segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

NA PRIMEIRA PARTE? E NOS PRIMEIROS SEGUNDOS?

 


"É mesmo, seus fanáticos de merda, hipócritas da verdade desportiva. Não ponham mão nisto que não é preciso…em 10 anos estes criminosos vão limpar 10 campeonatos, se ninguém fizer nada.

Nota: esta foto foi retirada do jornal do Calor da Noite aquando de uma expulsão (justa…lol) de Fransergio num Braga-Benfica aos 39 minutos!"

LA PALISSE...!!!




Polvo das Antas, in Facebook 

118 ANOS E MINUTO 62



 "Em dia de aniversário do Clube, enaltecemos os 118 anos de vida do Benfica, destacamos a imensa emoção sentida no Estádio da Luz em solidariedade com o povo ucraniano, abordamos o triunfo ante o Vitória de Guimarães e somos obrigados, infelizmente, a insurgir-nos contra a arbitragem deplorável na final da Taça da Liga de futsal.


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Hoje estamos todos de parabéns, o nosso querido Benfica faz 118 anos. Somos o maior e melhor clube português, o mais amado e popular, o mais conhecido além-fronteiras, detentor de uma história gloriosa, única, incomparável.
E é para o futuro que olhamos, sempre ambiciosos e empenhados na edificação de um Benfica à altura dos seus pergaminhos. Como diz o nosso hino, da lavra de Félix Bermudes e censurado pelo Estado Novo, "Honrai agora os ases que nos honraram o passado". Continuemos a honrá-los e a possibilitar que outros ases surjam para que, no futuro, possam ser honrados pelas gerações vindouras de benfiquistas.
Viva o Sport Lisboa e Benfica!

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Em dia de aniversário, o representante máximo dos Sócios, o presidente da Mesa da Assembleia Geral, Fernando Seara, concede uma entrevista a não perder à BTV, transmitida às 17h30.

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Ontem, no Estádio da Luz, viveu-se um momento que muito enobrece o Benfica e os Benfiquistas e ultrapassou fronteiras. A mensagem de solidariedade destinada ao povo ucraniano, vítima de uma agressão externa que naturalmente repudiamos, não só é justa como se trata de uma obrigação moral e humanista.
O simbolismo da entrega da braçadeira de capitão a Yaremchuk, quando este entrou em campo por volta dos 62 minutos de jogo, representa os valores do Sport Lisboa e Benfica, um clube cujas dimensões humana e social são muito vincadas desde a fundação. O Benfica é e sempre foi um clube inclusivo, aberto ao mundo e empenhado num contributo decisivo para uma sociedade mais justa e solidária através do fomento do desporto e do associativismo.
Obrigado a todos os Benfiquistas que manifestaram a sua solidariedade para com o povo ucraniano. Foi à Benfica!

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E como Nélson Veríssimo antecipara, a nossa equipa apresentou-se em campo com a missão de ganhar e jogar bem, o que conseguiu plenamente, galvanizada pelo forte apoio dos Benfiquistas presentes nas bancadas.
O triunfo, por 3-0, sobre o Vitória de Guimarães, refletiu o que se passou em campo, fruto de uma boa exibição ante um adversário competitivo e que tentou dificultar como pôde a tarefa da nossa equipa. Na opinião do nosso treinador, "o que fica, para além do resultado, é um jogo entre duas equipas que jogaram bem, quiseram ganhar e proporcionaram um bom espetáculo".
Nota para a utilização de cinco jogadores da nossa formação e para mais um bis de Darwin, o sétimo na temporada, aos quais acrescem dois hat-tricks. São já 25 golos marcados pelo jovem uruguaio na presente época, perfazendo um total de 39 de águia ao peito em competições oficiais, o que o coloca no top 60 dos melhores marcadores de sempre do Benfica.

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Por fim, não podemos ficar tranquilos nem indiferentes ao que aconteceu no dérbi da final da Taça da Liga de futsal, ontem, em Loulé.
O resultado traduziu-se numa derrota para o nosso Clube, mas a credibilidade do marcador ficou manchada, desde os primeiros minutos, com uma evidente falta de critério em várias decisões da equipa de arbitragem, as quais serão objeto de uma exposição à Federação.
Como noutras ocasiões, a verdade desportiva foi colocada em causa. E de forma tão evidente, como facilmente se comprova através das imagens televisivas, que se torna incompreensível e intolerável.
O Sport Lisboa e Benfica investe fortemente no futsal e exige o máximo respeito pelos profissionais que compõem as nossas equipas.
A excelente atitude competitiva do plantel de futsal do SL Benfica deve ser sublinhada. Com esta entrega, todos, no Clube, mantemos a convicção de estarmos mais perto das ambicionadas conquistas.
Assim se permita que a verdade desportiva prevaleça."

EFICÁCIA ENCARNADA DITA A HISTÓRIA DO JOGO

 


"O Guimarães deslocou-se até à capital para defrontar o Benfica a contar para a 24.º jornada do campeonato. Após a boa exibição dos encarnados a meio da semana, estes iam procurar manter o nível exibicionial perante um adversário numa situação delicada que vinha de duas derrotas e que não sabe o que é ganhar fora de portas desde dezembro. As águias apresentavam-se na Luz sem duas peças fundamentais, Morato e Meite colmatavam as ausências de Otamendi e Weigl.
O jogo começava de feição ao Guimarães, com ataques para ambos os lados o jogo partia-se numa fase inicial e o Vitória chegava com facilidade à baliza de Vlachodimos dado o espaço que a defesa do Benfica concedia ao adversário. Óscar Estupiñán perdeu duas oportunidades claras para abrir o marcador, e como é habitual, quem não marca, sofre. Em duas jogadas que pareciam cópia uma da outra, Meite descobria Gilberto solto pela direita e este assistiu, primeiro, Gonçalo Ramos e depois Darwin Nuñez. As duas equipas acabaram por adormecer um pouco no jogo e chegávamos ao intervalo com as águias em vantagem no marcador.

