Foi por entre as relíquias do Museu do Desporto, no Palácio Foz, em Lisboa, que Sara Moreira recebeu o Prémio CNID para Atleta do Ano. Com Emídio Guerreiro, secretário de Estado do Desporto e da Juventude, mesmo à sua frente, de galardão na mão, ela agradeceu-o - e não largou ensejo de lançar SOS:
- O que eu fiz não foi uma crítica pela falta de apoios, muito menos uma crítica a alguém em especial, o que eu fiz foi um pedido, o pedido de que não nos abandonem à crise. No fundo, aproveitei o momento - por achar que é sempre importante referirmos que o apoio é pouco, que é fundamental reclamarmos aquilo que pensamos que temos direito.
Não, Sara não tem grandes dúvidas: se se mantiver a política de cortes brutais que se está a impor ao atletismo, o atletismo pode morrer:
- Não digo que uma morte seja súbita, mas sim, a médio e longo prazo, morrerá. Porque se não houver apoios, se não houver investimentos, não haverá renovação e não havendo renovação, daqui por meia dúzia de anos, ou se calhar menos, já não haverá atletas. Mas, deixe-me dizer-lhe mais: falando dos apoios que não temos, eu não me queixei por mim, não me queixei só pelo atletismo, queixei-me por todas as outras modalidades - e queixei-me pelo futuro que não podemos perder, quando há, afinal, tantas coisas que se estão a perder...
E entre essas coisas que se vão perdendo, perdem-se clubes, clubes históricos, como o seu, o Maratona:
- É verdade, o fim do Maratona é uma decisão do presidente Carlos Móia que eu lamento. No meu caso, contudo, tenho mais um ano contrato, apesar de ainda não estar completamente definida a minha situação, quero cumpri-lo...
Ou seja: Sara Moreira afasta o rumor de que, tal como Dulce Félix, esteja a caminho do Benfica:
- Sei que se dizem coisas, mas as coisas que se dizem não fazem sentido. Da parte do Benfica, ninguém falou comigo e repito: o que eu quero é cumprir o ano de contrato que ainda tenho com o Maratona, mesmo ficando só no Maratona, que não é a situação que mais me agrada, como imagina, preferia ficar com uma equipa - e mesmo sem a Dulce, poderíamos continuar a ganhar, eu acho. No entanto, o meu grande objetivo para a próxima época é Zurique, são os Europeus. O bebé nasce em finais de outubro, princípio de novembro - e se a recuperação correr como espero, posso chegar lá, aos Europeus, com a hipótese de lutar por uma medalha. É o meu desejo - e que seja ainda ao serviço do Maratona.
Por entre magote de VIP, Carlos Móia. Contei-lhe da conversa de Sara Moreira - e o presidente do Maratona deixou em fiança:
- É verdade, a Sara tem mais um ano de contrato, se quer cumpri-lo, tudo bem. Se admito, então, ficar com ela isoladamente no Maratona que decidira fechar portas à alta competição? Admito, claro. É um privilégio para nós esse desejo emocional dela - e a Sara, depois de regressar da aventura mais bela que pode haver: ser mãe, pode ajudar-nos muito ainda, quer nas pistas, quer nas ações sociais que o Maratona vai querer continuar a fazer, mesmo deixando de ganhar Taças dos Campeões Europeus...
- O que eu fiz não foi uma crítica pela falta de apoios, muito menos uma crítica a alguém em especial, o que eu fiz foi um pedido, o pedido de que não nos abandonem à crise. No fundo, aproveitei o momento - por achar que é sempre importante referirmos que o apoio é pouco, que é fundamental reclamarmos aquilo que pensamos que temos direito.
Não, Sara não tem grandes dúvidas: se se mantiver a política de cortes brutais que se está a impor ao atletismo, o atletismo pode morrer:
- Não digo que uma morte seja súbita, mas sim, a médio e longo prazo, morrerá. Porque se não houver apoios, se não houver investimentos, não haverá renovação e não havendo renovação, daqui por meia dúzia de anos, ou se calhar menos, já não haverá atletas. Mas, deixe-me dizer-lhe mais: falando dos apoios que não temos, eu não me queixei por mim, não me queixei só pelo atletismo, queixei-me por todas as outras modalidades - e queixei-me pelo futuro que não podemos perder, quando há, afinal, tantas coisas que se estão a perder...
E entre essas coisas que se vão perdendo, perdem-se clubes, clubes históricos, como o seu, o Maratona:
- É verdade, o fim do Maratona é uma decisão do presidente Carlos Móia que eu lamento. No meu caso, contudo, tenho mais um ano contrato, apesar de ainda não estar completamente definida a minha situação, quero cumpri-lo...
Ou seja: Sara Moreira afasta o rumor de que, tal como Dulce Félix, esteja a caminho do Benfica:
- Sei que se dizem coisas, mas as coisas que se dizem não fazem sentido. Da parte do Benfica, ninguém falou comigo e repito: o que eu quero é cumprir o ano de contrato que ainda tenho com o Maratona, mesmo ficando só no Maratona, que não é a situação que mais me agrada, como imagina, preferia ficar com uma equipa - e mesmo sem a Dulce, poderíamos continuar a ganhar, eu acho. No entanto, o meu grande objetivo para a próxima época é Zurique, são os Europeus. O bebé nasce em finais de outubro, princípio de novembro - e se a recuperação correr como espero, posso chegar lá, aos Europeus, com a hipótese de lutar por uma medalha. É o meu desejo - e que seja ainda ao serviço do Maratona.
Por entre magote de VIP, Carlos Móia. Contei-lhe da conversa de Sara Moreira - e o presidente do Maratona deixou em fiança:
- É verdade, a Sara tem mais um ano de contrato, se quer cumpri-lo, tudo bem. Se admito, então, ficar com ela isoladamente no Maratona que decidira fechar portas à alta competição? Admito, claro. É um privilégio para nós esse desejo emocional dela - e a Sara, depois de regressar da aventura mais bela que pode haver: ser mãe, pode ajudar-nos muito ainda, quer nas pistas, quer nas ações sociais que o Maratona vai querer continuar a fazer, mesmo deixando de ganhar Taças dos Campeões Europeus...
fonte:abola
Sem comentários:
Enviar um comentário