sábado, 31 de outubro de 2020

ATÉ QUANDO?



 "Até quando iremos aguentar isto?

Até quando iremos compactuar com estes roubos constantes?
Até quando iremos permitir que o FC Porto continue a beneficiar, sistematicamente, de lances polémicos de arbitragem?
Quantos pênaltis serão marcados a favor do FC Porto esta época? 40?
E a quantos cometidos serão fechados os olhos?
Quantas "avarias" do VAR irá haver esta época?
O que será preciso para o Presidente da Liga fazer alguma coisa?
O que será preciso para a Direcção do Sport Lisboa e Benfica se manifestar?
Vamos todos continuar a assobiar para o lado?
É este o campeonato que querem?
O futebol português é uma ETAR a céu aberto."

ANTI-JOGO!

 


"No início do mês, foi feita uma campanha patrocinada por Sérgio Conceição contra o Marítimo pelo anti-jogo praticado pelas equipas de Lito Vidigal. Recriminamos todo o tipo de anti-jogo e todos sabemos que as equipas de Lito Vidigal abusam deste tipo de estratégias. Posto isto, gostaríamos de perguntar duas coisas:
1) Porque é que apenas na semana antes do jogo com o #PortoaoColo o anti-jogo foi assunto?
2) Porque ninguém falou das perdas de tempo da equipa de Sérgio Conceição no passado sábado? 
Deixámos passar quase uma semana para ver se alguém pegava no tema. Ninguém pegou como esperávamos, como tal deixamos um quadro para resumi o que aconteceu após a expulsão de Zaidu no jogo com o Gil Vicente. Os números falam por si."

FUJAM, VEM ALI O CICLONE DARWIN



 "Tempestade Bárbara, furacão Katrina, ciclone Darwin. Qual destes fenómenos da natureza será o mais mortífero? É uma questão controversa que tem gerado imensa discussão, eu sei. A Bárbara provocou a queda de árvores e inundações. O Katrina desalojou famílias e levou a vida a mais de 1800 pessoas. Então e o Darwin? Não destruiu nenhuma localidade, muito menos tirou o tecto a quem quer que seja. Não assassinou ninguém. Não. Darwin tem feito muito pior. Não causou nenhuma morte, mas será que os defesas do Belenenses SAD tinham assim tanta vontade de viver à passagem do minuto 80, quando uma bola lá se aproximava e o Darwin corria sem parar como se o jogo estivesse ainda no início? Não desabrigou ninguém, mas será que o defesa do Lech Poznan que levou aquele nó cego queria ter um lar para onde voltar naquela noite? Provavelmente teria sido mais agradável passar o serão ao relento do que encarar a família ao chegar a casa. O Darwin é uma força natural que actua sem dó nem piedade, capaz de sugar o alento de um ser humano no espaço de hora e meia.

Na saga Harry Potter existe uma maldição chamada Obscurial, maleita raríssima que se desenvolve e apodera de uma criança que seja forçada a reprimir o seu talento, causando uma angústia extrema que pode levar a pessoa em causa a assumir a forma de um vento altamente destrutivo: um Obscurus. Darwin Núñez é uma espécie de Obscurus com olhos na baliza. De certeza que os pais não deixavam o puto jogar á bola na rua para os filhos dos vizinhos não chegarem a casa a chorar. Os pais são os únicos que o conseguem domar, pelo que quem quiser parar este ciclone uruguaio terá mesmo de contratar para o centro da defesa o Sr. Núñez e a esposa."

Pedro Soares, in O Benfica

BENFICA: UMA HISTÓRIA COM FUTURO



 "1. O Benfica já estava a ganhar ao final da tarde desta inesquecível quarta-feira, quando a multidão de Benfiquistas que acorreu aos computadores e urnas no Pavilhão n.º2 do Estádio da Luz, e aos que foram expressamente instalados em vinte e quatro Casas do Benfica, além daqueles milhares e milhares de outros Sócios que então tinham acedido ao completo sistema informático dedicado para acolher os votos remotos recebidos dos Sócios residentes nas Regiões Autónomas e em centenas de lugares espalhados pelos cinco continentes do mundo inteiro, no seu conjunto, ultrapassava a mítica marca dos 22676 votos de 2012.

2. Portanto, fosse qual viesse a ser eleita a Lista vencedora, muitas horas antes do anúncio oficial dos números finais do escrutínio informático, o Benfica já tinha 'dado a volta ao resultado', neste apogeu da mais longa carreira dos escrutínios universais que em Portugal diferenciam a exemplar Democracia da honrosa História do Glorioso, perante a triste procissão dos nossos concorrentes.
3. Claro que, mesmo considerando a inusitada multidão que veio a votos e o cumprimento da obrigação estatutária que exigia a realização do solene Acto no período em que a pandemia fere os portugueses com dramática intensidade, tudo se voltou a passar, por toda a parte, com a serenidade, o civismo e a elevação de sempre.
4. Outra coisa não sereia de esperar e assim se cumpriu: estamos no Benfica! O admirável registo de participação, atingindo a marca histórica de 38102 Sócios eleitores ao final de uma das mais extensas Assembleias Gerais Eleitorais vividas nos quase 117 anos de História do Sport Lisboa e Benfica, durante longas 18 horas, fica como expressivo sinal da resiliência e da fantástica dimensão do Clube num momento particularmente difícil da vida portuguesa, de que o próprio Benfica é o mais expressivo espelho e emblema.
5. Mas, sendo certo que antecipadamente se declara disponível para qualquer que viesse a ser a superior decisão dos Sócios eleitores do Benfica, esta foi também, sem qualquer dúvida, uma fortíssima vitória do Candidato Luís Filipe Vieira, que, vencendo categoricamente os seus concorrentes em todos os escalões estatutários de votos disponíveis, e sobretudo, somou a maior votação de sempre de entre todos os Presidentes eleitos no Sport Lisboa e Benfica.
6. A primeira tarefa da 'nova história com futuro' que estabeleceu como desígnio programático para a sua equipa e à qual Luís Filipe Vieira certamente se disporá agora - e para o que, de resto, sempre o conheci especialmente vocacionado e capacitado - será e de reunir a Família Benfiquista.
7. Outra coisa ninguém de boa-fé espera do grande Presidente. E, afinal, é precisamente isso que mais temem do Benfica inteiro e junto, todos os nossos adversários."

