domingo, 31 de janeiro de 2021

ESPREITANDO O DÉRBI POR UMA PALHINHA



 "É sabido que o dérbi Sporting CP – SL Benfica é, desde sempre, o jogo da época para os sportinguistas, estejam ou não na luta pelo título. A este facto, acresce ainda a liderança da liga por parte do clube leonino, o que confere, assim, um fator de maior importância ao jogo. Não será por isso surpreendente que, esta semana, tenhamos assistido a um espetáculo verdadeiramente deprimente.

João Palhinha viu o quinto amarelo, que o fará falhar o dérbi. Porém, logo se levantaram vozes de que o cartão teria sido propositadamente mostrado para que Palhinha falhasse o jogo. O órgão oficioso de comunicação do Sporting CP, o jornal Record, não perdeu tempo, e até casos que em nada são comparáveis foi buscar, numa tentativa desesperada de exercer pressão mediática sobre o Conselho de Disciplina, na esperança de que este retirasse o castigo aplicado ao médio.
Um dos exemplos dados foi um cartão vermelho mal mostrado, na Liga feminina, a uma jogadora do SL Benfica (“admiração”). O que nós gostaríamos de ter visto era que este mesmo jornal, aquando da suspensão por amarelos a Otamendi, tivesse vindo a público defender a reversão da decisão. É que é unânime e de conhecimento geral que essa decisão foi errada. Há, no entanto, uma diferença mais reveladora entre os amarelos mostrados a Otamendi e a Palhinha. No caso de Otamendi, era jogador do Benfica, e por isso tudo foi abafado e a “normalidade” da injustiça imperou perante o bom senso. 
Pasme-se que até o árbitro do jogo, Fábio Veríssimo, se apressou a vir a público afirmar que o cartão mostrado teria sido, afinal, uma má decisão. Saudamos o facto de um árbitro admitir um alegado erro, mas perguntamos: porquê agora? Porque não vimos este e outros árbitros, no passado, admitir que assinalaram erradamente um penálti ou que perdoaram uma ou outra expulsão? É por se tratar do Sporting ou por todo o espetáculo em redor deste (não) caso?
Naturalmente – e aqui há que saudar a equidade e coragem de não ceder a pressões ou ruído - o Conselho de Disciplina manteve a decisão e João Palhinha não jogará o dérbi. Palhinha não se ficou e, nas redes sociais, manifestou o seu mau caráter, proferindo a típica frase do ABC portista e sportinguista, «contra tudo e contra todos».
O árbitro do jogo será Artur Soares Dias, com o cognome "o habilidoso". Um árbitro que, apitando uma falta aqui e outra acolá, perdoando um amarelo a uma equipa e mostrando à outra, leva a sua avante, condicionando o jogo e inclinando o campo. Este árbitro notabilizou-se no futebol português por favorecer o FC Porto, mas, acima de tudo, por prejudicar o SL Benfica. Soares Dias é, também, o árbitro que afastou o SL Benfica do título em 2012, perdoando 3 penáltis à equipa da casa, no então Sporting CP- SL Benfica. Um árbitro que, em toda a sua carreira, assinalou mais penáltis contra o Benfica que em benefício.
Para finalizar, relembramos que estamos quase a terminar a primeira volta do campeonato e o SL Benfica continua sem um único livre de 11 metros a seu favor. Não pedimos favorecimento, apenas que lances de grande penalidade sejam analisados com imparcialidade e assinalados em conformidade. Ao SL Benfica, equipa assolada por inúmeros casos de covid-19, reclamamos superação. Jogando com a mesma determinação com que jogaram no Dragão, não poderá existir outro desfecho que não seja a vitória.
É ganhar ou ganhar!"

A CHORADEIRA DO COSTUME...

 


"O Pote leva apenas um jogo por palavras, ao contrário do que tem acontecido esta época, o reincidente Rúben Amorim apenas multa, e agora imaginem se não tivessem um único penálti esta época ou andassem a ir a jogo com um surto no plantel, praticamente sem treinar, limitados de jogadores, treinador e equipa técnica.
Por tudo isto e muito mais, para cima deles!"

SISTEMA DE TRÉS CENTRAIS | ILUSÃO OU POSSIBILIDADE NO BENFICA?



