90 minutos em ansiedade
1. O Benfica apenas se pode queixar de si próprio nesta igualdade frente ao Moreirense, sendo transversal a ansiedade que se apoderou dos seus jogadores, sobretudo no momento da finalização. Só na primeira parte contei cinco claras ocasiões de golo que não tiveram o melhor desfecho. Este foi o principal adversário com que o Benfica se deparou e para o qual não encontrou solução eficaz para a contornar no decorrer dos 90 minutos,
Meio que não desequilibrou
2. O Benfica não entrou bem no jogo e somente criou o primeiro lance de perigo passavam mais de 20 minutos do início do encontro. Nesta fase, sentou muitas dificuldades para ultrapassar a grande organização defensiva do Moreirense, que contava com duas linhas muito fechadas. Apesar disso, nunca esteve em causa o domínio do Benfica na partida e os lances para marcar. Perante a necessidade de contestar o bloco defensivo do Moreirense, ao Benfica faltou alguém no corredor central que tivesse outra capacidade de proporcionar velocidade e, consequentemente, instalasse desequilíbrios na defesa do Moreirense, provocando ainda maiores dúvidas nas marcações. O Moreirense viveu largo tempo a defender, mas encontrou momentos para se mostrar na frente, essencialmente em contra-ataques e ataques rápidos, dois deles chegando muito perto da baliza de Vlachodimos, que evitou que o Moreirense se adiantasse mais cedo no marcador.
Desconforto no jogo directo
3. O Benfica teve uma entrada muito forte na segunda parte. Exemplo disso foi o lance que deu origem ao primeiro penálti falhado por Pizzi e, logo a seguir, ainda muito pressionante, chegou a um golo, que seria invalidado. Percebendo a dificuldade em chegar à baliza de Passinato, Bruno Lage habilitou Dyego Sousa, apostando em dois pontas de lança- Aborda a partida, então, a partir de um 4x4x2 - ainda a faltar um médio-ofensivo - e a abusar do jogo directo, estilo ao qual o Benfica não se sente confortável a jogar. De certa forma, esta mudança deixou o Moreirense ainda mais cómodo. Isto tudo não invalidou que o Benfica tivesse continuado a ter oportunidades de marcar.
Obstáculo Pasinato
4. Novamente numa situação de ataque rápido, partindo de um bloco baixo, o Moreirense adiantou-se no marcador. A ansiedade do Benfica acentuou-se e, desde então, passou a jogar mais com o coração, chegando justamente ao empate. O Benfica, repito, foi muito penalizado pela ansiedade, que se traduziu numa enorme ineficácia. E ainda se deparou com a figura de jogo: Mateus Pasinato. O guarda-redes do Moreirense fez várias defesas a evitar o golo do Benfica, segurando o empate em condições difíceis."
Vítor Pontes, in A Bola
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