Com um golo a abrir de Dahl e outro a fechar de Barreiro, o Benfica venceu o Ajax em Amesterdão, por 0-2, na 5.ª jornada da fase de liga da Liga dos Campeões.
Numa exibição com "cérebro" e "coração", tal como José Mourinho havia solicitado na antevisão do embate, o Benfica bateu o Ajax, por 0-2, nesta terça-feira, 25 de novembro, na Johan Cruijff Arena, numa partida da 5.ª jornada da fase de liga da Liga dos Campeões.
O treinador benfiquista apresentou Trubin, Dahl, Richard Ríos, Barreiro e Sudakov como novidades no onze inicial, comparativamente ao eleito para o embate da Taça de Portugal com o Atlético CP (0-2). Em sentido inverso, Samuel Soares, Tomás Araújo, Rodrigo Rêgo, João Rego e Ivanovic transitaram para o banco de suplentes.
Assim, os titulares encarnados em Amesterdão foram os seguintes: Trubin, Dedic, António Silva, Otamendi, Dahl, Barrenechea, Richard Ríos, Barreiro, Aursnes, Sudakov e Pavlidis.
As águias entraram a todo o gás na contenda, assumindo a dianteira logo aos 6'. Num canto à direita, Sudakov levantou a bola para a área, Richard Ríos cabeceou para uma defesa difícil do guarda-redes Jaros, e o esférico sobrou para o espaço ocupado por Dahl na zona de rigor, com o lateral a aplicar um violento remate de pé esquerdo ao ângulo superior direito (0-1).
Menos de 10 minutos volvidos (15'), Dahl recuperou a bola à esquerda do meio-campo oponente, adiantou para Barreiro, e este colocou em Pavlidis na área, tendo o avançado disparado potente muito próximo da baliza.
Contudo, com o desenrolar da 1.ª parte, o Ajax, em desvantagem, foi assumindo maior iniciativa de jogo. Com menos bola para atacar, o Benfica cerrou fileiras e, cerebralmente organizado, concedeu pouco espaço aos oponentes.
Deste modo, o duelo afastou-se das balizas no remanescente da metade inaugural, com exceção para um lance aos 33', no qual, à direita, Bounida picou para Klaassen, que, na área, sem deixar a bola cair, atirou forte e à queima-roupa para uma enorme parada de Trubin.
Regressados dos balneários, os neerlandeses criaram duas ocasiões de perigo no arranque da etapa complementar: Bounida cortou da direita para dentro e rematou forte para defesa atenta de Trubin (50'); e Taylor descobriu Weghorst na área, o qual tocou para Klaassen, que, isolado em posição privilegiada, errou o alvo (52').
Apesar da reação da equipa da casa, os benfiquistas, sempre solidários e compactos, sustiveram o ímpeto adversário e, a tempos, também ameaçaram as redes contrárias, nomeadamente com tiros de meia distância transviados de Barrenechea (53') e de Pavlidis (61').
Já à passagem dos 72', Jaros teve mesmo de se aplicar para evitar um tento vermelho e branco. Richard Ríos lançou Sudakov no contra-ataque, o qual conduziu até às imediações da área antes de entregar a Aursnes no interior da mesma, à direita. O médio atrasou ligeiramente para Dedic, e este fuzilou o guarda-redes, que defendeu instintivamente.
A única outra oportunidade dos visitados surgiu no 77.º minuto, quando, lançado à esquerda da área, Gloukh rematou de ângulo reduzido para bloqueio seguro de Trubin.
Pouco depois (81'), na primeira substituição encarnada, Tomás Araújo entrou para o lugar de Sudakov.
No último minuto do tempo regulamentar (90'), num lance repleto de coração, crença e garra, Barreiro, no meio-campo, amorteceu um alívio de Tomás Araújo e entregou a Aursnes, que esperou a subida do internacional luxemburguês e executou um preciso passe a rasgar. Numa impressionante arrancada – especialmente tendo em conta a fase avançada do jogo –, o médio ganhou na velocidade a Itakura e, já na área, finalizou de forma feroz com o pé esquerdo para o segundo golo benfiquista (0-2), que sentenciou o triunfo.
Até ao apito final, houve ainda tempo para dois momentos especiais: aos 90'+2', Manu rendeu Pavlidis e voltou à competição após a grave lesão contraída em 8 de fevereiro de 2025; e, substituindo Barreiro, Rodrigo Rêgo debutou na Liga dos Campeões – Dahl e Barreiro também se estrearam a marcar na liga milionária.
Com os primeiros 3 pontos na presente fase de liga da Liga dos Campeões no bolso, o Benfica compete no Estádio da Madeira às 18h00 deste sábado, 29 de novembro, ante o Nacional, num desafio da 12.ª jornada da Liga Betclic.