 "Desde que Jorge Jesus regressou ao comando técnico do SL Benfica que se tem vindo a falar da possibilidade deste vir a apostar num sistema de três centrais, um sistema que chegou a usar uma vez por outra no Sporting CP, mas que nunca foi aposta definitiva do treinador amadorense.

Jorge Jesus sempre foi um adepto predileto do 4-4-2, embora já tenha assumido publicamente que é um apaixonado pelas táticas com três centrais. No entanto, ainda na fase inicial da época, JJ declarou que a equipa ainda não estava preparada para adotar essa tática, visto que os processos defensivos no 4-4-2 ainda não estavam assimilados, e ficaram ainda mais atrasados com a venda de Rúben Dias e a lesão grave de André Almeida.
Também é público que Jorge Jesus tinha Johan Cruyff como a sua principal referência, tendo realizado um estágio com ele em 1993, sendo que a sua admiração pelos sistemas de três centrais pode muito bem ter surgido daí.
Jorge Jesus dispõe atualmente de cinco defesas-centrais no plantel encarnado: Otamendi, Jardel, Ferro, Verthongen e Todibo, sendo que os dois último são canhotos, como Jesus tanto gosta. Para além disso, também está assegurada a contratação de Lucas Veríssimo ao Santos, desejo antigo de JJ, sendo que Todibo e Lucas Veríssimo aparentam ser aqueles com maior qualidade na saída de bola, podendo encontrar jogadores nas costas da primeira linha adversária.
Para dar largura nas alas, há Grimaldo, Cervi, Nuno Tavares Gilberto e Diogo Gonçalves. Portanto, há jogadores na defesa para Jorge Jesus adotar o sistema. Mas neste caso, Grimaldo poderá vir a ter uma função diferente das funções tradicionais num ala neste sistema. Tratando-se de um lateral com uma grande capacidade associativa e que gosta de explorar espaços interiores, Jorge Jesus pode conjugar essas características com Everton, que é um extremo que gosta de receber a bola em zonas mais abertas do terreno de jogo, podendo haver aqui uma dupla com funções invertidas, um pouco à imagem do que acontece no US Sassuolo com Rogério e Boga. Lucas Veríssimo, defesa central brasileiro de 25 anos, pode deixar o Santos FC e o Brasileirão já em janeiro, para reforçar o SL Benfica.
Passando também pelos jogadores mais adiantados, este sistema também pode ser uma forma de Pedrinho vir a ter mais oportunidades no onze, tendo em conta que se trata de um extremo mais cerebral e que dá maior qualidade e critério ao último terço do terreno, não correspondendo ao perfil de extremo mais clássico de que JJ tanto gosta.
Já quanto a outro extremo como Rafa, jogador mais vertical e que gosta de explorar a profundidade, creio que encaixaria melhor com Waldschmidt a jogar como falso nove. Com o alemão a servir de referência entre linhas, forçaria a linha defensiva adversária a subir dando liberdade ao internacional português para atacar a profundidade.
Uma vantagem deste sistema com três centrais, seria que este permitiria à equipa fazer uma saída de bola a três sem recuar ninguém no meio-campo, deixando a equipa equilibrada no espaço central, e forçando a equipa a canalizar o jogo para as alas.
Outra vantagem que este sistema traz é que confere uma maior presença de jogadores em zonas centrais do terreno de jogo, o que confere uma maior segurança em situações de transição defensiva, que tem sido um dos grandes problemas do futebol do SL Benfica nos últimos anos. Esta maior presença também seria uma salvaguarda a jogadores que expõem muito a equipa neste momento do jogo, tais como Pizzi ou Taarabt.
De momento, ainda não existem reais indícios de que a aposta no 3-4-3 venha a tornar-se numa realidade. Ainda existem alguns pontos de interrogação quanto a esta possibilidade e só o tempo e a evolução coletiva da equipa nos poderá dar mais sinais quanto a esta hipótese, sendo que, havendo constantemente dois jogos por semana, existe pouco tempo para trabalhar modelos e processos de jogo."

UMA NOVA ERA!

