quarta-feira, 31 de março de 2021

ANDREAS SAMARIS | O FIM DE UM CICLO?



 "A ausência de Andreas Samaris, quer do onze inicial quer da convocatória, começou a causar alarme aos adeptos benfiquistas. Para eles, o grego é um jogador indispensável, não só dentro do terreno de jogo, como também no balneário. O número 22 das “águias” é acarinhado pelos adeptos desde o dia em que chegou, e era uma aposta recorrente dos treinadores que estavam à frente da equipa, nas épocas passadas.

Esta época o caso alterou-se – só vestiu o “manto sagrado” nove vezes. Muitos questionavam se era “birra” de Jorge Jesus ou se havia um problema mais sério relacionado com o jogador. O certo é que, no dia 20 de fevereiro, na conferência de imprensa de antevisão do jogo frente ao SC Farense, Jorge Jesus decidiu dar uma justificação para a ausência do grego: “O Samaris tem um problema físico e há possibilidade até de ser operado”.
O que os benfiquistas mais temiam veio mesmo a confirmar-se: Samaris tem um problema físico e não vai jogar mais esta época. O SL Benfica esclareceu a situação do jogador, dizendo que este foi submetido com sucesso a uma cirurgia, em Madrid, tendo sido acompanhado pelo departamento médico da equipa, no passado dia 26 de março. A operação realizada tem como objetivo o “tratamento de uma tendinopatia cálcica insercional do Aquiles direito”, problema que já acompanha o jogador desde a época passada.
Importa frisar que o médio-defensivo recorreu às redes sociais para confirmar que não vai voltar a envergar a camisola das “águias” no que resta da presente época. No vídeo publicado, o jogador disse aos benfiquistas que este “é apenas um momento menos bom que faz parte da carreira de um jogador” e prometeu que, nos próximos meses, ainda que seja fora de campo, vai ser “sempre mais um, fiel a lutar e a honrar o manto sagrado”.
A questão que se coloca agora é “será que o final da carreira de Samaris está à vista?”. O jogador afirmou que vai “voltar melhor do que nunca”, mas será que volta para representar a equipa dentro das quatro linhas ou apenas como um jogador imprescindível para manter a paixão pelo clube e o espírito de equipa no balneário? Todos sabemos que a carreira de um jogador é curta e o médio já tem 31 anos. 
Katsouranis uma vez confessou que Samaris queria acabar a carreira no SL Benfica, clube que tem no coração mas, apesar do grego já ter demonstrado que essa hipótese é viável, isso é algo que lhe cabe apenas a ele decidir. Por agora a única coisa que os adeptos podem fazer é esperar que a recuperação corra bem e o mais rápido possível.
Ainda que o final da “era” de Samaris, enquanto jogador, possa estar à vista, ninguém tem dúvidas quanto à sua importância. Jogadores como ele são referências para os mais novos e para os que chegam ao clube e, por isso, devem ser “mantidos por perto”. Se o final da carreira se confirmar, há algo que não termina – a sua ligação ao clube e o amor que tem por este. Os adeptos podem sempre encontrá-lo no estádio, a apoiar a equipa, ou quem sabe, vê-lo a exercer outras funções no clube."

AS CINCO MELHORES CONTRATAÇÕES A CUSTO ZERO DO SL BENFICA



 "No passado dia 25 de Março, o SL Benfica fazia questão de arrefecer os ânimos histéricos com a possibilidade de Diego Costa se juntar às suas fileiras. Num comunicado oficial, sublinharam-se as prioridades, que passam pela conquista de todos os jogos até final da temporada. Contratações? Só depois. 

Diego Costa seria mais um a chegar a Lisboa a “custo zero”, numa longa linhagem de 64 nomes desde que Luís Filipe Vieira se juntou à direção encarnada – primeiro enquanto administrador da SAD e diretor desportivo, e depois como presidente.
Marco Caneira, Fyssas, Karagounis, Rui Costa, Nolito, Sulejmani, Taarabt, Carrillo, Zivkovic, Seferovic e o último, Vertonghen, são alguns dos nomes mais destacados que chegaram à Luz por essa via negocial e ajudaram os encarnados a baixo custo, quando comparados com outros colegas que exigiram esforços financeiros mais significativos, nem sempre justificados.
Enunciaremos então cinco nomes que marcaram o seu nome na memória coletiva por razões díspares – uns pela evidente qualidade e números estratosféricos, outros pela relação que conseguiram criar com os adeptos, outros até pela misteriosa forma como encararam a fase portuguesa das suas carreiras como intervalo para ganhar fôlego.

1. Jonas (2014/2015) – Nuno Espírito Santo chega a Valência para guiar os “Che” de volta ao topo do futebol espanhol. Estamos em 2014, Real Madrid CF e FC Barcelona são as melhores equipas do mundo – e o treinador português entende que a melhor coisa a fazer é reestruturar o plantel, com Jonas a perder espaço para Negredo e Paco Alcácer.
O brasileiro compreende, agradece a sinceridade, rescinde contrato e espera pacientemente por contactos. O SL Benfica tinha ficado sem Rodrigo e Cardozo, e só Lima assegurava poder de fogo, além de Talisca. Oportunidade perfeita? Sim, disse Jonas, que ao primeiro toque na bola de águia ao peito aproveita para fazer um “cabrito” a um adversário, no círculo central. Aí, todos sem exceção, perceberam o que se seguiria. Até Nuno.

2. Júlio César (2014/2015) – Na baliza oposta e com olhar atento estava Júlio César, à altura o melhor guarda-redes do planeta. Se não era difícil proteger as redes numa defesa com Maicon, Lúcio, Samuel, Córdoba ou Zanetti, o brasileiro era também um pronto-socorro na Canarinha, justificando a cada jogo o seu estatuto de imprescindível.
Com a saída de Mourinho, ele e o FC Inter não conseguiram manter o nível, numa equipa com média de idades mais avançada do que o aconselhado. Júlio César sairia pouco depois rumo à Premier League, seduzido pelo projeto inovador do Queens Park Rangers fC (onde já estava Adel Taarabt). Não resultou, o clube desceria para o Championship.
Seguia-se o Toronto FC, que competia na MLS e não exigia ao brasileiro compromisso máximo – esta sequência de experiências negativas desembocou no vexame do Mundial 2014. No desastroso 1-7 frente à Alemanha em pleno Maracanã, Júlio foi visto como um dos grandes responsáveis e é neste contexto que aparece o SL Benfica – o casamento perfeito, já que os encarnados precisavam de qualidade imediata depois da saída de Oblak e ele de um grande clube, para se reabilitar em termos emocionais.
Em Lisboa é tricampeão, servindo também como tutor de Ederson Moraes.

