Cabral exaspera o adepto mas recebe (e dá) recompensa. Será que o adepto aguenta?
Não sei se aquele anúncio do adepto no café, com transístor na mão, a falar mal de um avançado e depois a mudar os discurso quando marca um golo foi a pensar em Arthur Cabral, mas parece assentar-lhe. Sábado, seguramente muitos adeptos do Benfica pensaram ‘como é que este avançado falha tantos golos e joga no Benfica?’ por entre a estonteante exibição de Di María, que marcou três em 18 minutos.
Mas Cabral não desistiu e Lage não desistiu dele. «Fiquei muito feliz pelo que aconteceu ao Arthur, manifestação de apoio dos adeptos fundamental, o plantel festejou os dois golos do Arthur, em campo e no banco», disse o treinador, depois de ele próprio ter pedido apoio às bancadas e Cabral ter marcado aos 86 e 90.
Quem está com ele todos os dias é que sabe. O senhor do transístor só vê uma parte do trabalho. «Tem feito um trabalho muito bom, na sombra», justificou Lage. «Ele é muito forte na área, se forem ver lances deste jogo, faz uma tabela com o Di María no quarto golo, o posicionamento no segundo foi muito bom», disse ainda Lage, que também já teve de justificar continuada aposta em Pavlidis, com o grego em seca de golos em relação à pré-época.
Mas Cabral, que na eliminatória passada não conseguiu marcar ao Pevidém, também deixou uma mensagem ao adepto: «Estou muito feliz por ter voltado a marcar, e logo dois. Sei que podiam ter sido mais (...) feliz por sentir apoio dos adeptos, mesmo depois de falhar aqueles golos. Quero agradecer muito ao míster por me ter dado minutos e aos meus colegas, que me foram levantar e que me disseram que o golo ia chegar e no final chegou», comentou.
O brasileiro bisou pela primeira vez pelo Benfica e já não marcava dois golos num jogo desde fevereiro do ano passado. Mas quem saiu mais forte? O jogador ou o adepto? É pegar no transístor e esperar pelo próximo jogo.
Ana Soares, in a Bola
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