 




"O SL Benfica de Filipa Patão apesar de recente, já demonstrou aquilo que pode fazer! A sua qualidade individual continua a ser a mesma, mas aquilo que cada uma faz e que colectivamente procuram fazer é que mudou a forma como encaram cada partida!
Este SLB é uma equipa de princípios, ou seja, elas jogam para procurar a superioridade numérica, evitar a igualdade e recusar a inferioridade numérica. Como? Sabendo todas o que fazer em qualquer parte do terreno de jogo. E em qualquer momento.
Essa características torna-as imprevisíveis e deixam o trabalho da equipa adversária muito mais complicado. Disputar um jogo com o SLBenfica e não sofrer um golo é praticamente impossível. Uma das jogadoras que se destaca individualmente é sem dúvida a Cloe Lacasse que para além de ser dinâmica nos seus movimentos ofensivos é praticamente implacável a finalizar. Mas a chave não está aí…. Referências individuais? Esqueçam.
O SLB é muito mais que isso!
Defensivamente destaco o momento da reação à perda de bola e a velocidade que cada uma delas impõe nas suas ações defensivas, ou seja, uma colega perde a bola toda a equipa procura recuperá-la o mais rápido possível. Uma característica já conhecida das equipas de Filipa Patão!
Por tudo isto, não venho aqui dar-vos a fórmula mágica para as dinâmicas do SLB, mas sim, fazer-vos entender para além disso: O Futebol é muito mais do que aquilo que vemos individualmente em cada jogadora, é sim aquilo que todas as individualidades juntas conseguem fazer."

ACREDITEM SE QUISEREM!



 "Os japoneses possuem o provérbio “pouco se aprende com a vitória, mas muito com a derrota.” Ditado que aportuguesámos para algo parecido com “na vitória comemora-se, na derrota aprende-se.” Diferente era a posição de Napoleão Bonaparte, o qual dizia que o vinho na vitória era merecido, na derrota necessário…