3. Hans-Jorg Butt (2007/2008) – Hans Jorg Butt construiu carreira muito respeitável na primeira década dos anos 2000: começa por ser titular na final perdida pelo Bayer 04 Leverkusen frente ao Real Madrid CF, em 2002, e termina na baliza do FC Bayern de Munique, no jogo final da Champions 2009-10, frente ao FC Inter de José Mourinho.
Perdeu as duas vezes – não lhe deram oportunidade para marcar uma grande penalidade, exercício através do qual conseguiu 26 golos –, mas que não se pense ser obra do acaso ou testemunho curto da sua competência. Ao serviço da seleção, vai aos Mundiais de 2002 e 2006, já depois do Euro 2000, sempre na sombra do inevitável Oliver Kahn.
Causará estranheza, portanto, a quem aferir os dados do currículo, observar que num SL Benfica instável (que terminou a Primeira Liga no quarto posto) não tenha conseguido ultrapassar a concorrência de Quim – somou 1 jogo apenas, em substituição deste numa partida para a Primeira Liga. Estávamos em 2007 e poucos adivinhariam que seria ele a sofrer o bis de Milito naquela noite no Bernabéu, uns anos depois…

4. Geovanni (2003/2004) – Depois do empréstimo para a segunda metade de 2002-03, a desvinculação junto do FC Barcelona proporcionou ligação permanente ao SL Benfica até 2006. “Soneca” para a massa adepta, que demorou a compreender a forma descomplexada como o brasileiro encarava as épocas: para marcar sempre aos adversários mais fortes, havia que se conservar em desafios de menor importância.
Marca em Alvalade na penúltima jornada de 2003-04, assegurando a qualificação para a Champions à lei da bomba. É ele quem assegura o golo do empate no Dragão, em 2004-05, jogo crucial para o título de Trapattoni. No mesmo ano, alia-se a Simão e elimina o Sporting CP da Taça de Portugal (naquele elétrico 3-3), e é dele o golo que elimina o grande Manchester United FC de Alex Ferguson no ano seguinte, num salto à peixinho que pôs a Luz em delírio.
A Inglaterra chega em 2007, para representar os rivais da cidade – no Manchester City FC estreia-se frente ao West Ham United FC com um golo. Na semana seguinte, outra vez o Manchester United FC pela frente e outro golo, desta vez num remate fora da área. Mas ainda não acabou: no ano seguinte é contratado pelo Hull City FC, acabado de subir pela primeira vez na história à Premier League. Não é preciso dizer quem marcou o primeiro golo de sempre, pois não?

5. Nuno Gomes (2002/2003) – Voltou a Lisboa de contrato na mão, depois da falência técnica da Fiorentina FC. O crescimento tático naquela Serie A, o melhor campeonato europeu à altura, retirou-lhe confiança com o golo – no SL Benfica, de 1997 a 2000, marca 71 vezes em pouco mais de 120 jogos, mostrando apetências fabulosas para a finalização.
No auge das suas potencialidades, viaja até aos Países Baixos selecionado por Humberto Coelho para o Euro 2000 e torna-se o melhor marcador da competição, o que lhe valeu o contrato italiano. Em Itália foi treinado por Fatih Terim e Mancini, partilhou balneário com Rui Costa ou Chiesa e aprimorou noções táticas, que o transformaram num portentoso jogador de equipa – o que lhe custou a proximidade com a baliza adversária.
Só Koeman, em 2005-06, o conseguiu espevitar nesse sentido, numa primeira volta portentosa com 15 golos, dois deles no Dragão, uma vitória encarnada na Invicta que não acontecia desde o bis de César Brito, em 1992!"

HOMENS DO LEME E DA BOLA



 "Antigos presidentes do Benfica tiveram nos seus currículos o carimbo da prática do futebol. E não só!


Ao longo de 117 anos, o Benfica teve como presidentes da Direcção homens das mais diversas áreas profissionais que, contudo, se uniam em torno de um interesse único: o desporto!
Corria o ano de 1912 quando Cosme Damião reparou nos dotes futebolísticos de um jovem Júlio Ribeiro da Costa, que viria a ser presidente em 1938/39. Vestiu a camisola encarnada como defesa entre 1013 e 1915.
Pela 1.ª categoria, jogou na recém-criada Taça de Honra, em Maio de 1915, frente ao Cruz Quebrada; era então, para além de jogador, secretário da Assembleia Geral. No ano seguinte, rumaria a Coimbra para estudar, onde, pela Briosa, defrontou e foi derrotado pelo Benfica numa digressão feita e jogada totalmente debaixo de água. Retornaria a Lisboa em 1921/22, jogando 7 jogos pela 2.ª categoria do Benfica.
Augusto da Fonseca Júnior, presidente entre 1939 e 1945, também se formou em Coimbra, onde, em 1920, liderou uma revolta estudantil. Antes, alinhou como médio e avançado 'encarnado' por 6 jogos, em 1914/15. No seu último jogo, bisou frente ao SC Império!
Joaquim Ferreira Bogalho, 'o homem do estádio', que dirigiu o Benfica entre 1952 e 1957, guardou a baliza das 3.ª e 4.ª categoria por 11 ocasiões, em 1920/21, anos de calçar as luvas da tesouraria 'encarnada'. Voltaria a jogar enquanto lateral-direito, em 1926/27, numa altura em que assegurava o cargo de secretário da Direcção.
O mais eclético foi Félix Bermudes, presidente em 1916 e 1945, que praticou atletismo, esgrima, natação, ténis, alpinismo, hipismo e futebol, quando esta modalidade ainda se encontrava em crescimento. Jogou como avançado e médio-direito entre 1906 e 1912, tendo sido capitão no primeiro dérbi do Clube frente ao Sporting, em 1 de Dezembro de 1907.
Aos 50 anos, Félix Bermudes participou em provas de tiro nos Jogos Olímpicos, em 1920 e 1924, ano em que também se sagrou campeão em ciclismo numa Volta a Lisboa!
Mente sã em corpo são seria o mote. Félix Bermudes reconheceu, numa entrevista que deu perto de completar os 84 anos, quiçá falando por todos os seus homólogos: 'As possibilidades físicas que ainda hoje possuo, as devo ás práticas constantes de vários desportos!' Curiosamente, Júlio Ribeiro da Costa foi o mais longevo dos presidentes benfiquistas, vivendo 97 anos.
Venha conhecer mais sobre os homens que dirigiram o Clube, na área 28 - Homens do Leme, do Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