José Nuno Martins, in O Benfica

O DIA EM QUE A BANCADA DEU SHOW



 "Há as grandes jogadas e os grandes jogos, os grandes golos e os hat-tricks, os títulos e os festejos – e houve estas eleições para os órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica. Quase 40 mil votantes, pulverizando todas as marcas anteriores, a meio da semana e da mais grave crise de saúde pública das nossas vidas, é um golo do meio da rua de Eusébio, um slalom do Chalana, um passe de 50 metros do Rui Costa. Por todo o país, com a data a ser antecipada em cima da hora por força das limitações de movimentos impostas pelo governo, este 28 de Outubro encheu qualquer benfiquista de orgulho.

Nestes estranhos dias em que a equipa joga para um estádio vazio, houve casa cheia nas urnas. Nestes dias em que todos temos de viver a devoção aos nossos clubes em privado, houve demonstração pública, colectiva, do que é, de facto, um clube de futebol: as pessoas, a paixão, a causa comum. E mais: pelo enorme exemplo de civismo dado, os benfiquistas mostraram como é possível e urgente o regresso dos adeptos aos estádios.
Com estes números e esta demonstração de interesse e empenho, não restam dúvidas sobre os resultados: Luís Filipe Vieira foi eleito por uma clara maioria que, este ano, não se podendo queixar de falta de alternativas, acorreu a expressar a vontade de reconduzir esta direcção. Entre a enorme afluência de gente às urnas estavam muitos que quiseram expressar a vontade de mudar? Sem dúvida. Mas de muitos mais ainda que quiseram expressar o receio dessa mudança, fundamentalmente negativa, sem projecto particularmente consistente.
Vieira, escolhido por mais sócios e mais votos do que qualquer Presidente antes dele, foi, necessariamente, o grande vencedor. Mas também Rui Costa, chamado a número 2 da direcção e quase formalmente apontado como candidato à sucessão, Domingos Soares de Oliveira e demais responsáveis pela trajectória de recuperação e crescimento do Benfica ao longo dos últimos 17 anos e que os sócios entenderam que não podia ser atirada pela janela.
Mas João Noronha Lopes também foi, de certa forma, um vencedor. Foi o primeiro, nestas quase duas décadas, a conseguir construir uma candidatura alternativa credível e a ameaçar a liderança de Vieira. Reuniu uma série de adeptos influentes na opinião pública e congregou, nas últimas semanas, o apoio do Movimento Servir o Benfica. Deu voz às críticas mais prementes, mas não foi especialmente convincente, inovador ou sequer esclarecedor quanto às suas próprias propostas. O Benfica mediático mobilizou uma certa burguesia benfiquista, mas, como sempre, triunfou o Benfica popular. O Benfica que merece um projecto maior do que ser, simplesmente, anti-Vieira.
Quanto a Rui Gomes da Silva, os números alcançados, pouco acima dos votos brancos, devem fazê-lo retirar as devidas conclusões.
Agora, é tempo de voarmos todos para o mesmo lado, para quatro anos que encham de orgulho os muitos milhares que esperaram horas na fila, assumindo riscos para a sua própria saúde, para votarem para o seu Benfica. O nosso, o único.
À direcção que vai tomar posse pede-se que una a família e lidere, prepare o futuro e não se contente com as conquistas de mandatos anteriores. E aos adeptos que apliquem agora para fora o vigor demonstrado nestes meses nas críticas para dentro. Há um tempo para tudo e agora o tempo é de construir, unir, avançar. Porque querer ganhar tudo, de cada jogo de futebol a feijões às modalidades, todos queremos. Sempre. Mas estaremos certamente mais perto de o conseguir se tivermos paz.
Por tudo quanto já fez pelo clube, Vieira tem o seu lugar assegurado na História do Benfica. Cabe-lhe agora gerir este mandato com elegância, serenidade e sentido de responsabilidade para com o clube e para com o futuro.
Queremos promessas cumpridas e críticas tidas em conta. E sim, vamos exigir essa taça europeia. 
Benfica, sempre."

É NATAL D10S FAZ ANOS!