No regresso ao relvado as águias impuseram o seu jogo e a abrir a segunda parte, Gonçalo Ramos mantinha a sua boa exibição e numa recuperação de bola perto da área do Guimarães, o jogador benfiquista foi derrubado e Darwin Nuñez convertia o penálti dilatando a vantagem dos encarnados. A verdade é que o Benfica nunca foi claramente superior ao Guimarães, uma vez que os vimaranenses acabaram com mais tentativas de golo à baliza benfiquista, isto é, a exibição das águias pode ser algo enganadora uma vez que o Vitória foi demasiado perdulário à frente da baliza encarnada que tinha uma muralha dentro dos postes, acabando por ser decisivo para o resultado final. O Benfica explorou a capacidade de Rafa para conduzir a bola por terrenos interiores e foi, mais uma vez, muito forte nas transições ofensivas.
De notar a homenagem prestada pelos adeptos na Luz, a dar uma força a Roman Yaremchuk e a todos os ucranianos que vivem momentos muito difíceis.
Em termos individuais, de notar a exibição de Vlachodimos que esteve sempre presente quando foi chamado a intervir; Gilberto que fez duas assistências para golo e esteve irrepreensível nos momentos defensivos durante todo o jogo sendo o homem com maior nº de recuperações de bola durante os 90 minutos; e Gonçalo Ramos que foi crucial no momento de ligação defesa-ataque, fez o primeiro golo e ganhou o penálti que deu origem ao 3-0.
Na equipa do Vitória, destacou-se André Almeida no meio campo, taticamente esteve intratável mas não teve companheiros ao nível dele, porque apesar da criatividade de Tiago Silva, a ineficácia de Estupiñán acabou por ser crucial para o resultado final."

REALIDADES!

 


"Rocha no Sporting:
101 jogos
0 expulsões

Rocha no Benfica:
5 jogos
2 expulsões"

