Há muitos argumentos para quem gosta de embirrar com o craque do Benfica, o que não quer dizer que estejam certos. Deixem lá Di María em paz, que acredito que ele nos irá sempre recompensar...
Ángel Di María já tem 36 anos e não gosta muito de defender. Quando está em campo, parece que obriga os colegas a jogar para ele e por ele. É uma estrela, pois claro, e já se sabe como elas muitas vezes se impõem, com todos os problemas que isso traz. Depois de uma carreira que o fez passar por alguns dos maiores clubes - Real Madrid e Man. United, claro, mas também PSG e Juventus - e após ter vencido um Mundial, traçou o plano de voltar onde foi feliz: Benfica e, ao que tudo indica, um dia Rosario Central. Uma espécie de pré-reforma, com condições financeiras ainda assim menos vantajosas do que uma qualquer aventura pelas Arábias (e, por isso, muito respeito), mas também a certeza de que iria ser sempre muito acarinhado - algo que até na Argentina lhe chegou a faltar.
Roger Schmidt cometeu muitas vezes o erro de não o deixar de fora ou não o substituir, mesmo quando estava notoriamente cansado e pouco tinha para dar. Di María pode ter um estatuto diferente dos outros à partida, mas em campo deviam ser todos iguais! A Luz não lhe perdoou isso.
E o que dizer dos talentos que podem ter sido desperdiçados por causa dele? David Neres, por exemplo, teve de sair para o Nápoles para jogar mais. Um jogador daqueles... que pena! Schjelderup também tem imenso potencial, se o Benfica não viver só para Di María e souber olhar à volta, claro... Eternizar o argentino no plantel e no onze titular é não dar oportunidade aos outros e um clube formador e vendedor não se pode dar ao luxo de renovar contratos com um senhor desta idade e não pensar no futuro.
Os adeptos/clientes têm sempre razão... mas estes são alguns dos argumentos que fui ouvindo de benfiquistas no último ano. É impossível um adepto do Benfica não gostar de Di María, mas tornou-se palpável esta mania de reduzir o argentino a um elemento qualquer da equipa, com qualidades e defeitos mais reais do que o seu futebol.
Meus caros, aproveito este momento para vos voltar a dizer que estavam errados. Di María é Di María, campeão do Mundo, craque de muitas formas e feitios e merecedor de um pedestal na Luz que bem pode obrigar os outros a correr um bocadinho mais por causa dele, mas que vai sempre estar lá para tornar o jogo melhor. Aproveitemos enquanto cá está, as queixas que fiquem para os adversários que o veem jogar assim e não sabem o que fazer para o travar... e deixem-se de contas em relação à idade e à recuperação física, porque isto é Desporto, mas também é Magia.
Catarina Pereira, in a Bola
Lindo!
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