 


"“Esta manhã li muitas asneiras sobre Maradona. Alguns menosprezando o seu legado futebolístico para realçar a figura de Leo Messi. A realidade é que o que ele conquistou na cidade de Nápoles foi único. Então, aqui fica um texto sobre Diego. É uma questão de justiça". #DIE60
Depois de uma passagem dececionante pelo Barcelona, onde uma hepatite, lesões e entradas agressivas (quase o espancaram até a morte) boicotaram o seu talento, Maradona teve necessidade de relançar a sua carreira. Para fazer isso, ele faz as malas e assina pelo Nápoles.
O próprio Maradona diz no livro ‘Yo soy el Diego’ que, durante as negociações, aconteceram coisas bizarras, entre elas um grupo de adeptos iniciou uma greve de fome e um homem acorrentou-se ao estádio San Paolo, tudo para fazer pressão e acelerar o negócio.
Porque escolheu o Nápoles e não o Inter/Milan? Porque estava falido, por ignorância (não sabia que o clube se salvou por 1 ponto em 83/84) e mais do que tudo, porque acreditaram nele. “Espero a tranquilidade que não tive em Barcelona, ​​mas acima de tudo respeito”, diz Diego.
Não é o que encontra de imediato. O presidente da Juve, Boniperti, afirma que um jogador com seu físico nunca vai conseguir nada. “O futebol é tão incomparável que dá lugar a todos, até a anões como eu” responde Maradona. O debate sobre o físico já existe há anos.
“A cidade mais pobre da Europa compra o jogador mais caro do mundo” publicado por alguns meios de comunicação. Pelusa chega a um local pobre, agredido, afundado e carente de ídolos. “Estou mais interessado em glória do que dinheiro”, diz ele. Maradona será muito mais que um jogador.
Diego chega à Série A, a melhor liga do mundo. O futebol da NBA, uau. Um campeonato que reúne as melhores equipas e os melhores jogadores de futebol. Como se Cristiano, Messi, Mbappé, Haaland, De Bruyne, Neymar, Kroos, Mané e Lewandowski estivessem todos na mesma liga.
Para terem uma ideia, de 1982 a 1985: Zico assina pela Udinese, Sócrates pela Fiorentina, Maradona pelo Napoli e Falcão e Cerezo pela Roma. Impensável hoje em dia!! Os melhores estavam TODOS em Itália.
A Juventus de Michael Platini é apresentada como a grande rival a ser batida. É o clube mais rico e poderoso de Itália. Além disso, tem o melhor jogador e é do norte. Ou seja, a Juve tem tudo para estabelecer uma hegemonia no futebol italiano. Só Maradona o impedirá.

Assim, Diego cai num Nápoles em apuros e que, além disso, perdeu Ruud Krol e Dirceu. No San Paolo no dia da sua apresentação não há espaço para uma agulha. “Dieeeeeego, Dieeeeeeeego”. As expectativas são muito altas. Existem 80.000 almas napolitanas a cantar a plenos pulmões. Eles compõem um hino e colocam tango nele.

A primeira temporada não é nada fácil, mas ajuda-o a perceber 2 coisas:
1º. Napoles é um reduto da Villa Fiorito: “Quero me tornar o ídolo dos meninos pobres de Nápoles, porque eles são como eu era quando morei em Buenos Aires.” 
2º. O racismo desenfreado do norte. Terroni, terroni “gritam nos jogos contra o Nápoles. Para muitos adeptos do norte (Milão, Bergamo, Verona, Turim), os sulistas e sobretudo os napolitanos são gente menor, pouco instruídos, sujos, pobretanas e bandidos.
A lacuna socioeconômica entre o Norte e o Sul é enorme. O racismo sobrevoa os jogos. E o futebol não é estranho aos problemas da Itália. Os do sul são até saudados com cartazes de “Bem-vindo à Itália” e gritos de “vão-se lavar” quando jogam como visitantes.

Maradona pede reforços e fala com o presidente do clube, Ferlaino: “Compre 3 ou 4 jogadores e venda os que as pessoas assobiam. O seu termômetro deve ser este, quando passo a bola a um e eles o assobiam, tchau. E se não, pense em me vender, porque eu, assim, não fico ”.
Na temporada seguinte (1985/86), o Napoli aumentou sua ambição e contratou jogadores de futebol da estatura de Giordano, Renica ou Garella para se juntar a Maradona e Bertoni, e mudou de treinador. Ottavio Bianchi. O grupo dá um salto de qualidade.
O Nápoles venceu a Atalanta (1-0), derrotou o Hellas Verona (5-0) e na 9ª jornada: jogo contra a Juventus de Platini. San Paolo a rebentar, é mais do que apenas um duelo. É hora de se revoltar e recuperar a autoestima. Maradona vence com um golaço numa cobrança de falta.



É uma partida histórica. Uma mudança de paradigma que eleva o ’10’ como o salvador de um Sul esquecido contra os ricos e poderosos do Norte. Nápoles abraça Diego, que terminará em terceiro com o Nápoles e chegará como uma estrela à Copa do Mundo no México 86 ‘.
“Não podia por a cabeça de fora de casa porque me amavam demais e quando os napolitanos te amam … te amam! Eu não podia ir comprar sapatos, eles diziam que me amavam mais do que os seus próprios filhos. “
Longas caravanas de motociclistas acompanham Pelusa sempre que ele sai com o carro a toda velocidade.
Maradona em 1986 na mais memorável campanha individual de sempre



Maradona reina no México e torna-se campeão mundial com a Argentina. Uma exibição extraordinária que só o confirma como o melhor jogador de futebol do planeta. Diego transfere sua aura para Nápoles e será o novo capitão do San Paolo. Platini perde o seu status.