UM GALO ESPETADO NO CORAÇÃO DOS JUNTA LETRAS. O TALHO DO MOTA ESTÁ INTACTO 😂😂😂


domingo, 27 de fevereiro de 2022

VITÓRIA CONVINCENTE



 Triunfo desenhado a régua e esquadro

Três artistas – Gilberto (a assistir), Gonçalo Ramos e Darwin (ambos a marcar) – criaram a obra que permitiu ao Benfica chegar aos três pontos diante do V. Guimarães na 24.ª jornada da Liga Bwin.
O Benfica venceu o V. Guimarães neste domingo, no Estádio da Luz, por 3-0, em jogo da 24.ª jornada da Liga Bwin. Gilberto destacou-se nas assistências, Gonçalo Ramos e Darwin nos golos. O minuto 62 foi também de emoção pelo incondicional apoio dos Benfiquistas a Yaremchuk neste delicado momento.
Antes do apito inicial, nota para as alterações protagonizadas pelos treinadores Nélson Veríssimo (Benfica) e Pepa (V. Guimarães). O técnico encarnado, que não podia contar com Otamendi e Weigl, fez entrar Morato e Meïte para os seus lugares; o técnico dos minhotos mexeu nos laterais, Miguel Maga e Rafa Soares nos lugares de João Ferreira e Hélder Sá, e reforçou o meio-campo com André Almeida no lugar do avançado Bruno Duarte. Nas bancadas, várias mensagens de apoio à Ucrânia e ao povo ucraniano por parte dos cerca de 40 mil adeptos (39 846 espectadores), bem como para a braçadeira com as cores azul e amarela com que as águias subiram ao relvado.
Nas quatro linhas, o Benfica apresentou-se num misto entre o 4x4x2 com bola e um 4x2x3x1 sem o esférico, com Gonçalo Ramos a recuar e a alinhar num género de terceiro médio. O V. Guimarães, que por norma joga em 4x3x3, reforçou o meio-campo e apresentou-se na Luz em 4x2x3x1.
Bons primeiros 30 minutos no Estádio da Luz, com as duas equipas a jogarem olhos nos olhos, com momentos de bom futebol e quase sem paragens. Benfica, a jogar em casa, rapidamente tornou-se dono da bola, com mais posse e a tentar, através da largura, chegar à área vitoriana. Primeiro lance de perigo, aos 4'. Combinação à direita entre Taarabt e Gilberto, a bola chegou a Darwin, que amorteceu para o perigoso remate do lateral brasileiro.
O V. Guimarães queria discutir a partida e, com Estupiñán como seta apontada, Odysseas teve ser de gigante para evitar os tentos do colombiano. Aos 7', saída rápida para o ataque, Rúben Lameiras descobriu Estupiñán nas costas de Morato, o avançado seguiu isolado, com o guarda-redes grego dos encarnados a evitar os festejos com uma defesa com o pé. Aos 14', novo duelo entre Estupiñán e Odysseas. André Almeida lançou o colombiano em profundidade, mas o camisola 99 das águias saiu rápido a fez a mancha.
Apesar de ter mais bola, o primeiro remate enquadrado dos da casa foi aos 18', através do cabeceamento de Vertonghen após pontapé de canto marcado por Grimaldo. Bruno Varela resolveu a dois tempos. A partir dos 23', surgiram os lances desenhados a régua e esquadro para os… festejos! O primeiro teve Meïte, Gilberto e Gonçalo Ramos como protagonistas. O médio variou o centro de jogo para Gilberto, o lateral cruzou e Gonçalo Ramos, de primeira, antecipando-se a Jorge Fernandes, a disparar um míssil para o 1-0.
Com o marcador desbloqueado, o jogo baixou de ritmo, com o V. Guimarães a ficar mais expectante e a arriscar mais pela certa, e o Benfica a gerir a vantagem com bola e sem grandes correrias. Ainda assim, aos 26', numa jogada estudada dos vimaranenses, Rochinha serviu Rúben Lameiras na área, mas Odysseas travou o remate. O Benfica estava melhor no jogo e num lance tirado a papel químico do 1-0 apareceu o 2-0, aos 37'. Meïte virou o jogo para Gilberto, este cruzou e Darwin, com um cabeceamento à ponta de lança, a aumentar a contagem. Ao intervalo, o Benfica estava na frente, por 2-0.
A perder, o remate de Alfa Semedo à entrada da área, encaixado por Odysseas, aos 46', parecia mostrar um V. Guimarães a querer alterar o rumo dos acontecimentos, mas tudo ficou pior aos 50'. Miguel Maga perdeu o esférico, Gonçalo Ramos esgueirou-se para a área e o lateral, na tentativa de o recuperar, derrubou o avançado e o árbitro André Narciso apontou para a marca de grande penalidade. Darwin bateu o castigo máximo e não perdoou para o 3-0 (52').
Na frente por três golos, o Benfica foi atrás de mais e, aos 54', Rafa, após cruzamento de Darwin, falhou um golo feito já na pequena área. O 27 permitiu a defesa de Bruno Varela. O jogo estava animado, o Benfica ganhava e abrilhantava os golos com uma boa exibição, mas o momento mais emocionante surgiu aos 62' com a entrada de Yaremchuk em campo. Todo o Estádio da Luz se levantou num claro apoio ao ucraniano do Benfica – que ficou visivelmente emocionado – e à Ucrânia pelos dias complicados por que têm passado. Destaque aqui, também, para Vertonghen, que fez questão de entregar a braçadeira de capitão ao avançado.
No tapete verde, os treinadores mexiam nas peças, com objetivos diferentes. Nélson Veríssimo queria segurar ou aumentar a vantagem; Pepa desejava mitigar o 3-0 que se verificava e até, quiçá, relançar o encontro. Um dos que foram lançados, Quaresma, tentou isso mesmo, aos 69', com Odysseas, gigante entre os postes, a evitar. No mesmo minuto, resposta do Benfica, com Grimaldo a cruzar e Everton, de cabeça, a ver o golo negado por Bruno Varela.
O jogo caminhava para o fim, o triunfo parecia já não fugir às águias, mas os minhotos não desistiam. Aos 75', Bruno Duarte, na zona central, a atirar a centímetros da baliza benfiquista; aos 90'+1', Jorge Fernandes cabeceou com intenção, mas Odysseas fez a mancha junto ao poste. Antes do apito final, realce para a estreia absoluta de Tomás Araújo pelo Benfica na Liga Bwin. O jovem defesa-central entrou aos 90'+3' para o lugar de Vertonghen.
Com o 3-0 ao V. Guimarães, o Benfica passa a somar 54 pontos na classificação da Liga Bwin. Segue-se o Portimonense, fora de portas, na 25.ª jornada, partida agendada para as 18h00 de sábado, 5 de março.