QUATRO CAVALOS E UM PORTUGUÊS



 "Ruy Lopez, um dos grandes do xadrez de todos os tempos, aprendeu muito com Pedro Damião, um boticário de Odemira que teve de fugir para Roma...


Zafra não fica longe e vale a pena lá ir. É assim como ir a Badajoz, virar à direita e descer um bocado. Chamam-lhe a Pequena Sevilha. Quando o Papa Pio IV resolveu chamar a Roma Rodrigo Lopez de Segura, mais conhecido por Ruy, este não deixou de revelar algum espanto. A missiva só indicava: «Assuntos eclesiásticos». Gaspacho! Cabia um nunca mais de coisas em assuntos desse género. Fez-se à estrada. Afinal Papa era Papa e, em 1559, podia esperar-se tudo de um Papa, até uma ordem azeda de um desanque valente de chicote no lombo. Ainda por cima, Pio IV não era apenas Papa, era um Medici, Giovanni Angelo Medici, da Casa dos Medici, de Florença, gente que nascera sem nobreza acoplada mas fizera fortuna à base do comércio de têxteis e acabaram por se tornar líderes hereditários do Ducado de Florença, pouco tempo depois elevado a Grão Ducado. Não valia a pena embirrar com um Papa, ainda por cima Medici, vamos e venhamos. E sair da modorra de Zafra também não deixava de ser uma aventura para um rapaz como Ruy que tomara recentemente as vestes de pároco e estava à beira dos 20 anos.
Os seus pais não nadavam em dinheiro. Eram comerciantes acomodados, com um palacete na Plaza Grande, e o jovem Rodrigo ia-se entretendo com as confissões das moças da zona na sua função de clérigo da paróquia de Candelabria. Veio a descobrir, já em Roma, que o apelo papal não tinha grande coisa a ver com a sua maior ou menor proximidade com Deus, com Cristo, com o Espírito Santo ou com os Santos Óleos. Pio IV queria era que Ruy Lopez lhe ensinasse os segredos mais profundos do jogo que apaixonava a Europa da época – o xadrez.
Ruy Lopez é um nome que não escapa a nenhum amante da arte dos 64 quadrados brancos e pretos (e se alguém não gostar que chame pretos aos quadrados pretos, procure arranjar um tabuleiro com quadrados de outra cor) e o livro que publicou em Alcalá de Henares, no ano de 1561, é obra obrigatória para estudiosos e não só: Libro de la Invención Liberal y Arte del Juego del Ajedrez, Muy Útil y Provechosa Para los que de Nuevo Quisieren Aprender a Jugarlo. O Papa leu-o, mas não percebeu grande coisa, o que não revela propriamente tacanhez na compreensão mas talvez distrações a mais. Além disso, não fazia tensões de desafiar o padre Ruy. Queria, isso sim, pô-lo a jogar contra Giovanni Leonardo di Bona, também conhecido como Giovanni Leonardo da Cutri e apelidado simplesmente de Il Puttino, O Menininho, considerado o melhor jogador de toda a Itália.
Imagina-se que Pio IV tenha ficado ligeiramente desapontado por Ruy Lopez haver ganho facilmente a Giovanni. Uma vitória inequívoca de um fulano que estudara profundamente a obra de um dos seus antecessores, português de gema, nascido em Odemira em 1475, Pedro Damião, ou Damiano de Odemira, um estratega de altíssimo calibre e um dos primeiros problemista de xadrez, isto é, criador de situações complicadas sobre o tabuleiro que exigia aos seus alunos que resolvessem. A vida correu-lhe mal do Guadiana para cá. Boticário, cristão-novo, escapuliu-se sem dar cavaco para Roma, fugido dos sicários de D. Manuel, onde o deixaram à vontade para trabalhar noutro livro importantíssimo e que Rodrigo sabia praticamente de cor: Questo Libro e da Imparare Giocare a Scachi: Et de Belitissimi Partiti (1512).
Inconformado, Pio IV voltou a colocar Ruy Lopez e Il Puttino frente e, mais uma vez, o resultado se repetiu. Ao perceber que o seu representante mais encarniçado se deixava enlear pela magia da Abertura dos Quatro Cavalos, conhecida por Abertura Ruy Lopez ou Abertura Espanhola, o Papa, teimoso como um Papa, fez avançar Paolo Boi, Il Siracusano, filho de gente rica, afilhado preferido do Duque de Urbino, e que esteve em Lisboa, em 1577, para demonstrar na corte de D. Sebastião toda a sua sagacidade na movimentação das pedras. Rodrigo não fez cerimónias e bateu-o com uma perna às costas. Então, Pio IV desistiu. A ideia, parecia-lhe agora, não fora das tais coisas...
1575: eis que Felipe II resolve, como dizem os italianos, stuzzicare o Papa. Isto é, dar-lhe umas bicadas. Em Madrid, no Escorial, reuniu os quatro maiores xadrezistas da Europa para um torneio. Apresentaram-se os inevitáveis Ruy Lopez de Segura, Leonardo da Cutri e Paolo Boi, aos quais se juntou Alfonso Céron, um sacerdote de Granada que também deixou um livro entretanto desaparecido, escrito em latim: De Latrunculorum Ludo, algo como ‘Do Jogo de Xadrez’. Muitos consideram que esse foi o primeiro campeonato do mundo de xadrez. Da Cutri rebelou-se e saiu vencedor. Recebeu mil ducados de prémio, uma capa de arminho e o seu lugar de nascimento foi poupado a impostos durante vinte anos. A Abertura Espanhola de Ruy fora derrubada pelo Gambito do Rei de Il Puttino. Pio IV podia morrer descansado não se desse o caso de já ter entregue a alma ao criador dez anos antes. Partiu antes do tempo."

