quinta-feira, 15 de março de 2018

MONIZ ASSERTIVO E COM DUAS BICADAS BEM ÁCIDAS


MONIZ NEGA IRREGULARIDADES: «ESTAMOS AQUI POR AMOR, SEM GANHAR UM TOSTÃO NO BENFICA»
'Vice' garante que ninguém da direção ou da administração teve acesso a processos judiciais
No âmbito da operação 'E-Toupeira', José Eduardo Moniz garantiu que ninguém da direção ou da administração do Benfica teve acesso a informação judicial relativamente aos processos envolvendo as águias ou os rivais, como suspeitam as autoridades.
"A única coisa que tenho de admitir aqui é que isto é uma calunia. Nem eu, nem os meus colegas, quer da direção quer da administração da SAD, tivemos acesso a aqualquer informação relacionada com qualquer processo que o Benfica esteja porventura a ser alvo. Eu não sei nem os meus colegas. Agimos com a maior das franquezas", começou por dizer o vice-presidente encarnado à BTV.
À semelhança de outros dirigentes do clube, Moniz frisou que "alguém fura o segredo de Justiça mas seguramente não é o Benfica nem os dirigentes do Benfica": "Nunca tivemos qualquer informação sobre qualquer das informações que têm sido veiculadas ao longo das últimas semanas, meses. É curiosamente pela imprensa que nós temos vindo a tomar primeiro contacto e aquilo que vem aparecendo. Diria mesmo que aquilo que nós sabemos é precisamente por jornalistas porque são eles os primeiros a noticiar que o Benfica vai ser objecto de buscas e são eles os primeiros a chegar ao Estádio da Luz ainda antes da Policia Judiciária cá aparecer."
"Garanto a 100% que nem eu nem os meus colegas, que estamos aqui por amor ao Benfica, sem ganhar um tostão no Benfica, não houve, não há nem nunca haverá por nossa iniciativa qualquer posicionamento que se possa considerar menos correto perante a Justiça em Portugal", acrescentou.
MONIZ: «PAULO GONÇALVES COLOCOU LUGAR À DISPOSIÇÃO MAS NÃO ACEITÁMOS»
Asessor jurídico viu confiança por parte da SAD ser reforçada.
José Eduardo Moniz, vice-presidente do Benfica, explicou que Paulo Gonçalves colocou o lugar à disposição face ao processo E-toupeira, mas viu a confiança reforçada por parte das águias.
"A primeira atitude que tomou foi colocar o lugar à disposição porque, segundo ele próprio afirmou, não queria colocar o Benfica perante nenhuma situação que porventura o fragilizasse. Acho que é um ato nobre, de alguém que tem a noção de que o Benfica está acima de qualquer um de nós. Está acima dele, de mim, do presidente. Como não queríamos antecipar-nos à justiça e julgamos que terá todas as possibilidades de se defender dos factos que lhe são imputados, não aceitámos", frisou Moniz à BTV.


"Aquilo que nós estamos a fazer aqui é a proteger o património do Benfica e a proteger os seus interesses e assegurar que o futuro do clube é auspicioso. É para isso que estamos aqui a trabalhar de forma apaixonada e desinteressada", acrescentou.