NÓ DESATADO



 Cloé Lacasse desatou o nó no Seixal

A internacional pelo Canadá fez o único golo do líder 100 por cento vitorioso Benfica ante o Famalicão.
A equipa feminina de futebol do SL Benfica recebeu e venceu, neste domingo, no Benfica Campus, o Famalicão, por 1-0, em jogo da 6.ª jornada da 2.ª fase de apuramento de campeão da Liga BPI. Cloé Lacasse fez o único tento da partida.
Jogo muito amarrado e equilibrado no Seixal, e assim se manteve mesmo depois de o marcador ser desbloqueado. Mas já lá vamos...
Primeira parte muito disputada na zona intermediária, com poucas paragens, mas sem clamorosas oportunidades de golo. O Famalicão foi a primeira equipa a tentar a sua sorte ainda antes dos 10 minutos, mas a bola saiu ao lado. Até ao intervalo, o Benfica, que na baliza teve Katelin Talbert em estreia absoluta, fez algumas aproximações com algum perigo à baliza das minhotas, mas sem que Rute Costa fosse obrigada a intervir. Perto do descanso, destaque para a saída de Andreia Faria por lesão. Ao intervalo, 0-0.
A toada da segunda parte não mudou muito, com as equipas muito encaixadas taticamente e com as oportunidades a escassearem. Ainda assim, as águias foram a única equipa que tentou o triunfo, como prova a oportunidade desperdiçada por Jéssica Silva, aos 73', quando, isolada, atirou ao lado. Volvidos 10 minutos, aos 83', Cloé Lacasse, após boa jogada individual, fletiu para dentro e atirou, de pé esquerdo, para o 1-0. Nos descontos, aos 90'+2', Beatriz Cameirão, na área, obrigou Rute Costa a aplicar-se.
O Benfica venceu o Famalicão, por 1-0, conta por vitórias os jogos disputados nesta fase, lidera a classificação com 18 pontos e na próxima ronda há deslocação ao reduto do Vilaverdense.
DECLARAÇÕES
Filipa Patão (elemento da equipa técnica do Benfica): "Sabíamos que seria um jogo equilibrado e complicado. Foi preciso estar na nossa plenitude e com a máxima concentração para poder vencer um jogo que acabou por ser de sentido único na segunda parte. O golo tardou a chegar devido à boa exibição que a guarda-redes do Famalicão [Rute Costa] fez. O resultado peca por curto, mas mantemos as distâncias para os adversários e aumentámos para o Famalicão. É continuar assim: sem golos sofridos e só com vitórias, para além de sermos campeãs, que é o objetivo. Deixar uma palavra de agradecimento aos adeptos pelo forte apoio à equipa. Faz diferença, quando nos faltam as forças. Venham apoiar, porque esta equipa merece."
Benfica-FC Famalicão
1-0
Benfica Campus (Campo n.º 1)
Onze do Benfica
Katelin Talbert, Catarina Amado, Carole Costa, Sílvia Rebelo, Lúcia Alves, Andreia Faria (41', Marta Cintra), Beatriz Cameirão (90'+5', Daniela Santos), Pauleta, Ana Vitória, Cloé Lacasse e Jéssica Silva (88', Valéria)
Suplentes
Adriana Rocha, Ana Seiça, Maria Negrão, Valéria (88'), Marta Cintra (41'), Daniela Santos (90'+5') e Cassandra Korhonen
Ao intervalo 0-0
Golo do Benfica
Cloé Lacasse (83')

DE SARAJEVO A DONETKS SÓ A MEMÓRIA É CURTA

 


"Não sei se voltarei a Donetsk. Não sei se haverá algo para voltar. A guerra veio e a guerra destrói tudo. Até a alma dos homens. Só não destrói a memória.