ESTRANHA MANIA DAS TANGENTES



 "Não sei bem porquê mas parece haver no espírito do português um mórbido prazer na vizinhança da desgraça - em montar a tenda bem à beirinha do precipício.

Quando, na sequência do recente jogo com a Sérvia, perguntaram ao seleccionador-treinador como explicava a passagem de uma primeira parte quase perfeita para uma segunda de aflitos, ele, simplesmente, respondeu: “não sei explicar...tínhamos tudo preparado “.
Aqui vai uma ajudinha: nessa exaustiva preparação se incluiu a enfática verbalização dos nomes dos jogadores sérvios - quase todos!- que, para o nosso treinador, constituíam sério perigo para as nossas cores. Pois é, tem-se aquilo que se teme. É aquilo a que os psicólogos chamam “profecia auto-realizada”.
Depois, sabem, parece, de facto, haver em nós um gosto esquisito, quase perverso, pela tangente: quando as coisas estão bem encaminhadas, logo tratamos de as pôr assim-assim- esse tópico consagrado da nossa pegajosa mediania.
Não vou ao ponto de afirmar que o povo português do que gosta é de chicote, embora pareça por vezes, mas é certamente um povo para quem o prazer máximo parece residir no intervalo mínimo entre cada chicotada.
E o que mais me incomoda é pensar que nem sempre fomos assim: que o diga Cabral, Gama, Bartolomeu Dias ou Fernão de Magalhães. Se assim tivéssemos sido sempre não teríamos vencido em São Mamede, Atoleiros ou Aljubarrota.
Então, o que é que nos terá tornado assim tão íntimos da tangente lamentosa? O desastre de Alcácer-Quibir? O terramoto de 1755? (Voltaire viu nele um trágico abalo no optimismo que a Enciclopédia tão ufanamente ostentava), terá sido a decepação do braço imperial, a separação política do Brasil?, o regicídio da Rua do Arsenal?, o assassinato do Sidónio, a esperança do povo? Que coisa é essa que parece impelir-nos para os braços de uma triste sina? O fado? Ou o fado é já ele consequência de assim sermos?
Naquele famigerado jogo de Belgrado, tínhamos tudo tão certinho e até fizemos um golo que não valeu nos últimos instantes... 
Mas este episódio tão ao jeito da nossa clássica propensão para assumir o papel de vítima faz-me lembrar aquela viúva fingida que, com ar compungido, se compraz em ser engolida em abraços e condolências- é o seu secreto consolo.
Imagine-se que até de Espanha surgiram manifestações de solidariedade com o inconsolável Cristiano - não por ele ser nosso, mas por o considerarem deles!
Enfim, não havia necessidade de nos expormos assim tão descaradamente à universal compaixão: bastaria que, em vez do medo de perder, tivessem interiorizado a certeza de ganhar. Mas falta-nos assumir o pleno estatuto de comensais do céu: achamos sempre que algo de infernal nos espreita.
Mas se na Escola de Sagres se tivesse implantado o medo do Adamastor, nunca Portugal teria sido o primeiro campeão mundial da globalização.
Os nossos treinadores não há meio de se convencerem que não é verbalizando, com erudita clarividência, os perigos que deles se livram, bem pelo contrário - é a maneira mais indefectível de os atrair.
Entretanto, revolvemo-nos no prazer espúrio de uma generalizada compaixão que mais não faz que confirmar-nos no nosso atávico sentimento de uma resinosa pequenez. Pensemos alto e ir-se-nos-á essa estranha mania das tangentes.
Somos bons em exercícios de equilíbrio instável: nosso meio de vida é a corda bamba. Mas, cuidado, não vá escorregar-nos o pé e cairmos no buraco, buraco que segue a nossa sombra."

José Antunes de Sousa, in A Bola

LIXEIRA JORNALEIRA: TURISTA DE VIGO ESTÁ DESESPERADO POR DINHEIRO


 

terça-feira, 30 de março de 2021

SL BENFICA | ÁGUIAS A LEVANTAR VOO?



 "O SL Benfica aparenta viver dias melhores. As “águias” têm vindo a levantar voo nas últimas semanas, conquistando vitórias, amealhando pontos e mantendo invioladas as suas redes. O período destrutivo que precedeu esta fase de maior fulgor, no entanto, cortou demasiado as asas à equipa benfiquista, que encara a fase final da época com apenas duas ambições: a conquista da Taça de Portugal e o segundo lugar da Primeira Liga.

É pouco para o muito que se investiu e perspetivou na antecâmara da temporada, mas não deixam de ser objetivos importantes, cuja concretização é de vital importância, sobretudo pelo que representam na construção da época vindoura.
Para garantir o cumprimento destes desideratos, será necessário manter – ou até melhorar – a forma apresentada e manter – ou até acentuar – a curva ascendente de qualidade. O principal requisito será a estabilidade.
Estabilidade emocional, individual e coletiva, estabilidade de escolhas, sobretudo no setor defensivo, estabilidade na comunicação, mormente no que concerne as conferências de imprensa de Jorge Jesus, estabilidade exibicional e estabilidade de resultados.
O mês de abril apresenta-se como fulcral para a continuidade – ou não – da forma que as “águias” vinham espelhando em campo antes da paragem para compromissos internacionais. O mês da liberdade vai permitir perceber se a equipa técnica de Jorge Jesus foi capaz de aproveitar a pausa no calendário para solidificar ideias e unir o grupo.
Caso o tenha feito, os encarnados terão todas as condições para vencer as cinco partidas que mês que se avizinha encerra e dar sequência a uma série positiva que só peca por tardia."

