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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

TECTOS SALARIAIS

Cristiano Ronaldo (de costas com adeptos do Real): Lusa

Tetos salariais

Se a FIFA decidisse que os clubes não podiam ultrapassar um limite salarial por jogador, a poupança a curto prazo seria enorme.

Esta espiral tremendamente capitalista - alimentada por empréstimos crónicos - em que os clubes entraram, tem de mudar, o buraco está demasiado escuro e qualquer dia a luz apaga-se de vez. Tanto os grandes nacionais como internacionais têm uma infindável quantidade de zeros nos seus passivos, número inimagináveis, apenas pagos ou pela constante contração de dívida, ou pelos "paizinhos" russos e árabes.
Parece retórica mas algo tem de urgentemente ser feito. Emblemas com dezenas e centenas de anos de história - muita dela brilhante e emocionante - não podem ficar à mercê de bancos ou de estrangeiros que mal conhecem o seu passado.
De entre todas as medidas que se tem falado muitas delas são demasiado complexas e ambiciosas, no entanto há uma bastante simples: estabelecer tetos salariais para os jogadores. Muito se fala em encontrar fontes extra de receita, desde a aposta na formação, renegociação da dívida com os credores, etc. Tudo isso pode e deve ser feito, mas há que ter a consciência que os resultados financeiros não chegarão de um dia para o outro.
Por outro lado, se a FIFA decidisse que os clubes não podiam ultrapassar um limite salarial por jogador, a poupança a curto prazo seria enorme, pois como todos os emblemas estariam em pé de igualdade, renovações constantes de contrato para segurar os atletas, e aliciamentos de outros clubes com ordenados estratosféricos, diminuiriam drasticamente.
Por seu turno, as estrelas continuariam milionárias mas com menos uns milhões, não seria nenhum rombo nas suas contas bancárias - menos um Ferrari e uma casa na praia.
Pensemos num clube como o Real Madrid: receitas enormes, despesas enormes, passivo enorme; se analisarmos detalhadamente os gastos madrilenos, é notório o grande peso dos ordenados nas contas finais. Imaginemos que os futebolistas teriam de reduzir os seus ganhos anuais em 25% - Ronaldo em vez de 12 passaria a receber 9 milhões, Kaká desceria de 9 para 6,75 milhões, Casillas veria os seus 6 encolherem para 4,5 milhões... Bastam estas simples contas para demonstrar que os clubes poderiam usar esta poupança para abater dívida e tornarem-se mais independentes daqueles que lhes querem "por a mão".
Obviamente muita gente influente iria ficar "triste" com estes milhões a menos, contudo está na altura do órgão supremo do futebol mundial deixar de pensar nos 1% e fazer justiça com os 99%. Poderia ser uma diminuição gradual - até 50% do que se pratica agora, por exemplo - o importante é que tornaria esta realidade injusta um pouco mais justa.

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