Os rivais crescem. A Juventus é acompanhado pelo brilhante A.C. Milan de Silvio Berlusconi com Donadoni, o Inter com Trapattoni e Passarella ou a Fiorentina de Ramón Díaz. O nível da Série A não para de crescer. E assim continuará ao longo da década.
Temporada 1986/87. Andrea Carnavale e Fernando de Napoli aderem à causa, entre outros. O Nápoles começa com tudo e de novo na 9ª jornada cruza-se com a Juventus. Mais de 20.000 napolitanos viajam para o jogo em Turim. Os homens de Diego fazem a remontada e ganham 1-3 depois de Bryan Laudrup inaugurar o marcador (Platini e Laudrup, que sonho). Épico!
“Tinham Platini e muitos fenômenos, mas também muito medo. Mostraram faixas racistas, mas por medo. Não entendiam como os pobres do Sul estavam a pegar um pedaço do bolo que costumavam comer sozinhos”, confessa Maradona, ele estava certo.

Depois do 3-1 em Turim, o Napoli continuaria a sua brilhante carreira e conquistaria o primeiro scudetto da sua história. Foi o primeiro título da liga para uma equipa do sul. Maradona tinha-se tornado o herói de que uma cidade agora invadida pela alegria precisava.
No entanto, isso não acabou aqui. Havia que esperar pela taça de Itália e a oportunidade de selar a dobradinha, coisa que apenas duas equipas do norte haviam conquistado: Torino e Juventus. O Nápoles de Maradona conseguiria quebrar o tecto de vidro novamente?
Questionado sobre isso, Diego Armando Maradona afirma: “A razão é porque os candidatos eram do norte, nós do sul não devemos perder oportunidades. Nem no futebol, nem na vida”. O Napoli venceu a Atalanta e assina uma temporada de sonho.
O Nápoles não conseguiu vencer a Taça dos Campeões Europeus na temporada seguinte, depois de ser eliminado pelo Real Madrid e perder a liga para o Milan de Sacchi. Em 88-89, o Nápoles conquistaria o primeiro título europeu da sua história, a taça UEFA contra o Stuttgart e em 89-90, outro scudetto. 
Agora vem, com toda a probabilidade a minha parte favorita da história de Diego Armando Maradona em Nápoles: Campeonato do Mundo Itália 90. É um fenômeno incrível. A força inexorável do herói contra todos os elementos. Diego no seu melhor. Mito e jogador de futebol.
Jogo de abertura em Milão. Assobios ao hino albiceleste. A atual campeã mundial Argentina faz sua estreia e cai contra os Camarões (Golo de Oman Biyik). Diego depois do jogo diz: “O único prazer foi descobrir que, graças a mim, os italianos do norte deixaram de ser racistas pela primeira vez.” 
Maradona foi o alvo da aristocrática Itália, do norte, dos ricos e de ser o futebolista mais odiado pelos poderosos. O Pelusa queria vingar-se dos inimigos apesar de chegar ao Mundial com uma equipa muito pior que a seleção de 86. O destino queria isso.
Desta forma, nas meias finais do Campeonato do Mundo de 1990 a Argentina de Maradona enfrentaria a Itália numa partida que, por um acaso do destino, seria disputada no… SAN PAOLO. Que PUTA QUE A VIDA É, hein!?
Ciente do racismo sofrido por tantos anos e da rivalidade histórica, o ’10’ aproveitou a situação assim como se aproveitava dos rivais em campo. As suas declarações pré-jogo já fazem parte da memória coletiva do futebol. Maradona na antevisão diz: “pedem aos napolitanos que sejam italianos por uma noite, enquanto nos outros 364 dias do ano lhes chamam de «terroni». A estratégia funcionou. O San Paolo não assobiou o hino e a Argentina derrotou a Itália nos penaltis.
Bergomi, capitão da Itália, após o jogo: “Roma inteira estava conosco, hoje não notei o mesmo.” Vicini, treinador transalpino: “Não tenho a sensação de ter o apoio absoluto de Nápoles.”
Maradona, aliás, joga o mundial inteiro com o tornozelo ASSIM.

Final do Campeonato do Mundo de Itália em 1990. O hino da Argentina soa no Estádio Olímpico de Roma quando, de repente, a música da Albiceleste é enterrada por uma assobiadela monumental. Nos ecrãs e nas televisões de todo o mundo vê-se Diego a dizer: “Filhos da puta, filhos da puta”, ao público italiano.


                                            

Depois disso, a Argentina perdeu a final e Maradona chorou de raiva e impotência. Pelusa testou positivo para cocaína no controle antidoping e nunca mais voltou a Nápoles.
Uma era acabou. Aquela do jogador que elevou o clube e a sua vida ao céu antes de descer ao inferno. 
Maradona era Diego com seus pecados e suas virtudes. É ainda, ao lado de San Genaro, uma figura sagrada em Nápoles. A cidade não o esquece, os napolitanos o amam e sempre se orgulharão de seu legado.”

"Diego Maradona era o mais humano dos deuses, pecador e virtuoso. Isso talvez explique essa veneração universal, um Deus sujo que se parece connosco.” Eduardo Galeano

Texto de @AlbertOrtegaES1 no Twitter, traduzido e publicado com a sua autorização."

PODEMOS CONTINUAR?



 "Agora que terminou o processo eleitoral, podemos voltar a puxar todos, apenas e só, pelo Sport Lisboa e Benfica? Espero que sim. Cosam-se as vestes rasgadas durante os últimos meses, guardem-se as baionetas afiadas à espera de qualquer desaire, cessem os ataques pessoais aos candidatos e suas equipas, e concentremo-nos na única luta que vale a pena: a hegemonia do Glorioso nas diversas modalidades em Portugal. É esse o nosso caminho, não haja dúvidas quanto a isso.