In SLBenfica
AS NOTAS DOS JOGADORES DO BENFICA:
s águias venceram em casa do Ajax, para a Champions, com dois grandes golos e boas defesas. Sem grande destaque individual, mas com equipa solidária e sólida
MELHOR EM CAMPO - Leandro Barreiro (7)
A energia do médio internacional luxemburguês nunca deixou a equipa cair e essa luz nunca se apagou, do primeiro ao último minuto do jogo. Barreiro saltou sempre na primeira linha de pressão, com Pavlidis, e tentou várias vezes movimentos em zonas de finalização. Aos 10’ teve um bom passe a desmarcar Pavlidis, aos 15’ voltou a fazer passe interessante para o companheiro do ataque. Foi muleta muito importante para o grego e para a equipa. Pressionou, recuperou bolas, tentou o remate, esteve no lance que originou canto e depois o golo de Dahl e, para fechar com justiça a boa exibição, marcou grande golo no final do desafio.
TRUBIN (7) - O ucraniano não esteve muito em jogo, mas quando foi chamado respondeu de forma competente, com boas saídas, concentração e pelo menos três defesas de grande nível: aos 33’ travou remate de Klaassen, aos 50’ negou golo a Bounida e aos 77’ impediu a festa de Gloukh.
DEDIC (6) – Está ainda à procura de maior confiança, mas já conseguiu equilibrar a solidez defensiva com o atrevimento no ataque. Teve lances prometedores pelo flanco direito, mas quase sempre travou a fundo na hora da definição. Travou duelo defensivo interessante com Mika Gods e, aos 72’, esteve perto de marcar num grande remate na passada que o guarda-redes do Ajax defendeu.
ANTÓNIO SILVA (6) – Algumas desatenções nas compensações à direita, mas boa resposta em lances de perigo iminente. Fez vários cortes determinantes, como, aos 14’, quando Weghorst ganha metros à entrada da área dos encarnados.
OTAMENDI (6) – Dominou pelo ar e junto à relva e não deu um palmo de espaço ao gigante Weghorst. Aos 33', quando o avançado se preparava para rematar a um metro de Trubin, o central argentino esticou a perna e fez um grande corte.
DAHL (6) – Grande golo, logo aos 6’, e uma exibição marcada pela competência, mas também por algumas dificuldades para fechar o flanco e deficiência na definição de lances ofensivos que poderiam ter resultado em maior perigo. Mas trabalhou muito e deu solidez ao bloco das águias.
RICHARD RÍOS (6) - Rematou de cabeça e obrigou o guarda-redes a defesa de recurso no lance do golo de Dahl, foi responsável por várias recuperações e o principal motor para acelerar a equipa, embora nem sempre de forma clarividente. Sob pressão, pensou algumas vezes mal, como no passe disparatado para os pés de Klaassen, aos 67’, que colocou a equipa em sobressalto. Esteve de novo no melhor, aos 72’, com bom passe para Sudakov construir ataque perigoso.
BARRENECHEA (5) – Sem bola teve dificuldade em ocupar os espaços defensivos e pareceu jogar quase sempre numa rotação abaixo dos restantes. Com bola jogou curto, sem risco, mas foi importante para garantir um bloco compacto e bola na posse dos encarnados.
AURSNES (6) – Muito importante a compensar a vertigem de Dedic e inteligente a receber a bola em zona central nas transições. Não foi (nem poderia ser) ala puro, mas ainda assim tentou, cruzou e, aos 72’, em envolvimento com Sudakov, passou para Dedic rematar numa grande oportunidade de golo para o Benfica. Aos 90’, foi o norueguês quem assistiu para o golo de Barreiro.
SUDAKOV (5) – Solidário a defender e com a bola nos pés a procurar sempre o passe de rutura, normalmente a tentar ganhar as costas da defesa e quase sempre de forma algo ansiosa. Mas arrastou muito os defesas neerlandeses, permitindo largura para Dahl no flanco, e variou bem o jogo. Aos 72’ conduziu lance de classe, com passe para Aursnes e remate de Dedic. Marcou o canto no golo de Dahl.
PAVLIDIS (6) – Belo trabalho a passe de Barreiro, aos 10’; grande remate, mas ao lado do poste, cinco minutos depois. Trabalhou muito, desceu para ter bola, procurou a profundidade, mas não foi noite do goleador. Aos 88’, rodou ainda antes da linha de meio-campo, correu metros, mas, já na área do Ajax, mediu mal o cruzamento para Aursnes.
TOMÁS ARAÚJO (5) - Entrou para ser garante de maior segurança, como central pela esquerda, aos 81’, mas num ou noutro lance, sobretudo nos passes para a transição, complicou e transmitiu exatamente a sensação contrária. Depois acertou e ajudou a fechar o jogo para o Benfica.
MANU SILVA (-) – Voltou a competir depois de lesão grave e quase um ano a recuperar. Não teve tempo, nem bola para se mostrar, mas o ter entrado já significa muito.
RODRIGO RÊGO (-) - Entrou já nos instantes finais da partida, sem tempo para deixar marca.
Nélson Feiteirona, in a Bola






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