Se os provérbios expressam algo que vem de antanho, baseados no senso comum ou na experiência, também dão origem a muitas crenças. Mas se por um lado quem vê caras não vê corações, por outro a cara é o espelho da alma… ou se saber esperar é uma virtude, quem espera desespera…
Ao pretendermos, aqui e agora, complementar o artigo anterior (“Sobre as crenças…”), fazemos esta pequena abordagem inicial porque nas redes sociais proliferam os aconselhamentos sempre aos outros mas relatos na primeira pessoa são quase inexistentes. É a agenda motivacional – "Quando pensar que chegou ao seu limite, irá descobrir que tem forças para ir mais além!"; "O único passo entre o sonho e a realidade é a tua atitude!"; "Nunca é tarde demais para viveres os teus sonhos!". Inexistente algo do género “Vou mudar de mentalidade para mudar o meu comportamento.” Ou “Não farei ao meu vizinho o que não quero que me façam a mim.”
Acreditarmos que seremos infalíveis, que poderemos ultrapassar os nossos limites, que conseguiremos atingir a heroicidade, é um ferrete gravado nos desportistas a fogo desde tenras idades. Ferrete inamovível quando ancorado, como é usual, na pedagogia da dor: “no pain, no gain” ou “a dor é o que diferencia os campeões das pessoas comuns.” Tanto a comunicação social como as redes sociais ampliam a formação destas crenças sem se preocuparem se são produto do nosso conhecimento ou se, efectivamente, são confirmadas pela ciência, isto é, se são verdadeiras.
O ser humano acredita – faz fé – numa ideia em primeira instância e só depois apresenta a justificação para essa crença. E muitas vezes acredita só no que quer acreditar independentemente da sua justificação ou da sua veracidade. Acreditar num conceito, numa ou outra ideia, é um impulso intuitivo e por isso mesmo a ausência de análises, de reflexões e de um espírito crítico geram preconceitos e vieses cognitivos. E deveremos estar atentos porque só há ‘influencers’ porque há os ‘influenced’...
Na esteira de Maria Luísa Soares (1), “embora algumas crenças não estejam sob o domínio da nossa vontade e nos submetamos a elas como a um conjunto de hábitos herdados ou adquiridos mas de um modo quase instintivo, isso não significa que não as possamos reavaliar, rever: elas não são totalmente irreversíveis e a revisibilidade constitui, de facto, um instrumento apropriado para compreender os diferentes tipos de crenças e as diferentes relações entre elas.”
A crença de que “pouco se aprende com a vitória, mas muito com a derrota”, não será só uma prerrogativa dos desportistas. Também o é dos dirigentes desportivos e dos políticos. Que o diga Orwell (2) quando afirmou que “o segredo da governação consiste em combinar a crença na nossa própria infalibilidade com a capacidade de aprender com os erros cometidos.”
Recorrendo ainda a Maria Luísa Soares (1), o desejo humano de que as opiniões coincidam com os factos só pode ser satisfeito pelo método científico. “Só o método científico tem a prerrogativa de fazer com que as nossas opiniões coincidam com os factos, porque não são determinadas por nenhum factor humano, mas por uma ‘permanência externa’, algo sobre o qual o nosso pensamento não tem qualquer efeito, algo que afecta ou pode afectar qualquer ser humano. Essa ‘permanência externa’ garante um consenso, que ultrapassa a fronteira da opinião meramente individual e assume o carácter objectivo da verdade pública.” Verdade pública: uma noção que exige um acordo sobre assuntos concretos e reais com características inteiramente independentes das nossas crenças sobre eles.
Assim, só o método científico – com a dúvida, a incerteza e a falibilidade – poderá produzir conhecimento. Não o poderão produzir crenças injustificadas, infundamentadas ou não apoiadas em evidências verídicas… Ainda segundo a mesma autora, “a definição clássica de conhecimento como crença verdadeira justificada aponta para uma dupla relação do conhecimento com a da justificação e com a da verdade.”
Se nos preocuparmos em reflectir um pouco sobre o que tem sido a evolução da nossa sociedade somente nas últimas décadas, verificaremos que temos sido objecto de lentas mudanças na nossa forma de vida, imperceptíveis, às quais nos vamos acostumando ou até absorvendo sem delas darmos conta. Factos há que nos poderiam espantar há poucos anos e que aceitamos hoje em dia porque foram pouco a pouco sendo futilizados e hoje apenas incomodam uns poucos e deixam muitos na mais completa indiferença.
Em nome do progresso, da sustentabilidade, da estabilidade económica, da ciência e da tecnologia (normalmente esquece-se o lucro!), são pressionadas e esmagadas as liberdades individuais, a dignidade, a capacidade de raciocinar e de reflectir… e até o objectivo de viver. Estas arremetidas têm sido efectuadas lenta mas inexoravelmente, com a permanente cumplicidade das vítimas, submissas, acríticas, manipuladas, subservientes.
Já não há previsões para o nosso futuro desportivo e ou social e tudo reside numa enorme incógnita. Mas se continuarmos a acreditar no infundado só estaremos a ampliar essa incógnita.
O despejar contínuo de informações pelos ‘mass media’ – que não é conhecimento –, a desinformação constante, as ‘fake news’, o politicamente correcto e as crenças disseminadas pelos discursos que circulam nos meios de comunicação preenchem os cérebros daqueles que, sem uma capacidade de análise crítica, tudo aceitam, tudo absorvem e tolhem-lhes a possibilidade de distinguirem umas coisas de outras e toldam-lhes o raciocínio… Os ‘mass media’ e as redes sociais fazem o seu papel! Criam crenças injustificadas. Produzem ignorância e obscurantismo. E não é “perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”, porque, recorrendo a Sophia de Mello Breyner, eles sabem exactamente o que fazem. 
“Não há impossíveis.” Não há? Não, mas há altamente improváveis. “Ultrapassa os teus limites.” Ultrapassa? Não, os limites existem exactamente para serem limites, para não serem ultrapassados. 
Winston, a personagem principal de «Mil novecentos e oitenta e quatro» (2) resolveu, de facto, o enigma: “se ele pensar que paira, e se ao mesmo tempo eu pensar que o vejo pairar, então a coisa de facto acontece.”"

UMA PERGUNTA AOS JORNALEIROS PAINELEIROS. AFINAL ONDE PÁRA O HULK?


 

sábado, 30 de janeiro de 2021

HISTÓRIA DO PÉNALTI



 "As regras originais do jogo de futebol datam de 1863, e durante os nove anos que se seguiram não houve punições para as faltas cometidas pelos jogadores. Só em 1872 nasceu o livre indirecto por toque na bola com a mão, acabando aos poucos por outra infracções serem punidas da mesma forma.