Todos temos pontos de vista diferentes sobre o que deve ser feito, qual o caminho, quais as apostas que são mais seguras ou as mais arriscadas, o que poderia ter sido conseguido de forma diferente. É normal que assim seja quando somos tantas cabeças a pensar. Se fôssemos um clube mais pequeno, talvez a diferença de opiniões não se sentisse tanto, mas não somos. Os associados da maior instituição desportiva portuguesa escolheram o caminho para os próximos quatro anos, e é tempo de respeitar a decisão. No fim de contas, somos todos benfiquistas, e o facto de apoiarmos este clube coloca-nos sempre mais perto das vitórias do que qualquer outro dos nossos adversários.
Nas principais modalidades masculinas, estamos sempre a lutar pelos títulos. Nas femininas, conseguimos finalmente ter equipas preparadas para fazer o mesmo que hóquei, futsal e futebol já fazem. E isso deve-se ao esforço visível de atletas e treinadores e invisível de centenas de funcionários, colaboradores, trabalhadores do nosso clube. Entendo a maior parte dos pontos de vista dos apoiantes dos vencedores e dos vencidos. Qualquer um deles tem direito à sua opinião, não tem é de fazer o trabalho sujo a que já nos habituaram os departamentos de comunicação dos nossos rivais. Vamos seguir em frente, sarar feridas e apoiar o que está acima de todos nós - o Sport Lisboa e Benfica."

Ricardo Santos, in A Bola

E VÃO CINCO!



 "Cinco jogos, cinco vitórias, quinze golos marcados e três sofridos.

É este o balanço das jornadas iniciais do Benfica versão 2020-2021, ao qual temos de acrescentar uma esclarecedora vitória europeia na Polónia. Para já, nada mau.
É certo que ficámos arredados prematuramente da Liga dos Campeões. Mas, como já disse Rui Costa, houve várias atenuantes para esse triste resultado: primeiro jogo da temporada, pouco tempo de assimilação de novas ideias e para integração dos reforços, eliminatória única fora de casa, algum azar na concretização. Custou a digerir, mas é passado.
O certo é que o Benfica tem pela frente quatro competições (três nacionais e uma europeia), e em todas elas entra com a ambição de vencer. E para já está a fazê-lo, inclusivamente com momentos de algum brilhantismo - sobretudo no plano da criatividade ofensiva.
Refira-se que o investimento foi forte (assim o permitiu a sólida situação financeira do clube), mas tudo indica ter também sido certeiro. Dos nove jogadores contratados, seis agarraram a titularidade (alguns deles com grande protagonismo). Pedrinho tem tido utilização regular, e só Helton Leite (guarda-redes suplente) e Todibo (terceiro central, a recuperar de lesão) estão ainda por estrear.
Creio também que alguns deles (por exemplo, Everton Cebolinha, Darwin Núñez e Luca Waldschmidt), para além da já evidente mais-valia desportiva, vão um dia revelar-se excelentes negócios do ponto de vista financeiro, pois em condições normais irão valorizar-se bastante acima do montante pelo qual foram adquiridos.
Este Benfica tem presente, tem futuro, e promete muito."

Luís Fialho, in O Benfica

DEPOIS DAS ELEIÇÕES



 "Enquanto escrevo, há três candidaturas para a eleição dos órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica (há umas horas havia quatro). Apoiei uma delas publicamente, e todas merecem o meu respeito e consideração, pois reconheço-lhes, sem excepção, o benfiquismo com que se propõem a gerir os destinos do clube, e o firme propósito da contribuição positiva para a causa benfiquista.

Independentemente de quem tiver merecido a confiança da maioria dos associados do Sport Lisboa e Benfica, ontem (quinta-feira) tratou-se, não obstante ter havido jogo e o início de um novo mandato, somente de mais um dia da história centenária do clube, mais precisamente, se não me enganei nas contas, o 42616.º, e tantos outros lhe sucederão certamente.
Muito foi sendo dito e escrito ao longo da campanha, e é nesse contexto que se deverá confinar o teor das afirmações. Independentemente dos escolhidos pela maioria nas eleições têm a honra, o privilégio e a suprema responsabilidade de dirigir.
A este propósito convém recordar as sábias palavras de Miguel Magalhães (que cito de cor), proferidas aquando da sua eleição, em 1987, integrado na lista liderada por João Santos (com o devido agradecimento ao seu amigo João Loureiro, antigo director deste jornal, que me contou o episódio): 'No Benfica, quando há eleições, não há inimigos nem adversários, há apenas benfiquistas que se revezam na missão de servir o nosso querido e glorioso clube'.
Passadas as eleições, não há, ou não deve haver, 'vieiristas', 'lopistas', ou 'gomistas', só benfiquistas. Quem quer que tenha sido eleito é - tem de ser - o presidente de todos os benfiquistas!
Viva o glorioso Sport Lisboa e Benfica!"