A VER E REVER



 "Exortamos todos os benfiquistas (e não só) a verem a reportagem especial "Amor à Camisola" estreada ontem, na BTV, e disponibilizada nas várias plataformas em que o Sport Lisboa e Benfica está presente. 

Da autoria do jornalista Ricardo Soares, com imagens recolhidas por André Araújo e pós-produção áudio de Kiko Rúbio, esta reportagem, com duração aproximada de uma hora, incide no indispensável contributo dos técnicos de equipamento para a atividade da equipa de futebol.
Como pano de fundo está o Arsenal – Benfica, disputado na Grécia, a contar para a Liga Europa. A BTV teve acesso aos bastidores e mostrou, com mestria, tudo o que envolve a preparação de um jogo no que aos equipamentos diz respeito.
Ressalta ainda da reportagem a extrema importância que estes funcionários têm para o grupo de trabalho, não se limitando às exigentes tarefas pelas quais são responsáveis, fazendo mesmo parte do próprio grupo; uma pertença que, pela proximidade a jogadores e treinadores, acontece naturalmente. 
João Valentim, Paulo Vaz e Sebastião Fernandes, técnicos de equipamento, são os protagonistas da reportagem, contando ainda com os testemunhos de Isabel Tavares, costureira, e Vanderleia de Jesus, coordenadora da lavandaria do futebol. São um exemplo de dedicação e benfiquismo, a quem é dado o reconhecimento devido pelos beneficiários diretos – jogadores e treinadores – do seu esforço e empenho. Rui Costa, Luisão, Jorge Jesus e Otamendi oferecem o seu testemunho acerca da enorme relevância destes membros do plantel, apesar de quase ignorados pelo grande público.
Esta é também uma homenagem aos saudosos José Luís e Luís Santos, antigos técnicos de equipamento que nos deixaram precocemente. Ambos serviram o Benfica ao longo das suas vidas e contribuíram, em conjunto, para a conquista de 32 Campeonatos nacionais e 19 Taças de Portugal. E deixam, sobretudo, enorme saudade entre todos os que tiveram a oportunidade de conviver e trabalhar com eles.
A reportagem "Amor à Camisola" surge na sequência do trabalho desenvolvido no âmbito do BPlay, que reflete, do ponto de vista comunicacional, a crescente abertura ao exterior e insere-se numa política de valorização do desporto e da necessidade detetada de se dar protagonismo a quem é, de facto, protagonista. Estamos convictos de que este é o caminho certo para a indústria do futebol.
Mais uma vez convidamo-lo a ver (ou rever) este fantástico produto televisivo. A BTV e todos os que contribuíram para a feitura desta reportagem estão de parabéns!"

REPORTAGEM: AMOR À CAMISOLA

                                                   

AMOR À CAMISOLA

 "“São os últimos a deitarem-se, são os primeiros a levantarem-se.”

“São pessoas de uma importância incalculável dentro de um balneário.” 
“Quando se fala de mística, eles têm essa mística.”
Estas são palavras de Jorge Jesus, Rui Costa e Luisão acerca dos protagonistas da reportagem especial imperdível que estreará hoje, dia 29, às 19 horas, na BTV.
Nunca os holofotes do grande público estão direcionados para estes rostos, porém não há jogador, treinador ou dirigente que não reconheça a suprema relevância destes elementos do plantel, os técnicos de equipamento.
Têm uma missão imprescindível: que nada falte à equipa. Trabalham arduamente para que os jogadores somente se tenham de preocupar em treinar e jogar e são os únicos que, quando as portas do balneário são fechadas, permanecem próximos dos atletas.
É-lhes exigida extrema competência, dedicação total e sigilo absoluto. Servem o clube servindo o plantel, do qual fazem parte, também, pelo reconhecimento dos próprios jogadores dessa pertença. As relações de confiança e amizade, assentes no respeito mútuo, perduram além da carreira dos futebolistas, tratando-se de um sinal inequívoco da importância primordial destes funcionários. Exultam com as vitórias, são solidários nas derrotas. E têm permanentemente de ser imunes a estados de espírito, pois há sempre alguma tarefa por fazer.
Conheça hoje, na BTV, o que têm a dizer, sobre estes membros inalienáveis do plantel, quem com eles lida diariamente.
Entretanto, na frente desportiva, tivemos um fim-de-semana de altos e baixos, felizmente mais dos primeiros que dos segundos.
Da muita atividade desportiva, começamos por evocar e elogiar o triunfo das nossas futsalistas na final da Taça da Liga. A série invicta de 85 jogos é impressionante e os títulos e troféus sucedem-se. Uma palavra também para Rochelle Nunes, que conquistou a medalha de prata no Grand Slam de Tbilissi, em judo. Houve ainda a excelente entrada na final do playoff do Campeonato Nacional de voleibol, com a vitória, por 3-0, frente ao AJ Fonte do Bastardo (final à melhor de 5). E assinalamos a magnífica exibição da nossa equipa de basquetebol, em Oliveira de Azeméis frente à Oliveirense, permitindo o apuramento para a final four da Taça de Portugal (84-105).
Em sentido contrário tivemos a final da Taça da Liga de futsal nos masculinos, numa partida que não correu de feição à nossa equipa, desde logo pela ineficácia quando ainda estava por inaugurar o marcador. Estamos certos de que a nossa equipa saberá usar este desaire para surgir mais forte nos desafios vindouros. E, finalmente, referência para a nossa equipa feminina de râguebi que, apesar de não ter sido feliz, discutiu até ao último momento o jogo que decidiu o título do primeiro Campeonato Nacional na variante de 15.
De Todos Um, o Benfica!"

PRIMEIRAS PÁGINAS DOS JORNALEIROS. RASCORD VIROU-SE PARA O MINEIRO, É UM POR DIA...


 

segunda-feira, 29 de março de 2021

COMPLETA FALTA DE VERGONHA NO FOCINHO!!!

 


"O dia 1 de Abril chegou mais cedo para os lados de Contumil.
Mais uma amostra do que que é o FC Porto e as habituais táticas de deturpação e manipulação da realidade.