Gostava de frases nas paredes. Uma vez, em Belfast, encontrei uma que dizia: ‘Tell me God, is it death after life?’. E noutra, em San Salvador, pude ler: ‘Salvadoreños - tanta tranquilidad me da miedo’. Durante anos, na Av. de Berna, no muro branco que pertencia a um quartel, letras brutas berravam. «De Aushwitz a Beirute só a memória é curta». A linguagem universal das paredes desapareceu. Sobrou o triste calão suburbano dos grafittis.
Há quase dez anos, cheguei a Donetsk para ver o Portugal-Espanha das meias-finais do Europeu de 2012. Saí do comboio noturno de Kiev mecanizado e duro como era, nesse dia, se o Torga me autoriza. Queria ser alguém que se deitasse no banco mais comprido que vagasse e pudesse dormir. E pude.
Os bancos de jardim são amigos de madeira. Quando era rapaz e viajava pelo mundo de comboio e de autocarro, os bancos de jardim eram camas sibaríticas, plenas de ritmos, imagens e emoções. Nessa manhã de Donetsk adormeci ao sol e o sol de junho é violento por esses lados do planeta. Acordei em fogo pela cara, pelo pescoço. Inchado, vermelho, mal conseguindo abrir os olhos. Nem Hum-Pá-Pá, o pele-vermelha, se atreveria a ser mais vermelho. Ninguém parecia ter pressa. Ninguém parecia ter qualquer outro lugar para onde ir no qual se sentisse melhor do que ali, ao sabor do sol.
Donetsk voltou a entrar-me pelas janelas dos jornais e das televisões. Recordo-lhe as avenidas largas, o rio que se chama Calmius, se calhar por ironia. Há guerra em Donetsk. Há guerra em Donetsk como não havia na Europa desde 1945, dizem. Não, a minha memória não é curta.
«Nunca olhes o sol de frente», dizia a sabedoria do meu pai que me mostrou que há um poema que se encaixa em cada momento da vida. Fui pelas ruas de Donetsk com o sol espelhado na cara e fervendo por dentro na ansiedade de jornalista que busca coisas de escrever e de exprimir. A ânsia que me faz andar, andar sempre, na tentativa de esclarecer e de ser útil, como dizia o mestre Alfredo Farinha.
Um calor espesso sobre a cidade. Como um cobertor de papa antigo de avós. Um trovão. A chuva que começava a cair. E o poema de Caeiro, duas linhas apenas: «Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. Ambos existem; cada um é como é».
Não sei se voltarei a Donetsk. Não sei se haverá algo para voltar. A guerra veio e a guerra destrói tudo. Até a alma dos homens. Só não destrói a memória.
Não se via guerra na Europa assim desde 1945, teimam as vozes em metralhadora dos repórteres.
Em 1983, eu estava em Sarajevo. Nessa tarde éramos três. Caminhávamos devagar com o sol por cima, redondo e grosso, um cão escanzelado seguia-nos teimoso na expectativa da esmola das migalhas. As gralhas dependuravam-se como vírgulas desacertadas nos fios do telefone, havia uma atmosfera pacífica de tempos que não têm fim e uma sensação melancólica de nada haver para fazer senão caminhar lentamente com o sol por cima.
Vínhamos de Mostar, perdida no meio dos vinhedos, e ainda mais do sul, de Dubrovnik onde o Adriático é tão azul que os olhos choram sem querer. Arrastávamos os pés por um caminho de terra batida que fervia e, ao longe, já se via Sarajevo, tal e qual a conheci, com as suas cúpulas e minaretes e palácios, é daí que vem o seu nome, saraj, como o designam os turcos - o palácio.
Falávamos de futebol, durante muitas horas falámos de futebol ao ritmo dos passos. Deve ser por isso que o futebol apaixona: a gente não se limita a vê-lo, não se contenta com as bolas que entram ou não entram na baliza de guarda-redes infelizes, a gente precisa de falar sobre ele, esgotar os argumentos como se se cansasse dentro de campo atrás de uma bola teimosa, insubmissa, irrequieta. Seja em que língua for.
Já o disse e repito: éramos três. O terceiro de nós, encontrámo-lo numa estação dos caminhos-de-ferro mastigando abrunhos arroxeados que tirava de um pacote de papel pardo, amachucado. Colou-se-nos como uma sombra, silenciosa e muda, Ficámos amigos.
Tinha um nome curto e afiado: Zurc. Ensinou-nos os carreiros mais recônditos da cidade, as ruas, as praças, as vielas arabizadas. E também então fui aprendendo que é bom escrever sobre as cidades. Depois quis que fôssemos com ele a um lugar, a casa de um tio, para bebermos slivovitza, a aguardente de abrunho que queima no coração.
Mas, anos e anos se passaram entretanto. De repente, reparo: quase quarenta. De muito disto já eu me esquecera só que, de vez em quando, deito a mão às prateleiras da memória em busca de qualquer coisa que me faça repicar os sinos na torre solitária da igreja da saudade.
Veio a guerra e a morte e um silêncio que deixava as perguntas sem respostas e as mensagens sem retorno e uma dúvida insinuando-se lentamente. O entardecer é uma hora mágica, digna do fascínio secular das cidades atormentadas. É o momento tardio no qual se diluem os biorritmos do entusiasmo e os fins se anunciam num espaço infinito de melancolias. É o tempo em que vamos, devagarinho, deixando de ser o que fomos para recomeçarmos, ainda mais devagarinho, a ser o que ainda não somos. Conheci em Sarajevo um rapaz ensimesmado e corajoso que trabalhava nos correios e tinha uma alma doce como um abrunho maduro. E olhos impassíveis como um horizonte límpido.
Nesses dias de calores infinitos não existia ainda a inquietação angustiada da guerra, mas ele falava-nos com raiva das injustiças exibindo o seu orgulho muçulmano e sem quebras. Tinha um nome em monossílabo que parecia prenúncio de uma vida curta. Era ao mesmo tempo um pouco triste e solitário como devem ser todos os rapazes cujos nomes queremos deixar escritos. O tempo passou. O tempo passa sempre. Mais tarde, ainda conversámos à distância, mas cada vez mais à distância, cada um de nós mais velho, cada um de nós mais cada um de si. Escutava-lhe a amargura crescente. Algo nos separava. Talvez o medo? O medo que ele tinha e eu não, rodeado pelo meu mundo tranquilo a tantos quilómetros dos vinhedos onde ia crescendo o ódio. Vinhas de uma ira contida. Devia ter perguntado, como Garcia Márquez: «Em que lugar do cérebro se encontra a consciência?».
Um dia qualquer, o seu telefone ficou mudo. Talvez uma campainha se esforçasse num driiiing-driiiing insistente pelos corredores de uma casa vazia onde ninguém ficara para o gesto simples e corriqueiro de levantar o auscultador. Pode muito bem ser que tenha morrido ou desaparecido nos horizontes como uma música ao longe. Ao entardecer, claro!, como manda o irrevogável destino dos homens que não têm medo de olhar o sol de frente. Sim, de Sarajevo a Donetsk só a memória é curta."

CONFERÊNCIA DE IMPRENSA | PRÉ-JOGO #SLBVSC

                                                   

OS ESCRIBAS ESTÃO TRISTES, SEM ESTRELINHA...


 

sábado, 26 de fevereiro de 2022

PROCESSAR POR PROCESSAR !!!

 


"O Conselho de Disciplina que diz que, «não havendo dolo, a agressão não passa de uma tentativa», é precisamente o mesmo Conselho de Disciplina que agora instaura um processo disciplinar à SAD do Benfica por «ofensas à honra da arbitragem».
É caso para perguntar:
1. Essas ofensas provocaram dolo ou estamos na presença de apenas uma tentativa?
2. Honra da arbitragem? Qual honra?
Os agentes da arbitragem só se sentem lesados na honra quando é o Benfica a apontar-lhes o dedo, quando são os outros metem a viola no saco.
Relembramos que já se passaram 14 dias desde que o maqueiro Frederico Varandas criticou, de forma absolutamente corrosiva, a arbitragem do clássico no Dragão. Até ver, não lhe foi instaurado qualquer processo. Devem estar com medo dos dois juízes-conselheiros do Supremo, do procurador da República e do juiz-desembargador que o maqueiro se gabou de ter na sua lista.
Que degredo, senhor Alfredo!"

NA FINAL DA TAÇA DA LIGA



 Foram guerreiras e estão na final da Taça da Liga!