João Tomaz, in O Benfica

CINCO ESTRELAS



 "A entrada do Benfica no Campeonato não podia ser melhor - cinco jogos e cinco vitórias. Com 15 golos marcados e apenas 3 sofridos. Jorge Jesus preparou muito bem o início da principal competição em que estamos envolvidos. As vitórias categóricas frente a Famalicão, Moreirense, Farense, Rio Ave e Belenenses não deixam margens para dúvidas - o investimento feito pela SAD está a dar frutos. Os reforços têm feito a diferença. Gilberto, Nicolas Otamendi, Jan Vertonghen, Everton, Pedrinho, Luca Waldschmidt e Darwin já revelaram todos os seus atributos. Faltam apenas entrar em acção Helton Leite e Jean-Clair Todibo e tenho a certeza de que quando Jorge Jesus precisar de ambos irão responder a preceito. Feitas as contas, lideramos isolados a Liga, com cinco pontos de avanço sobre FC Porto e Sporting. Um início de Campeonato com um penta de vitórias só acontecera por nove vezes. Ou seja, Jorge Jesus igualou as façanhas de Sven-Goran Eriksson (1982/83), Lajos Baroti (1980/81), Jimmy Hagan (1972/73), Otto Glória (1968/69), Lajos Czeizler (1963/64), Béla Guttmann (1969/61), Ted Smith (1951/52), Janos Biri (1942/43) e Lipo Herczka (1936/37). Dez treinadores categorizados, todos eles carregados de conquistas na história do SL Benfica. Com a particularidade de Jorge Jesus ser o primeiro treinador português a conseguir semelhante feito. E com uma diferença substancial - nunca a diferença para os nossos adversários, à 5.ª jornada, foi tão clara ao nível dos pontos. A procissão ainda vai no adro, mas os primeiros sinais são extremamente positivos e auguram uma época à Benfica. O próximo adversário é o Boavista, constituindo o Bessa uma deslocação tradicionalmente difícil. Mas também manda a verdade dizer que a nossa equipa tem jogado melhor fora de que em casa."


Pedro Guerra, in O Benfica

UMA FRITA QUE GRITA!



 "A fita rosa é hoje um símbolo mundial do combate ao cancro da mama. Não faz clínica, claro está, não financia, mas dá à humanidade um enorme contributo nesta luta desigual contra a falta de consciência social que impede rastreios atempados e ceifando vidas de forma mais absurda. Mas é também uma bandeira contra o estigma e a vergonha que cavam nas doentes e nas convalescentes um enorme fosso de solidão, medo e angústia vivida a sós.

Para combater este lado silencioso e obscuro do cancro da mama é necessário trazê-lo a nu, à vista de todos, desdramatizá-lo no que pode ser desdramatizado, da calvície temporária à traumática amputação. Não são coisas bonitas, nem desejáveis, mas não são tão hediondas que devam esconder-se ou carimbar um estigma nas doentes, vitimizando-as e agravando a sua dor e insegurança. Não parece muito, mas termos o nosso problema aceite e compreendido pelos que nos rodeiam contribui enormemente para uma autoestima que alicerce uma atitude positiva e lance as bases para a superação.
É também preciso manter todas e todos em alerta, porque este inimigo é silencioso e alimenta-se da nossa descontração e passividade, crescendo por vezes até ao ponto de não retorno. Mas, se lhe cortarmos as pernas à nascença, dificilmente medra, e conseguimos conter largamente os danos que provoca.
Por isso, esta onda rosa que nos preenche outubro atravessa o mundo e leva consigo uma fita cor de rosa que grita 'alerta' para nos dar vida. Por isso, também, o Benfica dá força e esta causa com o melhor de si mesmo!"

Jorge Miranda, in O Benfica

SEMANADA...



 "1. As Eleições. Luís Filipe Vieira foi reeleito por maioria absoluta, quer a nível de votos, quer a nível de votantes. João Noronha Lopes não exigiu, pelo menos publicamente, a recontagem dos votos físicos que tanto falou antes. Há quem diga que os órgãos do Benfica manietaram completamente qualquer possibilidade de recontagem e que no geral não foram muito colaborativos com as restantes listas. No final de contas, o que importa é que Luís Filipe Vieira foi reeleito. O único escalão de sócios que foi equilibrado foi o escalão dos 5 votos, onde a Lista A (de LFV) teve mais 316 votantes do que a Lista B (de JNL). Todos os outros escalões tiveram diferenças de mais 1.000 votantes. O escalão dos 20 votos foi o que teve a maior diferença, onde a Lista A teve mais 4.261 votantes do que a Lista B.