A inovação da grande penalidade deve-se ao guarda-redes e empresário irlandês William McCrum. Em 1890, a ideia foi apresentada à Federação Internacional da modalidade e, em 1891, tornou-se regra do jogo. No raio de acção de 11 metros desde a baliza, qualquer falta seria merecedora dessa sanção. O guarda-redes podia movimentar-se até 5,50 metros da linha de golo, e o marcador de serviço podia rematar a bola de onde quisesse - a marca de penálti e a grande área só em 1902 chegaram aos relvados. A honra do primeiro pontapé de grande penalidade coube à equipa escocesa Airdrieonians FC.
Foram estes os primórdios da Lei 14 do futebol - 'Uma grande penalidade deve ser assinalada contra a equipa que cometa, dentro da sua própria área de grande penalidade e no momento em que a bola esteja em jogo, uma das dez faltas punidas com pontapé-livre directo'. É o que diz, por exemplo, a Liga de Clubes. Ou a Federação Portuguesa de Futebol. E quais são essas faltas? Pontapé, rasteiras, saltar sobre o adversário, carregá-lo, agredi-lo (ou tentar), empurrá-lo, entra em tackle, agarrá-lo, cuspir-lhe ou... tocar deliberadamente a bola com as mãos (excepto os guarda-redes nas suas áreas de grande penalidade).
Pois é, a lei da grande penalidade e a sua aplicação são muitos antigas, dignas e importantes. Só falta acrescentar: 'excepto se o adversário envergar o equipamento do Sport Lisboa e Benfica'. Nesse caso, como temos visto, deixa-se seguir."

Ricardo Soares, in O Benfica

BENFICA, SABES QUE TENS AS COSTAS QUENTES



 "Todos gostaríamos de que não houvesse pandemia, ou pelo menos de que já tivesse sido ultrapassada. Não podemos, porém, fingir que ela não existe.

É isso que está a acontecer no futebol português.
Em todas as modalidades se adiam jogos devido a infecções de atletas. E não tenho notícia de, em qualquer dos principais campeonatos europeus de futebol, alguma equipa ter sido forçada a entrar em campo com mais de uma dezena de casos positivos no seu plantel. Trata-se de uma questão de saúde pública, de protecção de colegas e adversários, mas também de verdade desportiva.
Directamente devido à covid, o Benfica já perdeu uma meia-final da Taça da Liga, e dois precisos pontos no Campeonato. Outra equipas viram os seus jogos adiados em idênticas situações (recordo, por exemplo, o Sporting-Gil Vicente). Onde está a equidade?
Na partida com o Nacional, além das numerosas ausências, tivemos ainda de nos confrontar com uma arbitragem tendenciosa, e com um VAR adormecido.
Houve, pelo menos, um penálti claro por marcar a favor do Benfica. E outros dois lances que deixaram dúvidas. Houve também um golo anulado por linhas que ainda não me convenceram quanto ao rigor da sua aplicação. A dualidade de critérios foi gritante, e o tempo de descontos, ridículo. Enfim, com tantos problemas na equipa, talvez nem fosse preciso puxarem-nos pelos pés para nos derrubarem. Mas fizeram-no.
A esperança subsiste, e passa por vencer o próximo jogo. Um triunfo em Alvalade reequilibra as contas do titulo. Aguarda-se o regresso de alguns jogadores importantes, e temos a certeza de que darão tudo por uma vitória. Vamos a ela."

Luís Fialho, in O Benfica

VAMOS MELHORAR



 "Todos nos recordamos da celebérrima tirada de Jorge Jesus, instado a comentar a propalada saída de Matic em Janeiro de 2014. Desde então, sempre que há notícias de várias ausências na equipa do Benfica, logo há quem arremate as conversas com o concludente: 'Joga o Manel'.