Felizmente, as imagens não mentem e recordar é viver. O lance polémico aqui demonstrado teve lugar na 6ª jornada da época 2004/05, que opôs o Benfica ao FC Porto, em que Petit remata de fora da área, para defesa de Vítor Baía... dentro da própria baliza.
Como este exemplo existem dezenas por parte do FC Porto ao longo dos últimos anos. Tenham mas é vergonha na cara."

FC PORTO PEDE, FC PORTO TEM

 


"Duas expulsões ao Santa Clara em apenas dois minutos (80 e 82, respectivamente), sendo uma das quais absolutamente inenarrável, retiram Allano e Fábio Cardoso do jogo diante o FC Porto na próxima jornada, antecedendo o Chelsea FC.
Como se isto não fosse suficientemente escandaloso, minutos depois, no jogo entre o Portimonense SC - FC Porto, os azuis e brancos obtêm a vitória através de dois autogolos da equipa adversária e um penálti perdoado ao cair do pano - que presumivelmente daria o empate - já em tempo de compensação.
Restam poucos adjetivos para qualificar a vergonha que é o FC Porto e os métodos que, reiteradamente, utiliza para coagir, condicionar e pressionar as instâncias desportivas.
Infelizmente, tudo lhes é permitido. E oferecido."

SL BENFICA | A ESTABILIDADE ASSENTA NO NÚMERO TRÉS



 "O SL Benfica de Jorge Jesus tem adotado, ao longo da temporada, um sistema defensivo de 4x4x2, sistema tático bem caraterístico do técnico natural da Amadora. Para além de ser o esquema preferido de Jesus, foi o esquema utilizado durante praticamente toda a primeira metade da temporada, sendo que Vertonghen e Otamendi ocupavam os lugares de defesas-centrais sem qualquer dúvida. Contudo, isto viria a mudar.

No pretérito defeso, o SL Benfica emprestou Ferro ao Valência CF e fez regressar Todibo ao FC Barcelona, que depois o emprestou, novamente, ao OGC Nice. Ferro é uma sombra daquilo que já mostrou ser e Todibo, à conta de lesões, nunca teve uma verdadeira oportunidade para se mostrar de águia ao peito.
No plantel encarnado e mais propriamente no eixo da defensiva surgiam nomes como Otamendi, Vertonghen, Jardel e Morato. Ainda assim, o SL Benfica achou por bem reforçar este setor e contratou Lucas Veríssimo ao Santos FC por 6,5 milhões de euros.
Com a contratação de Veríssimo, o sistema de três centrais tornou-se numa realidade, aliás, até foi assim frente ao Sporting Clube de Braga, em jogo a contar para a Primeira Liga, que o SL Benfica venceu por duas bolas a zero.
A verdade é que um sistema com três defesas pode ser a melhor opção para o SL Benfica nesta altura. Vertonghen e Otamendi serão os “patrões” da defesa, enquanto Lucas Veríssimo será o central que, por ter uma técnica mais apurada e facilidade em sair com bola controlada, será um distribuidor de jogo de primeira instância, ou seja, funcionará como um central construtor de jogo.
Para as laterais, Diogo Gonçalves (direita) e Grimaldo (esquerda) são os nomes que se perfilam para assumir as respetivas posições. Cervi, Nuno Tavares e Gilberto são as restantes opções para desempenhar estas funções.
Pessoalmente sou adepto de uma defesa a três com capacidade em sair a jogar, até porque isto confere mais liberdade tanto para se jogar pelas linhas com laterais mais subidos no terreno de jogo, como possibilita que hajam mais jogadores no corredor central. Com três centrais, os médios não têm de recuar no terreno, fazendo com que a equipa se mantenha equilibrada, especialmente na zona central. 
 Outra vantagem desta tática é que acaba por limitar as opções aos adversários, uma vez que acaba por cortar, quase por completo, a possibilidade de jogarem entrelinhas, obrigando a equipa contrária a canalizar o seu jogo para as laterais, onde é mais fácil de controlar.
Um dos grandes problemas deste SL Benfica nesta temporada são as transições defensivas e, com a aposta neste 3x5x2, Jorge Jesus disfarça aquela que era uma das maiores debilidades desta equipa ao colocar mais jogadores no centro do jogo, disfarçando lacunas de jogadores como Taarabt e até mesmo Pizzi que, por serem mais “ousados”, acabam por expor a equipa a perdas de bola em zonas comprometedoras do terreno.
Assim, uma aposta num esquema tático com três centrais parece-me ser uma realidade deste SL Benfica que tem, certamente, jogadores capazes de desempenhar na perfeição aquilo que Jorge Jesus pretende."

COINCIDÊNCIAS!

 


"- Clube propriedade de um credor do Calor da Noite, que por sua vez será um beneficiário direto da saúde financeira do Calor da Noite caso entrem diretamente na fase de grupos da Liga dos Campeões
- 2 autogolos, sendo o primeiro o pior disfarce de sempre de um defesa a fazer de conta que foi por acaso
- Um árbitro adepto do Calor da Noite, que só tem feito merda atrás de merda de forma escandalosa de há um ano para cá, sempre a beneficiar o Calor da Noite e roubar o Benfica, sabendo que está perto do limite de idade de 45 anos. Este Rui Costa foi o mesmo árbitro do Portimonense-Calor da Noite do ano passado em que marcou um penalti a favor do seu clube por bola no peito e deu 10 minutos de compensação até o Calor da Noite marcar. É o mesmo árbitro que anda a amarelar o Otamendi em simulações do adversário. É o mesmo árbitro que anda a deixar passar cortes com a mão dentro da área em jogos do Benfica, como se viu há poucas jornadas contra o Nacional. Quantas mais nomeações vai Fontelas dar a um gajo que anda a roubar já sem vergonha nenhuma na cara?
- Sérgio Conceição. Perdemos as palavras para descrever tamanho escroque. Um verdadeiro porco, um escarro de ser humano. Quantas expulsões mais vai acumular até levar um castigo exemplar e que permita a toda a gente em Portugal ver o futebol de forma sã?
- Luis Vieira, esse, continua calado. Um grande Presidente!"