2. A Representatividade. Um dos maiores problemas do Benfica é Representatividade. Na quarta-feira 19.5% dos sócios que votaram tiveram 49.2% dos votos totais. Enquanto 34.4% dos sócios que votaram tiveram 4.1% dos votos totais. O vencedor tinha sido o mesmo. Mas se calhar tinha ido votar mais gente. Enquanto houver sócios a valer 10-50 vezes mais do que outros, vai haver muita gente a abdicar do seu direito.
3. Rui Costa. Já a noite ia prolongada quando os resultados foram anunciados e a lista A tomou posse. O discurso de Luís Filipe Vieira foi curto, sem grandes conteúdo e com uma bicada a um rival. Sendo que a bicada no rival fez algum sentido, pois o FC Porto aproveitou as Eleições do Benfica para anunciar os €116 milhões de euros de prejuízo que nunca teriam grande exposição mediática devido às Eleições. O mais irónico de tudo é que este ano vai ser provavelmente o final da sequência de anos com resultados financeiros positivos no nosso clube. Mas no discurso de Vieira, talvez pela hora, não se viu grande preocupação com os sócios que votaram nele, muito menos nos sócios que não votaram nele. O discurso de união veio minutos depois, com Rui Costa que me parece que mais do que nunca vai ter um papel muito importante no clube. É preciso unir os adeptos e não me parece que Luís Filipe Vieira esteja muito preocupado com isso.
4. Filas de três horas. Ninguém se queixou, mas em lado nenhum me parece aceitável ter que esperar três horas para votar. O número de pessoas que foi votar não pode servir como desculpa. Todos esperávamos uma adesão muito forte. A covid-19 também não pode ser desculpa, bem pelo contrário. O Benfica tinha que ter mais mesas de voto. O Benfica tem dois pavilhões, mas só se utilizou um. As modalidades têm que treinar, mas podiam uma vez treinar noutros pavilhões locais que o Benfica aluga para as modalidades na formação. Três horas para votar não pode ser aceitável.
5. Bernardo Silva. Já ninguém se lembra, mas a semana começou com uma polémica em volta de Bernardo Silva, que não apoiando nenhuma lista disse que estava na altura da mudança. Prontamente caiu o carmo e a trindade. Aparentemente os sócios não podem ter opinião.
6. Rangers. Estamos em primeiro lugar com o Rangers. Um grupo que até parecia que poderia ser competitivo tudo indica que vai ser uma corrida a dois. O Rangers vai com duas vitórias como nós. Bateram o Liége por 0-2 e ontem bateram o Poznan por 1-0. Vão ser dois jogos interessantes para aferir o real valor da nossa equipa. O Rangers tem um ponta de lança muito interessante: Alfredo Morelos.
7. Modalidades Paradas. Sem grande lógica, num fim de semana que vai haver restrições à livre movimentação, o Governo decidiu adiar os jogos de todas as modalidades de pavilhão. Não consigo entender sinceramente. Sempre era mais conteúdo que se poderia ver na televisão e ficar em casa. O Desporto tem sido das classes mais mal tratadas pelo Governo nesta crise pandémica."


PS: A representatividade dos votos no acto eleitoral do Benfica, não é problema nenhum. Distinguir os sócios pela antiguidade é perfeitamente normal e desejável em associações desportivas. A única alteração que eu defendo, é acabar com a distinção entre sócios Efectivos e Correspondentes na distribuição dos votos. Os sócios Correspondentes só porque estão mais longe de Lisboa e portanto pagam uma quota inferior, no acto eleitoral, deveriam ter o mesmo número de votos... usando o mesmo critério da antiguidade, usado para os sócios Efectivos.
Em relação às três horas de fila (pessoalmente estive 3h15m na fila), o problema não foram o número de urnas disponíveis, o estrangulamento aconteceu no acesso ao Pavilhão: havia duas filas, a Prioritária, e a dos outros: tinha bastado 'abrir outra porta' para reduzir o tempo de espera para metade, na fila 'grande', porque dentro do pavilhão, o acesso às urnas era extremamente rápido e 'aguentava' outra fila!
O Rui Costa será seguramente candidato a Presidente da Direcção no próximo acto eleitoral.

ESCÂNDALO EM PAÇOS DE FERREIRA E JUNTA LETRAS IGNORAM. E AS CONTAS DO CONTUMIL?


 

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

UM AZAR DO KRALJ



 Depois de meses a pastar, desata a correr para sair? Por mim, Gabriel passa a jogar com auricular com volume no máximo. Concordo com Jesus.

"Vlachodimos
Pode ser a memória a trair-me, mas não me lembro da última vez que este rapaz cometeu um erro que nos custasse um golo ou sequer um calafrio. Ontem fez questão de sair várias vezes da baliza para compensar o adiantamento dos colegas e mostrar que até nesse capítulo está melhor. Como todas as coisas boas da vida, também o bom momento de forma terminará com um monumental frango que fará meia bancada vociferar que já tinha avisado. Felizmente esse dia parece distante.

Diogo Gonçalves
Nada mau para uma primeira oportunidade a titular. A segunda parte foi mais bem conseguida. O que eu mais gosto nele no Diogo Gonçalves é que tem a compleição física e o toque de bola de um extremo sofisticado, mas demonstra a atitude de quem não se importe de ser verbalmente agredido pelo treinador e está disposto a coser as redes da baliza se o treinador lhe pedir. Como se isso não bastasse foi formado no clube. Por mim não sai do onze enquanto o André não voltar.

Vertonghen
Muito bem. Recebeu os seus conterrâneos com a maior das amizades, mostrando-lhes o complexo desportivo da Luz e o caminho de volta para o aeroporto.

Otamendi
Demonstrou autoridade numa noite tranquila que lhe permitiu apresentar-se oficialmente aos adeptos nas bancadas da Luz enquanto enchia o bandulho com dois pacotinhos de Belgas.

Nuno Tavares
Os níveis confiança demonstrados ontem fazem os adversários parecerem pinos da decathlon, colocados em diferentes posições do relvado apenas para dificultar um pouco o treino. Houve um ou outro pino que pareceu mexer-se com as deslocações do ar, mas nem assim chegaram a incomodar o nosso miúdo.

Gabriel
 gestão de esforço. Depois de meses a pastar ali no meio-campo, desata a correr para sair do relvado com o resultado em 2-0? Concordo com o mister. Por mim o Gabriel passa a jogar com auricular e o volume no máximo.

Pedrinho
Os seus piores minutos em Portugal desde que chegou ao aeroporto de Lisboa com um boné exibindo um leão. Nada que não corrija.

Pizzi
Estratégico, frio, matador. Esperou pacientemente pelo regresso dos seus críticos à bancada para mais uma justa bofetada de luva branca. Os adeptos por seu lado estavam tão felizes com o regresso à Luz que por eles tinham levado mais uns quantos tabefes. Bela noite europeia frente ao Moreirense do grupo.