O problema, agora, é que o Manel tem covid. E também o Tó e o Zé. Se calhar até o Cajó, veremos na próxima bateria de testes.
Daqueles que se previa pertencerem ao quarteto defensivo titular do Benfica após a saída de Rúben Dias (André Almeida, Otamendi, Vertonghen e Grimaldo), nenhum esteve disponível nos recentes jogos com o SC Braga e o Nacional. Nem Gilberto e Nuno Tavares, os laterais suplentes. Ou mesmo Diogo Gonçalves, adaptado várias vezes a lateral direito. A agravar o cenário, tanto Vlachodimos como Helton Leite, os dois guarda-redes utilizados, se viram igualmente impossibilitados de jogar. Exceputando o caso de André Almeida, todos se devem à covid-19.
Desta situação inusitada resultam diversos problemas. Desde logo, a redução da qualidade individual à disposição do treinador; por alguma razão uns são titulares e outros suplentes. Também alguma eventual descoordenação entre colegas de sector, seja pela menor utilização de cada um dos elementos, o que potencia erros individuais, seja pela falta de rotinas colectivas. E, naturalmente, os níveis de confiança são abalados. Como se não bastasse, há ainda a inexistência de tempo, para treinar devido à sobrecarga de jogos e a própria menor qualidade de treino em virtude de condicionantes protocolares e a evidente perda momentânea de competitividade do plantel.
Sem se ter tudo isto em conta, torna-se estéril qualquer análise aos desaires recentes. Melhores tempos virão!"

João Tomaz, in O Benfica

COVID... E NÃO SÓ



 "Todos gostaríamos de que não houvesse pandemia, ou pelo menos de que já tivesse sido ultrapassada. Não podemos, porém, fingir que ela não existe.

É isso que está a acontecer no futebol português.
Em todas as modalidades se adiam jogos devido a infecções de atletas. E não tenho notícia de, em qualquer dos principais campeonatos europeus de futebol, alguma equipa ter sido forçada a entrar em campo com mais de uma dezena de casos positivos no seu plantel. Trata-se de uma questão de saúde pública, de protecção de colegas e adversários, mas também de verdade desportiva.
Directamente devido à covid, o Benfica já perdeu uma meia-final da Taça da Liga, e dois precisos pontos no Campeonato. Outra equipas viram os seus jogos adiados em idênticas situações (recordo, por exemplo, o Sporting-Gil Vicente). Onde está a equidade?
Na partida com o Nacional, além das numerosas ausências, tivemos ainda de nos confrontar com uma arbitragem tendenciosa, e com um VAR adormecido.
Houve, pelo menos, um penálti claro por marcar a favor do Benfica. E outros dois lances que deixaram dúvidas. Houve também um golo anulado por linhas que ainda não me convenceram quanto ao rigor da sua aplicação. A dualidade de critérios foi gritante, e o tempo de descontos, ridículo. Enfim, com tantos problemas na equipa, talvez nem fosse preciso puxarem-nos pelos pés para nos derrubarem. Mas fizeram-no.
A esperança subsiste, e passa por vencer o próximo jogo. Um triunfo em Alvalade reequilibra as contas do titulo. Aguarda-se o regresso de alguns jogadores importantes, e temos a certeza de que darão tudo por uma vitória. Vamos a ela."

Luís Fialho, in O Benfica

UMA DÚZIA CHEIA



 "São já doze os anos que conta a Fundação, e o mundo gira tão rápido, que nesta curta vida já atravessámos uma crise financeira, incêndios, catástrofes de proporções bíblicas e aniversariamos agora em pleno olho do furacão de uma pandemia como não se via há cem anos.

Em todas estas situações dramáticas, a maior violência abateu-se sempre sobre os mais fracos. Sempre multiplicando à exaustão dramas humanos e tragédias familiares. E não é bonita a matéria que nos encheu as notícias no devir desta existência curta, mas é seguramente bonito ver como se galvaniza o Benfica, um clube de futebol que poderia alhear-se dos males do mundo, para acudir à vida humana e combater a injustiça e a desigualdade entre os homens.
É que este Benfica tem na mística um dos seus expoentes, uma pulsão permanente para a superação e para a ética que inflama no campo os jogadores e na alma todos os benfiquistas.
Por isso, ao completarmos doze anos, fazemo-lo à dúzia cheia e com provas dadas de que a nossa bola rola, também, no coração. Entramos no ano treze com o sonho e a ambição de ascendermos um dia à condição ímpar de papoila saltitante pelo trabalho social com que, servindo a humanidade o nosso clube!"