Nos últimos segundos do jogo, a briosa equipa feminina de futsal do Benfica bateu a Novasemente na semifinal, em Loulé. A conquista do troféu decide-se já neste domingo.
Este jogo foi discutido mesmo até ao fim! Na raça, as "guerreiras" do Benfica, como sintetizou o treinador Luís Estrela, resolveram nos últimos segundos uma partida que poderiam ter sentenciado na primeira parte, superando a Novasemente por 3-2 e apurando-se para a final da Taça da Liga de futsal, a disputar com o Nun'Álvares às 17h15 deste domingo, 27 de fevereiro, no Pavilhão Municipal de Loulé. A entrada é gratuita, mediante levantamento de bilhete no recinto.
Com agressividade positiva e intensidade, exteriorizando muita energia na quadra, a equipa do Benfica criou várias oportunidades de golo, mandou bolas aos ferros e festejou (apenas) por duas vezes na primeira parte do desafio. Aos 4', aproveitando uma entrada de Inês Fernandes pela esquerda, Dricas acreditou que podia faturar e, com felicidade num ressalto à boca da baliza, assinou o 1-0.
As encarnadas aumentaram a vantagem aos 9'. Dricas recuperou a bola em zona ofensiva, tabelou com Kalê e atirou pela certa para a efusiva celebração do 2-0.
Até ao intervalo, a Novasemente procurou contestar a superioridade evidenciada pelo conjunto benfiquista e construiu um par de lances que puseram à prova Ana Catarina, que ripostou com categoria, ao nível que lhe é reconhecido e que faz dela a melhor guarda-redes de futsal do mundo na atualidade.
No segundo tempo, colocando muita pressão nas ações de conquista da posse de bola, o Benfica atingiu a 5.ª falta muito cedo, havia ainda quase 14 minutos para se jogar, e teve de ser menos vigoroso nas manobras defensivas. A Novasemente, que se aplicava a fundo pela redução da desvantagem, marcou aos 29' por intermédio de Júnior (2-1), tirando partido de um canto trabalhado à esquerda.
A 6.ª falta das encarnadas aconteceu aos 35', e o consequente livre de 10 metros foi batido por Guida, que acertou no poste esquerdo.
Dentro dos derradeiros dois minutos, a Novasemente perdeu Guida (duas faltas, dois cartões amarelos seguidos do respetivo cartão vermelho), mas, arriscando tudo sem guarda-redes num 4x4, provocou um erro e empatou (2-2) num remate de Balona a cerca de 30 segundos do termo do desafio.
Acreditando que ainda havia tempo para chancelar o triunfo antes do prolongamento, o Benfica partiu para o ataque, elaborou com critério, desenhou o desequilíbrio num passe de Inês Fernandes para Dricas, e esta, a cinco segundos do fim, chutou para o vitorioso 3-2!
Na final, aprazada para as 17h15 deste domingo, 27 de fevereiro, em Loulé, o Glorioso enfrentará o Nun'Álvares, que no outro jogo das meias-finais bateu o Sporting por 5-1.
DECLARAÇÕES
Luís Estrela (treinador do Benfica): "As minhas jogadoras foram umas autênticas guerreiras. Houve dois jogos dentro do jogo. Um jogo até aos seis minutos da segunda parte, onde fomos uma equipa em crescendo, dinâmica, agressiva, forte na reação à perda da bola, forte nas transições e nos esquemas táticos. O resultado ao intervalo era injusto, o jogo já deveria estar resolvido, visto que tivemos três bolas nos postes e muitas situações de finalização. A partir dos cinco minutos da segunda parte, a equipa adversária foi mais agressiva do que nós, demorámos a entrar um pouco no ritmo do jogo. No momento em que chegámos às cinco faltas tivemos um segundo jogo, porque não pudemos ser tão agressivos, tivemos de alterar as zonas de pressão. O objetivo era chegar à final para disputar um troféu, acreditámos até ao fim e conseguimos vencer."
Dricas (ala/pivô do Benfica): "Os três golos que marquei sabem bem porque ganhámos, se perdêssemos não valiam de nada. Felizmente conseguimos resolver! Foi um jogo difícil, equilibrado, mas já sabíamos que seria assim. Cometemos alguns erros e acabámos por sofrer [um golo] a acabar o jogo, mas fomos competentes e resilientes e resolvemos ainda antes do prolongamento. Na segunda parte a equipa da Novasemente veio com mais vontade de recuperar o jogo, e depois tivemos a condicionante das faltas. Atingimos as cinco faltas muito cedo, defensivamente ficámos menos agressivas e a Novasemente pôde aproveitar isso."
Benfica-Novasemente
3-2
Pavilhão Municipal de Loulé
Cinco inicial do Benfica
Ana Catarina, Inês Fernandes, Dricas, Sara Ferreira e Kalê
Suplentes
Maria Inês, Marta Costa, Catarina Lopes, Maria Pereira, Thaila Mertins, Inês Matos, Leninha, Angélica Alves e Beatriz Carrola
Ao intervalo 2-0
Golos do Benfica
Dricas (4', 9', 40')