"Apanhados de surpresa"
José Eduardo Moniz admitiu que todos foram "apanhados de surpresa" com este processo, numa situação que considera "grave e difícil".
"Qualquer passo que seja dado, qualquer palavra que seja usada de forma imprópria poderá ser suscetível de colher interpretações menos corretas sobre aquilo que são as intenções e pensamento da equipa dirigente do Benfica e da administração da SAD. Não tomámos nenhuma decisão precipitada. O que aconteceu foi que nós esperámos pacientemente para que a justiça fizesse o seu curso. Os tempos da justiça não são os tempos do jornalismo nem os tempos da empresa. Têm o seu tempo próprio. Sei isso por experiência própria. Estive durante anos com processos em mãos. Tive de conviver com isso. Em muitas situações fui injustamente indiciado. Não gosto, pessoalmente, que sejam feitos julgamentos na praça pública porque a quem compete fazer julgamentos é aos juízes. Tal não significa que sejam irresponsáveis. Aquilo que fizemos foi aguardar pela decisão da juíza de Instrução. O que ela decidiu foi importante para a reflexão que fizemos e para a resolução subsequente. O que a juíza determinou é que Paulo Gonçalves não ficaria em prisão preventiva e sairia em liberdade. Segundo ponto: determinou que Paulo Gonçalves poderia frequentar o Estádio da Luz. Terceiro ponto: determinou que poderia voltar a trabalhar pelo Benfica, no Estádio da Luz, nas suas funções normais. Mais: em cima disso, ficou claro que um dos principais indícios para que tivesse sido levado para a PJ era o facto de alegadamente o Benfica ter contratado para os seus quadros o sobrinho de um especialista informático que se encontra detido, José Augusto Silva. O que se verificou é que era mentira porque o Benfica nunca teve um funcionário com esse nome nem esteve prevista a entrada de qualquer sobrinho do senhor. Nunca foi tema", referiu.
JOSÉ EDUARDO MONIZ: «A ÚNICA PESSOA QUE EXIGIU SER NÚMERO 2 TEVE DE SAIR»
Administrador da SAD deixa reparo a Rui Gomes da Silva.
José Eduardo Moniz revelou que Rui Gomes da Silva pretendeu ser o braço direito de Luís Filipe Vieira mas que esse cenário acabou por não se concretizar, dando-se a saída do antigo vice-presidente para ser comentador televisivo a tempo direito.
"Paulo Gonçalves não é o braço direito de Luís Filipe Vieira, porque este não tem qualquer braço direito. A única pessoa que exigiu ser número 2 teve de sair, preferiu ser comentador televisivo. Rui Gomes da Silva? Exatamente, Rui Gomes da Silva. Cada um tem as suas ambições...", referiu o agora 'vice' das águias à BTV.
Recorde-se que, na segunda-feira, Gomes da Silva falou na existência de sondagens prevendo futuros substitutos para Vieira caso o atual presidente saísse, colando, de forma indireta, Moniz a esses mesmos estudos. Algo que o administrador da SAD considerou "falso e absurdo", em declarações a Record.
"Eu não gostava de dedicar atenção a esse senhor. Tive de lhe dedicar atenção quando há uns anos lhe deram poder inadvertidamente ao ponto de o nomearem Ministro, com grande dificuldade para lidar com aquilo que é a liberdade de imprensa e liberdade de comentário. Esse senhor tentou interferir na linha editorial da TVI, censurar o principal comentador que a TVI tinha, Marcelo Rebelo de Sousa, que é hoje Presidente da Republica. A verdade é que na sequência, Marcelo saiu da TVI. Isso atesta o que penso desse senhor e a atenção que lhe dedico", completou Moniz, acerca do tema 'Rui Gomes da Silva'.
José Eduardo Moniz considerou "gravíssimo" que um blogue ligado ao Sporting (n.d.r.: Mister do Café) tenha revelado, logo a 29 de setembro, as suspeitas das autoridades de que o Benfica teria uma 'toupeira' no Campus da Justiça - o que levou, mais tarde, à abertura do processo e-toupeira -, considerando que os leões deveriam ser investigados por isso.
"Isso é gravíssimo. A confirmar-se, o que podemos esperar que aconteça ao Sporting e aos responsáveis por esse blogue é que haja buscas e investigações, apuramento até ao fim, para se saber quem está por detrás disso, o porquê e que objectivos se pretendem atingir. Só vejo um: denegrir a imagem do Benfica, diminuir a sua capacidade de resposta, afetar as suas receitas e toda sua dimensão. Impõe-se das mais altas autoridades intervenções drásticas para se colocar os pontos nos 'is', caso contrário, a própria justiça é colocada em causa perante os portugueses e os portugueses têm de acreditar em alguma coisa. Não quero eu próprio desacreditar no poder judicial, um dos alicerces do poder democrático", considerou o vice-presidente do Benfica em declarações à BTV.
Confrontado depois pelas declarações desta quinta-feira de Pinto da Costa, que falou numa "rede de tentáculos a todos os níveis vergonhosa" na abordagem ao caso judicial que envolve o Benfica, Moniz voltou aos tempos do Apito Dourado: "Provavelmente, o sr. presidente do FC Porto teve um apagão na memória. Só pode ter sido, relativamente a todo o historial do FC Porto e dele. Só pode ter sido. Teve um enorme apagão."

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