Jorge Miranda, in O Benfica

ACREDITAR



 "O empate, em casa, frente ao Nacional foi um mau resultado, mas nada está perdido. Além da habitual grande penalidade por assinalar a nosso favor, a desinspiração individual e colectiva foi evidente. Será que a pandemia explica tudo? Claro que não! Mas ajuda a explicar algumas exibições menos conseguidas. Vivemos uma época única, e é evidente que os nossos jogadores estão a acusar os efeitos nefastos do maldito vírus que teima em atormentar-nos. Há várias questões de ordem física e psicológica que estão a afectar o rendimento dos jogadores. Não é normal estar sem 10 jogadores por causa da covid-19. Podem dizer que, independentemente disso, o Benfica tinha a obrigação de ganhar aos madeirenses. Mas essa obrigação existe sempre! Encontrei 37 exemplos de jogos que empatámos, em casa, em campeonatos que conquistámos. Neste rol de resultados negativos estiveram envolvidos 15 grandes treinadores - Lippo Hertzka, Janos Biri, Ted Smith, Otto Glória, Béla Guttmann, Fernando Riera, Elek Schwartz, Jimmy Hagan, Mário Wilson, John Mortimore, Sven-Goran Eriksson, Toni, Rui Vitória, Bruno Lage e Jorge Jesus.

Ou seja, resultados negativos aconteceram com grandes técnicos, em 24 épocas diferentes. Recordo os campeonatos de 1935/36, 1927/38, 1942/43, 1944/45, 1949/50, 1954/55, 1956/57, 1959/60, 1962/63, 1964/65, 1968/69, 1971/72, 1975/76, 1976/77, 1982/83, 1983/84, 1986/87, 1988/89, 1990/91, 1993/94, 2009/10, 2013/14, 2016/17 e 2918/19. Empatámos jogos em casa e fomos campeões. Por isso, acho que este empate não nos desvia do grande objectivo. Alguém dúvida?"

Pedro Guerra, in O Benfica

JUNTA LETRAS EXTASIADOS COM VITÓRIA DOS CORRUPTOS


 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

ESCÂNDALOS!!!

 


"Os que ignoraram, na altura, o 4° e 5° amarelos indevidos a Otamendi, os penáltis por mão na bola na Luz e em Faro, são os mesmos que agora consultam árbitros estrangeiros para ajudar a causa.
Ao mesmo tempo, tiram da agenda mediática os castigos de Rúben Amorim (3ª expulsão da época, que levou 0 jogos de castigo) e de Pote (que foi o 1º jogador a levar apenas 1 jogo por vermelho direto com a sua 2ª expulsão da época).

É o Record, pelas mãos do diretor Bernardo Ribeiro, a dar tudo pelo seu Sporting Clube de Portugal.
E relembrar que o Boavista FC se viu privado da dupla de centrais titulares frente ao Sporting CP, devido a expulsão - num dos casos completamente surreal e no outro muito discutível - que ocorreram na jornada anterior.
Aqui já não houve apelos, nem campanhas."

NÚM3ROS D4 S3M4N4



 "10

Ausentes devido à covid-19 E, como se não bastasse a razia no plantel, esta ainda se tornou mais grave pelo infortúnio de incidir em três posições. Vejamos: na baliza, nem Vlachodimos nem Helton Leite Nas laterais, Gilberto, teoricamente o suplente do lesionado André Almeida, e Grimaldo não puderam ser substituídos pelos adaptados Diogo Gonçalves e Nuno Tavares. Ao meio, os indiscutíveis Otamendi e Vertonghen também de fora das opções;

15
Jornadas da Liga NOS sem uma única grande penalidade a favor. E já houve lances, uns evidentes, vários duvidosos, que mereceriam mais e melhor análise. Face ao contraste com as realidades sportinguista e portista, e deveras preocupante;

23
Posição do Benfica no ranking da Delloitte Money League relativo aos clubes que mais receitas operacionais, excluindo alienações de passes de jogadores, fizeram em 2019/20. Zenit (15.º), Benfica e Ajax (27.ª) são os únicos clubes não pertencentes às cinco ligas mais ricas que constam no top 30. De acordo com os critérios utilizados pela Delloitte (por exemplo, inclui quotização e merchabdising, as quais são registadas no clube, e não na SAD), o Benfica facturou 170,3 milhões de euros em 2020, não considerando as receitas com a venda e empréstimo de atletas, um montante já significativamente afectado pela pandemia (em 2019 atingira 197,7 milhões de euros);

34
Jogadores utilizados por Jorge Jesus na presente temporada em apenas 28 partidas de competições oficiais (não inclui Belenenses, SAD);

50
Jogos de Chiquinho em competições oficiais pelo Benfica (frente ao Nacional). Marcou o seu 6.º golo, escassos minutos após ter visto um tento da sua autoria bem anulado por fora-de-jogo no início da jogada a João Ferreira."