UPDATE:

 


""Ao mesmo tempo que o FC Porto vai jogar os quartos de final da melhor é mais difícil competição do mundo, tem de jogar contra 11 titulares. Depois venham reclamar “vitórias do futebol português.”
Assunto resolvido. Dois titulares - um deles (Allano) de forma inexplicável - a serem expulsos no jogo de hoje frente ao CD Tondela, que os tira do próximo jogo no Dragão. Não bastam os 12 penáltis. Todas as ajudas contam!"

domingo, 21 de março de 2021

CONVINCENTE...



 O Benfica venceu, este domingo, o SC Braga por 2-0 em jogo da 24.ª jornada da I Liga, disputado na capital minhota. Com este triunfo, os encarnados roubaram o terceiro lugar aos minhotos. Num jogo tranquilo, o Benfica venceu com golos de Rafa (47') e Seferovic (46').

Jorge Jesus regressou ao sistema de três centrais e fez uma alteração na equipa encarnada comparativamente com a vitória frente ao Boavista. Vertonghen jogou no lugar de Pedrinho. Quanto ao SC Braga, Carlos Carvalhal não faz qualquer alteração no onze que empatou em Famalicão.
Com um início de jogo - e uma primeira parte - a um ritmo lento, o Benfica só iria chegar ao primeiro golo a dois minutos para lá do tempo regulamentar, com a Rafa a abrir o marcador. Seferovic aguentou a pressão de Bruno Rodrigues e passou a bola para a entrada do extremo português que, na cara de Matheus, atirou para o fundo da baliza.
Antes do golo encarnado, Fransérgio foi expulso por acumulação de cartões amarelos. Depois de uma sobre o autor do golo quando este saía com bola, o árbitro João Pinheiro exibiu o segundo amarelo e consequente vermelho. No segundo golo do Benfica, inverteram-se os papéis. Agora foi Rafa a isolar Seferovic, que completamente sozinho finalizou de pé esquerdo e fez o segundo do Benfica aos 57 minutos.
Nota para a enorme intervenção de Matheus aos 67 minutos, negando o bis ao avançado suíço do Benfica, que fez também ele um grande cabeceamento.
Com esta vitória, o Benfica subiu ao terceiro lugar, com 51 pontos, menos três do que o FC Porto, segundo, e 13 do que o Sporting, líder, enquanto os bracarenses baixaram ao quarto lugar, com 50.

VITÓRIA AO CAIR DO PANO

 


Golos bonitos e reviravolta ao cair do pano

Houve espetáculo no Seixal, com o jogo a cair para o lado do Benfica B já perto do fim.
Tarde de belos golos no Benfica Campus! O Benfica B regressou a casa na 25.ª jornada da II Liga e bateu o Leixões, por 2-1. Foi o quarto triunfo consecutivo das jovens águias no seu reduto.
No Seixal, frente a frente, dois treinadores que ainda não conheciam a derrota na condição em que se encontravam nesta partida: Nélson Veríssimo como visitado e José Mota como visitante. A jogar em casa, o Benfica B entrou com uma pressão muito alta sobre o portador da bola. No primeiro minuto de jogo, combinação entre Gonçalo Ramos e Umaro Embaló pela direita, com este último a fletir para dentro e a rematar ao lado da baliza defendida por Stefanovic. Havia mais Benfica B no relvado, mas, aos 13', o Leixões levou perigo à área encarnada. Jogada de Avto pela direita, o atacante entrou na área e rematou por cima, mas ficou o aviso.
Os comandados por Nélson Veríssimo tentavam abrir espaços através da exploração dos dois corredores, mas a linha mais recuada dos de Matosinhos mantinha-se compacta. Aos 24', Gonçalo Ramos foi lançado em profundidade, ficou isolado, mas deixou Stefanovic antecipar-se. Aos 32', após jogada bem trabalhada pelo Benfica B, Henrique Araújo, já na área, disparou para Stefanovic encaixar. Bola cá, bola lá, e, aos 35', Pedro Pinto a obrigar Svilar a grande intervenção após remate à queima-roupa. Resultado ao intervalo: 0-0.
O segundo tempo começou a todo o gás, com uma oportunidade para cada lado. Primeiro o Leixões, aos 47'. Seck cruzou da esquerda e Belkheir, com tudo para inaugurar o marcador, a atirar ao lado; no minuto seguinte, aos 48', Henrique Araújo viu o seu remate travado em cima da linha de golo por Diogo Gomes. Aos 55', o placard mexeu e de que maneira! Joca fez o 0-1, com um remate de letra (à Lamela!), após ultrapassar João Ferreira, que surpreendeu Svilar.
A perder, Nélson Veríssimo mexeu na equipa e a solução para o empate estava mesmo no banco. Samuel Pedro trabalhou bem na esquerda, veio para dentro, entrou na área e disparou sem hipóteses para Stefanovic. 1-1, aos 71'. Pouco depois, aos 74', Henrique Araújo ficou a centímetros do golo, mas o remate saiu por cima após bom trabalho individual do avançado. Melhor o Benfica B nesta fase e, aos 76', de longe, Umaro Embaló a testar a atenção do guarda-redes dos nortenhos. As águias procuravam o golo da vitória e este chegou aos 87'. Pedro Pinto facilitou a aliviar a bola, e Henrique Araújo aproveitou para, com um remate acrobático, bater Stefanovic e fazer o 2-1. Após o tento, destaque para a estreia absoluta de Martim Neto nas andanças da II Liga. O jovem entrou para o lugar de Henrique Araújo.
Com este triunfo por 2-1, o Benfica B passa a somar 33 pontos na tabela classificativa e na próxima jornada recebe o Cova da Piedade.
DECLARAÇÕES
Nélson Veríssimo (treinador do Benfica B): "O aspeto determinante nesta vitória foi a eficácia que tivemos na segunda parte. O Leixões veio a nossa casa fazer um bom jogo, é uma equipa que, tal como nós, tem vindo a subir de produção e de rendimento nas últimas jornadas, conseguindo pontos. Sabíamos que íamos ter um jogo difícil contra um Leixões que joga bem, como é, aliás, apanágio das equipas treinadas pelo míster José Mota. A primeira parte ficou caracterizada por um grande equilíbrio. No segundo tempo, pelo que introduzimos ao intervalo, o jogo pendeu mais para o nosso lado. Como costumo dizer, a justiça está no resultado, fizemos por merecer esta vitória. Os jogadores estão de parabéns, foi mais uma boa experiência para eles neste contexto de Segunda Liga, em que nos vimos a perder contra uma boa equipa e conseguimos dar a volta. Parabéns a todos, em particular ao Martim Neto, que se estreou na equipa B e na II Liga."
Henrique Araújo (avançado, "Homem do Jogo"): "Receber esta distinção é muito bom sobretudo quando a equipa ganha. Era o nosso objetivo e conseguimos alcançá-lo. Na primeira parte foi mais equilibrado, mas na segunda assumimos mais o jogo. Levámos o golo contra a corrente do jogo, mas a partir foi só Benfica até ao final. Conseguimos a vitória, merecemos."
Gonçalo Ramos (avançado): "Foi um jogo complicado, muito disputado desde o início. Entrámos bem, depois tivemos algumas dificuldades, por mérito do adversário, mas conseguimos dar a volta por cima. Estou muito feliz por poder ajudar, por poder contribuir. Quero aproveitar cada momento, cada oportunidade e abstrair-me das notícias, que pouco interessam. [Convocado para representar Portugal no Europeu Sub-21] É um grande orgulho poder estar mais uma vez no espaço da Seleção Nacional e, como disse antes, vou procurar aproveitar a minha oportunidade."
Benfica B-Leixões
2-1
Benfica Campus (Campo n.º 1)
Onze do Benfica B
Svilar, João Ferreira, Tomás Araújo, Morato, Sandro Cruz, Diogo Mendes (83', Rafael Brito), David Tavares, Umaro Embaló (82', Jair Tavares), Tiago Araújo (63', Samuel Pedro), Gonçalo Ramos e
Henrique Araújo (90', Martim Neto)
Suplentes
Carlos Santos, Fábio Baptista, Kalaica, Rafael Brito (83'), Martim Neto (90'), Jair Tavares (82'), Tiago
Gouveia, Samuel Pedro (63') e Luís Lopes
Ao intervalo 0-0
Golos do Benfica B
Samuel Pedro (71') e Henrique Araújo (87') Boletim clínico Diogo Capitão (status pós-cirúrgico ligamentoplastia do cruzado anterior do joelho esquerdo); Pedro Álvaro (lesão muscular na coxa direita); Daniel dos Anjos (miocardite aguda pós-infeção por COVID-19); Paulo Bernardo (contusão no tornozelo direito); Pedro Ganchas (lesão do complexo articular do ombro esquerdo); Ilija Vukotic (mialgia na coxa direita); Leo Kokubo (lesão capsular no 5.º dedo da mão esquerda)

