dos 14 duelos, pelo ar e pela relva, e passou mais tempo a correr atrás da bola, a tentar pressionar os adversários, que a ameaçar Andrew. Fez aquilo que se pede a um avançado e ganhou o jogo.




Trubin (6) — Ao primeiro minuto estava a salvar a equipa, com defesa sensacional com a mão direita após remate de Murilo. Duas defesas também muito boas a remate de Santi e depois a recarga de Luís Esteves no mesmo lance (47). Após um canto desviou disparo de Santi para a barra (47’) e aos 76’ teve de voar para a esquerda para travar remate de Luís Esteves. Mas também poderia ter feito melhor no golo sofrido — ainda tocou com a mão esquerda mas a bola vai para o lado dele.
Dedic (4) — Corte importantíssimo na recarga de Agustín no primeiro minuto. Pareceu sem capacidade física e, por isso, praticamente não ajudou no ataque. Estava a passar despercebido até ser protagonista de dois lances negativos — Agustín deitou-o antes de rematar para defesa de Trubin; perdeu a bola para Agustín em lance perigoso finalizado por Pablo (23’). Na segunda parte, foi batido por Konan na esquerda e depois deixou Joelson cruzar, no lance em que o golo do Gil Vicente foi anulado. Muitas dificuldades com Joelson na segunda parte.
António Silva (4) — Falhou intervenção com a cabeça que permitiu a Pablo isolar Murilo (1’). Perdeu bola para Pablo em lance ofensivo (sofreu falta) e depois derrubou Agustín à entrada da área (10’) — deu golo de Luís Esteves. Intranquilo e inseguro, somou um bom corte de cabeça aos 78’.
Otamendi (7) — Manteve a calma quando ao lado dele, sobretudo no final, muitos tremiam como varas verdes. Grande passe longo a isolar Lukebakio, no lance do penálti que originou o golo da vitória. Ganhou vários lances de cabeça a Pablo, serviu, com serenidade, os companheiros da frente através de lançamentos longos. E prevaleceu numa altura em que outros ameaçavam cair.
Dahl (4) — Mal a sair para o ataque e com muitas dificuldades combinar com Schjelderup. Pouca verticalidade. Esteve envolvido no golo a servir, na primeira tentativa, Pavlidis (18’). Aos 47’ não matou contra-ataque perigoso do Gil Vicente. Aos 49’ deixou Pablo cabecear nas costas para golo que seria anulado. Lance ofensivo interessante aos 57’ quando sofreu falta dura à entrada da área.
Ríos (4) — Aos 90+3' foi batido, por falhar o tempo de entrada, por Konan, que já estava lesionado, lance que resume a desorientação final. Não acertou no tempo e espaço de pressão, até parece que ainda não sabe bem o que fazer e como fazer. Tentou apoiar Lukebakio no ataque e desprotegeu Dedic a defender. Nota positiva para passe a isolar Lukebakio aos 45+3’.
Aursnes (4) — Médio mais recuado, sem capacidade física para se impor aos adversários. E também foi incapaz de iniciar os ataques. No final, foi dos poucos com calma e a jogar mais com razão que com coração.
Sudakov (5) — Remate muito por cima em livre descaído pela esquerda e um bom passe a servir a velocidade foi o melhor que se viu na primeira parte. Na segunda ainda conseguiu libertar-se da teia minhota algumas vezes para ligar o meio-campo com o ataque.
Lukebakio (7) — Não tem gasolina para 90 minutos mas acelerou com gasolina super. Foi o único capaz de criar desequilíbrios individuais e algum entusiasmo na bancada. Nem tudo lhe correu bem, houve cruzamentos errados e dribles falhados, até um passe para trás que causou calafrios aos companheiros. Mas rematou quatro vezes, uma delas com perigo, e ganhou, numa diagonal, vantagem aos defesas minhotos para ser derrubado em falta na área. Penálti e golo do Benfica. Saiu aos 68 quilómetros, ou seja, 68 minutos.
Schjelderup (4) — Dos seus pés saiu o centro para Zé Carlos desviar mal e Pavlidis marcar. Só teve mais uma ação positiva quando serviu Lukebakio à entrada da área, ainda na primeira parte. Pouco intenso a defender, aos 55’ deixou Murilo rematar à barra.
Leandro Barreiro (5) — Entrou para ajudar a pressão, mais do que para ser uma referência na saída para o ataque. Deu energia ao meio-campo.
Nuno Paralvas, in a Bola

Sem comentários:

Enviar um comentário