O momento do Benfica continua a ser de instabilidade e o sinal mais recente foi o da demissão do presidente da Mesa da Assembleia Geral, Fernando Seara, mas, no meio de tanta turbulência, a mensagem mais clara e talvez a única que, nesta altura, verdadeiramente faz sentido para os benfiquistas é a de Bruno Lage.
O novo treinador da equipa entrou numa fase difícil, pegou num plantel já formado, e aceitou de peito aberto e com entusiasmo as regras do jogo. Revela consciência de que é preciso falar para os adeptos, simplificou processos e colocou os jogadores a jogar nas posições que entende serem as mais certas para cada um deles, sem hesitação, ou tempo a perder.
Ganhou os dois primeiros jogos e, mesmo que o Benfica ainda não esteja a jogar à Benfica, a equipa mostra que sabe o que está a fazer dentro do campo; e o treinador dá a ideia de ter um plano A, um plano B e até um C, como se percebeu na vitória sofrida em Belgrado, por 2-1, frente ao Estrela Vermelha, no primeiro jogo da Champions desta época.
Por muito injusto que possa parecer, do sucesso de Bruno Lage depende também se o futuro próximo do clube será mais ou menos difícil, porque, na realidade, como na competição, os clubes trabalham muito melhor em cima de vitórias do que de derrotas. Sobretudo em Portugal, onde a visão empresarial e profissonalizada de um clube, e SAD, vive equilibrada no risco de uma bola acertar na trave ou no fundo da baliza.
Bruno Lage precisa e merece ter tempo para trabalhar e os benfiquistas devem dar-lhe esse crédito.
Nélson Feiteirona, in a Bola
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