GOLEADA

 


Duas estreias, uma goleada e... três pontos!

Mariana Dantas e Deise Timas debutaram pelo Benfica no jogo da 8.ª jornada da fase de apuramento de campeão da Liga BPI.
A equipa feminina de futebol do Benfica superou o Torreense, por 1-7, em jogo da 8.ª jornada da fase de apuramento de campeão da Liga BPI. Não fosse o golo de honra do adversário e as encarnadas repetiriam o resultado da 1.ª volta.
Cumprido um minuto de silêncio para assinalar o Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial, Sofia Gama apitou para o início da partida. Desde cedo, com uma grande pressão ofensiva, o Benfica ia fazendo aproximações perigosas à área do Torreense e, aos 15', chegou a primeira grande oportunidade de desbloquear o marcador.
Penálti assinalado a favor das encarnadas, depois de Kika Nazareth ser derrubada por Catarina Jaleco na grande área. Nycole assumiu a responsabilidade e atirou para o 0-1.
Sem tempo para reagir, a formação de Torres Vedras via-se a perder por 0-2, um minuto depois, na sequência de um tiro certeiro de Marta Cintra (excelente receção a passe de Nycole e ótima finalização). Mesmo ao cair do pano (45') Cloé Lacasse fugiu pela esquerda a passe de Nycole e assinou o 0-3 com que as equipas recolheram aos balneários.
No retomar do encontro, Nycole repetiu o que tinha feito na primeira parte e foi mesmo ela a reabrir o marcador (0-4), protagonizando um bis depois de uma dupla assistência no primeiro tempo. Aos 55', Filipa Patão substituiu a camisola 28 do Benfica, dando lugar a Jolina. Saída do banco, não foi preciso esperar muito... Menos de 10 minutos depois (63'), Jolina aumentou, de pé esquerdo, a contagem para 0-5.
Destaque ainda para as entradas, aos 68', de Mariana Dantas – estreia absoluta pelo Benfica – e de Deise Timas, vinda da equipa B, também ela a debutar pelo conjunto principal. Em sérias dificuldades, o Torreense conseguiria, no entanto, chegar à baliza de Carolina Vilão – depois dos golos de Kika Nazareth (69') e Jolina (81') – para o golo de honra, aos 87' (1-7).
No próximo fim de semana (sábado, 27 de março, às 15h00), o Benfica recebe o Clube Albergaria, em jogo da 9.ª ronda da fase de apuramento de campeão da Liga BPI.
Torreense-Benfica
1-7
Campo Novo do Ponterrolense
Onze do Benfica
Letícia (63' Carolina Vilão), Catarina Amado (68' Deise Timas), Ana Seiça, Carole Costa, Matilde Fidalgo (55' Lúcia Alves), Andreia Faria (68' Mariana Dantas), Christy Ucheibe, Kika Nazareth, Marta Cintra, Cloé Lacasse e Nycole (55' Jolina)
Suplentes
Carolina Vilão (63'), Sílvia Rebelo, Deise Timas (68'), Sara Fernandes, Mariana Dantas (68'), Lúcia Alves (55') e Jolina (55')
Ao intervalo 0-3
Golos do Benfica
Nycole (15', 46'), Marta Cintra (16'), Cloé Lacasse (45'), Jolina (63', 81'), Kika Nazareth (69')