Everton
Não foi uma exibição cheia de momentos “vai-se-a-ver-e-afinal-este-gajo-foi-baratíssimo!”, mas também não se pode dizer que tenha comprometido.

Waldschmidt
As semanas passadas a amaciar o Pizzi e a acenar sorridentemente sempre que ele contava histórias dos amigos de Bragança finalmente surtiram efeito. Agora só resta ao Luís Miguel aceitar que há um novo marcador de penalties.

Darwin
Trabalhador. Só por mero acaso não enfiou mais duas batatinhas na baliza adversária. A sorte dele é que ainda não tem haters. Só lovers, incluindo a sua cara metade nascida no estado da Renânia do Norte-Vestfália.

Rafa
Entrou para dar a mão ao miúdo Diogo Gonçalves e ajudá-lo a entrar na piscina dos grandes. Não fez tantas piscinas como é habitual, mas mesmo assim soube ser perigoso.

Seferovic
Não vi com atenção, estava ocupado a indignar-me com os adeptos que saíram antes do final do jogo. 

Taarabt
Entrou cheio de ganas a perguntar quantos eram, mas já meia equipa belga estava prostrada. Pena. Mereciam ter levado todos.

Weigl
De cada vez que Jorge Jesus lhe pede para entrar em campo, é geralmente para ajudar a segurar as pontas a um meio-campo desgastado pelos kms percorridos. Ontem não foi diferente. Desempenhou as suas funções exibindo a serenidade confiante e sorridente de um instrutor de yoga. O meu cinismo diz-me que está claramente a 2 jogos de ligar ao empresário a exigir uma mudança para o Schalke 04. 

Gonçalo Ramos
A estreia nas competições europeias não se traduziu em oportunidades de golo, mas não é isso que vai impedir o Mendes de lhe acrescentar mais 10M ao valor do passe."

DEIXEM QUE VOS CONTE UMA HISTÓRIA DE AMOR



 "Não nasci benfiquista. Nasci fruto de amor e paixão mas sem clube. O meu pai e a minha mãe não eram adeptos de futebol. O meu pai tinha jogado andebol no Belenenses, mas fora isso não tinha qualquer índole clubística ou amor ao jogo.

Cresci, portanto sem jogar à bola com o meu pai. Lembro-me de o ver e de sentir todos os meus vizinhos celebrar a vitória do Porto na Extinta taça dos campeões europeus, numa altura em que ser um feito português era mais importante que tudo o resto. Ouvi falar pela primeira vez na importância do jogo, aquando da final do mundial de juniores em Lisboa e novamente quando o Futre é apresentado envergando o Manto Sagrado. Apaixonei-me pelo Benfica nesse dia. No meu oitavo ano, calhei numa turma cheia de sportinguistas e de portistas. Era a mítica época de 93/94 e o meu amor pelo Benfica, em contraponto com a escola, foi evangelizando aos poucos o meu pai a amar também o Benfica. Anos mais tarde o meu pai faz-me uma surpresa e leva-me a um particular no estádio da luz contra o AC Milan, onde tive a oportunidade de ver Valdo e Roberto Baggio. Foi um dos dias mais felizes da minha vida.
Para o meu pai que agora via futebol comigo, que também torcia pelo Benfica (porque eu respirava Benfica em casa - e quão gostava ele de me chamar faccioso por isso), ser sócio era um não assunto. Por isso nunca o fui.
Fui vendo jogos ao vivo, acompanhei sempre o meu Benfica mas nunca tive oportunidade de lhe pertencer verdadeiramente.
Mas deixem-me voltar à história de amor. O meu pai teve um grave acidente de mota quando eu tinha 20 anos. Ficou em coma muito tempo. E os médicos diziam que ele reagia à minha voz. Portanto, todos os dias eu ia vê-lo ao hospital e sem nada para falar, falava do Glorioso. Sabes quem contratámos hoje? O Drulovic. Este ano vamos ganhar esta merda! Foi assim durante 6 meses, todos os dias a falar do Benfica.
O meu pai acabou por sucumbir após os 6 meses. E esses 6 meses, mais o que se seguiu, foram períodos bastante turbulentos. Tudo foi uma roda viva de problemas e emoções, mas no mar de dor que vivi, houve algo que me deu norte: o Benfica.
O Benfica ligou-me ao meu pai. O Benfica fez com que fosse possível passar aquele tempo. Foi o meu esteio e o meu farol.
Porque o meu pai acreditava que ser sócio era uma falácia, só o fui bastante tarde. Devo isso a uma constante procura par pertencer a algo que perdi com ele e que esta rapaziada do Benfica Independente me trouxe (primeiro o Talking to the doll, depois o Benfica FM e finalmente o Conversas à Benfica). 
Ser como eles, ter aquela paixão aproximou-me por momentos do meu pai. E por isso fiz-me sócio há dois anos e fui votar ontem pela primeira vez (na verdade foi a minha mulher que deu o primeiro passo e me comprou o red pass).
O Benfica para mim foi e é o norte da minha vida, numa altura em que tudo desmoronou. Foi o esteio e garante de sanidade e por isso eu não admito que ponham em causa o meu amor e a minha dedicação a esta forma de viver. Ontem e hoje lá por não ter votado de acordo com a maioria ninguém me dá lições do que é sentir o Benfica. Ser do Benfica não é concordar e seguir cegamente. É questionar e querer melhor porque a ele amo acima de tudo e porque ele é o garante da minha sanidade.
Obrigado por lerem a minha história de amor."