VITÓRIA EM TOMAR



 Hat-trick de Nicolía num jogo de alta rotação

Em Tomar, o Benfica superiorizou-se e somou três pontos na 19.ª jornada da 1.ª fase do Campeonato Nacional. Foi a 10.ª vitória nos últimos 11 encontros na competição.
São agora dez vitórias (e um empate) nos últimos 11 jogos do Campeonato! Numa partida disputada em alta rotação, o Benfica partiu em desvantagem, mas soube dar a volta, marcou três golos pelo stick de Carlos Nicolía e triunfou na visita ao rinque do SC Tomar, na 19.ª jornada da 1.ª fase do Campeonato Nacional de hóquei em patins.
Um erro do Benfica em situação de ataque, com perda de bola, permitiu ao anfitrião acelerar na direção das redes protegidas por Pedro Henriques e marcar o 1-0 por intermédio de Pedro Martins aos 5'. Os encarnados igualaram o resultado (1-1) aos 19' numa ação de Nicolía, que, de muito longe, surpreendeu o guarda-redes Francisco Veludo.
Pablo Álvarez, no começo da segunda parte no Pavilhão Municipal Cidade de Tomar, tratou de uma assistência perfeita para a conclusão de Nicolía, que, perante o guarda-redes, foi implacável e assinou o 1-2 (27').
O terceiro golo das águias poderia ter surgido aos 31', mas o remate de Nicolía na cobrança de um livre direto (10.ª falta do SC Tomar) foi sustido por Francisco Veludo. Também a equipa da casa dispôs de um livre direto (10.ª falta do Benfica), com Tomás Moreira (42') a stickar ao lado, vendo, depois, a tentativa de recarga ser parada por Pedro Henriques.
Ao minuto 43, Carlos Nicolía arrancou, imparável, para o golo, completou o seu hat-trick e garantiu uma vantagem para boa administração da equipa na reta final do encontro.
Na 20.ª jornada da 1.ª fase do Campeonato Nacional o Benfica estará envolvido num jogo grande da modalidade! No Pavilhão Fidelidade a equipa comandada por Nuno Resende vai receber o FC Porto no dia 6 de março (domingo).
DECLARAÇÕES
Nuno Resende (treinador do Benfica): "Defrontámos uma excelente equipa, fomos ligeiramente superiores e conseguimos vencer. Tivemos uma excelente entrada, depois 'demos' o 1-0, passámos por um momento de intranquilidade e o Pedro Henriques segurou-nos. Com gente mais fresca, conseguimos ultrapassar um SC Tomar intenso. Numa pista grande, era necessário estarmos sempre dentro do jogo e focados. Fomos justos vencedores. Jogámos à Benfica, com muita raça."
SC Tomar-Benfica
1-3
Pavilhão Municipal Cidade de Tomar
Cinco inicial do Benfica
Pedro Henriques, Diogo Rafael, Lucas Ordoñez, Poka e Gonçalo Pinto
Suplentes
Rodrigo Vieira, Carlos Nicolía, Pol Manrubia, Pablo Álvarez e Edu Lamas
Ao intervalo 1-1
Golos do Benfica
Carlos Nicolía (19', 27', 43')

INTERVENÇÃO DO PRESIDENTE

 


"Estádio da Luz, 26 fevereiro 2022
Caros membros de direção e dos órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica,
Caros antigos jogadores, que honraram a nossa camisola e que hoje nos enobrecem com a sua presença,
Caros associados, que hoje recebem as mais relevantes distinções pela sua ligação ao clube,
Caras e caros Benfiquistas, 
Nesta cerimónia de entrega dos emblemas de dedicação quero em primeiro lugar expressar-vos o enorme orgulho que sinto em estar entre vós e viver, enquanto presidente do nosso Sport Lisboa e Benfica, este dia tão especial de enorme Benfiquismo. 
Parabéns a todos os que hoje, a dois dias de completarmos 118 anos de uma história gloriosa, recebem a sua distinção por apaixonada e vibrante dedicação ao clube ao longo de 25, 50 e 75 anos. Uma salva de palmas para todos vós.
São momentos como este que nos testemunham a vitalidade e a grandeza do nosso querido clube, e que tanto nos enchem de vaidade. 
Mas são também momentos como este, que aqui celebramos, aqueles que pela sua expressão de Benfiquismo nos convocam para o imenso sentido de missão e de enorme responsabilidade que representa liderar o Sport Lisboa e Benfica.
Caros Consócios, sou o primeiro a assumir a responsabilidade de não estarmos onde gostaríamos de estar.
Porque a exigência mínima no Benfica é vencer, gostaria que hoje, pudéssemos viver este momento em circunstâncias desportivas diferentes. Mas sou também o primeiro a reconhecer que esta época está aquém daquilo que ambicionámos.
Percebo a vossa frustração porque ela não é diferente da minha. Antes de ser presidente, diretor ou jogador profissional, já vivia o nosso clube da mesma forma que vocês vivem: com intensidade, amor e uma vontade enorme de vencer sempre. Porque são esses os sentimentos que o Benfica desperta em nós.
Estive desde o início consciente de que esta temporada representaria um desafio enorme. Tudo apontava para aí. Aquilo por que passámos, e continuamos a passar, não antecipava tempos fáceis. E a realidade veio a prová-lo.
Passados vinte anos, o Benfica mudou de liderança. E naturalmente, essa mudança traz consigo a necessidade de algo que num clube como o nosso nem sempre é fácil se pedir e de se ter: TEMPO.
Tempo para reorganizar o clube à imagem da nova liderança, tempo para implementar ideias diferentes, tempo para alcançar a estabilidade que ambicionamos.
E é natural que assim aconteça. Seja no Benfica, seja em qualquer outra grande organização que passe por um processo semelhante.
Este foi um ano atípico. Um ano em que atravessámos profundas mudanças internas mas, também, fomos alvo de grandes interferências externas.
Caros Consócios, temos assistido ao longo das últimas semanas a uma erosão sem precedentes da reputação e da honra do Sport Lisboa e Benfica.
Mas quero deixar aqui muito claro perante todos: o que o Benfica conquistou, conquistou por mérito próprio. O Benfica quando ganhou, ganhou sempre porque foi melhor. Que não reste qualquer dúvida.
É com estranheza e sentida revolta que assistimos a uma asfixia mediática do Sport Lisboa e Benfica, numa depreciação sem paralelo da reputação do maior clube e da maior instituição desportiva em Portugal.
Estamos há seis anos a ser enredados numa devassa pública do Sport Lisboa e Benfica, seja por emails que nos foram roubados, seja por escutas telefónicas onde, em muitos casos, não se afigura qualquer relevância criminal. Deparamos, com justificada indignação, com uma sistemática violação do segredo de justiça, com prejuízo grave para a imagem e a credibilidade do Sport Lisboa e Benfica.
Os tempos que atravessamos, mais do que nunca, são por isso de união e confiança. Convoco aqui as sábias palavras do nosso antigo presidente Maurício Vieira de Brito: “Quanto mais querem atingir o Benfica, mais honradamente benfiquista me sinto".
Nunca como nos dias de hoje a nossa união, a nossa coesão, uma intransigente defesa dos superiores interesses do Sport Lisboa Benfica foi tão premente e tão decisiva.
União no apoio às nossas equipas e aos nossos atletas, em cada jogo, em cada campo, em cada pavilhão, espelhando o orgulho e a honra de ser benfiquista.
Coesão na defesa da nossa história, do nosso legado, da nossa grandeza, que se confunde com o nome de Portugal.
Estes são igualmente tempos desafiantes, de transformação e mudança para o futuro que pretendemos construir e sedimentar com vitórias e títulos.
Mudança que já começámos, que tem o seu tempo mas, estou convicto, nos levará onde ambicionamos. Mas, reafirmo, onde todos precisamos de dizer presentes. Juntos. Unidos. Porque, dessa forma, o futuro será nosso.
Uma última nota para o momento triste que vivemos por estes dias, com um conflito armado na Europa.
Quero expressar a minha solidariedade em nome do Sport Lisboa e Benfica ao povo ucraniano.
O desporto pode e deve ser um sinal de união entre os povos.
Aqui, no Benfica, sabemos bem o quanto isso é possível e o quanto pode representar. Aqui, atletas de nacionalidade ucraniana e russa envergam ao peito o mesmo símbolo e comungam dos mesmos valores: união, amizade, solidariedade e fraternidade. Comungam daquilo que eles, como nós, sem excepção, ambicionamos para todos os povos e territórios: PAZ.
Termino exaltando uma vez mais o vosso enorme Benfiquismo, evocando as palavras de Borges Coutinho neste dia tão especial: “a alma do Benfica sempre foi e sempre deverá ser a sua massa associativa”.
Viva o Sport Lisboa e Benfica."

VAR SOB ESCUTA



 "O futebol tem uns assomos de modernidade esporádicos, na maior parte das vezes desmerecedores de entusiasmo pela habitual inacção resultante do ultraconservadorismo latente no 'Desporto-Rei'. Mas é justo reconhecer que, nos últimos anos, têm sido dados alguns passos contrários a esta característica tão vincada, abrindo-se novas perspectivas quanto a uma modalidade menos relutante ao progresso para além do comercial, motivado pela necessidade de maior facuração.

Serve esta introdução para me confessar entusiasmado pela possibilidade de ouvir, durante os jogos, a comunicação entres os elementos das equipas de arbitragem, de resto os elementos das equipas de arbitragem, de resto já há uns anos no basquetebol (NBA) e nas principais competições internacionais do râguebi.
Para já não passa de uma notícia sobre uma alegada petição oficial ao IFAB por parte da Federação Francesa de Futebol, mas já é um começo. E dou por mim a fantasiar um qualquer jogo normal da nossa liga...
VAR auxiliar - Não me digas que vai apitar.
VAR - Espero que não ou seremos obrigados a dizer qualquer coisa.
VAR auxiliar - Bolas, apitou mesmo. Dizemos alguma coisa?
VAR - Não sei. Vê-se claramente que não é falta, mas estamos no Dragão, o conceito de penálti e muito lato, uma questão de interpretação, sabes, muito a considerar, há a intensidade, a intencionalidade, a ilusão de óptica, a subjetividade e mais o que te lembres que nos ajude e alijar responsabilidade...
VAR auxiliar - Já em Alvalade é a mesma coisa. Ao menos se fosse na Luz teríamos respaldo automático, chateiam-se mais com a equipa não jogar nada e têm pudor em falar de arbitragens. Assobiam um bocado, mas isso é o pão nosso de cada dia.
VAR - Pois, é mesmo isso. Os chatos dos adversários é que não se calam, já vai em três amarelos por protestos, temos mesmo de dizer alguma coisa... (Para o árbitro): Atenção, vê-se claramente que não é penálti, mas como é no Dragão a favor do Porto, há uma interpretação abusiva que talvez nos safe. É melhor reveres.
Árbitro - Escuto. Não é penálti? O que é este ruído? Não oiço. Interferências. Está assinalado.
VAR - Fez bem, eh eh eh. Na pior das hipóteses seremos castigados e lá teremos nós um fim-de-semana disponível para irmos à Arábia Saudita ganhar uns trocos valentes.
VAR auxiliar - Grande Fontelas, pá!"

João Tomás, in O Benfica