João Tomaz, in O Benfica

PASSES DA MORTE - CURTAS DO BENFICA VS. B-SAD



 "Foi um Benfica perro, mas suficiente para bater o organizado B-SAD de Petit. Em destaque? “O passe!”, já dizia Abel Ferreira.

Em 2018, o treinador que disputará a final da Libertadores no próximo dia 30, disse que a diferença do Braga vs. Benfica residira no gesto técnico do passe. Foi precisamente o passe que esteve muito em voga neste jogo – contudo, tivemos mais passes da morte que passes de morte!
- Benfica em 4-4-2, organizando-se da forma habitual.
- B-SAD a partir dum 3-4-3, mas que esteve grande parte do encontro em 5-2-3, com uma organização defensiva que prometia: linhas muito juntas, reação coletiva aos passes para trás do Benfica (momento para subir) e bom controlo da profundidade.
- O Benfica teve mais posse de bola. No entanto, o que saltou à vista foi a quantidade de vezes que “ofereceu” essa posse ao B-SAD! Os elementares – e, por isso, essenciais – passe e receção foram falhados vezes e vezes sem conta. A equipa joga a tempos diferentes, com timings diferentes; os jogadores não pensam a mesma coisa ao mesmo tempo – são uma manta de retalhos, não UMA só manta; junte-se a isso as opções ceifadas pela recente vaga de Covid-19, a qualidade duvidosa de alguns elementos e, claro, o mérito do B-SAD. Só uma junção de todos estes fatores podem explicar algumas decisões (táticas) / execuções (técnicas) de Jardel, Gabriel, Taarabt ou Darwin!
- Os dois médios estiveram em destaque pela negativa neste capítulo. Os passes falhados de Gabriel já são um “clássico” do brasileiro; quanto a Taarabt, quem diria que é o mesmo jogador que já chegou a brindar os benfiquistas com momentos de grande brilhantismo… A quantidade de vezes que arriscam em zonas proibidas transformaram os possíveis passes de morte em passes da morte! Veja-se a diferença entre estes e Weigl.
- O B-SAD de Petit prometeu bem mais no início da partida. Não só pela supracitada organização defensiva, mas também pela mobilidade com bola. Até Henrique (central do meio) chegou a fazer movimentos verticais para receber na frente. Muitas trocas posicionais entre alas, interiores e avançados, com os jogadores a demonstrarem uma elasticidade tática e um à-vontade dentro dessa mesma elasticidade que permitiu que a circulação fluísse em vários momentos da partida. Faltou maior objetividade e mais movimentos de rutura para aumentar as situações de perigo.
- A forma como o primeiro e o segundo golo surgiram também deu maior estabilidade ao Benfica e afundou um B-SAD que parecia pronto para discutir o jogo.

Destaques individuais
Rafa – um golo, uma assistência com… um passe de morte, e umas quantas arrancadas bem sucedidas na segunda parte. Deslumbrante? Nem perto, mas claramente dos melhores elementos e com influência direta no resultado.
Gilberto – discreto, mas bastante assertivo. Falámos tanto em ligar jogo e é algo tão básico, que nos esquecemos que Gilberto foi dos poucos que o conseguiu de forma eficaz e regular durante este o jogo. Tem subido de rendimento amiúde e hoje esteve muito bem a combinar com os colegas em tabelas curtas. O que é estranho é que “apenas” isto sirva para se ser um jogador em destaque neste Benfica."

SL BENFICA 3-0 BELENENSES SAD: AINDA HÁ TAÇA, GRAÇAS A (JOÃO DE) DEUS!



 "A Crónica: Encarnados Seguem Em Frente Na Taça

Uma competição diferente, mas muita coisa em jogo no que diz respeito à fase que enfrentavam estas duas equipas. Restava saber qual era a resposta do SL Benfica depois de vários resultados negativos e desta vez com alguns retornados que tinham testado positivo à Covid-19. Já o Belenenses SAD vinha moralizado de um triunfo frente ao CD Tondela para o campeonato.
O duelo começou com a formação de Petit a querer jogar olhos nos olhos com os encarnados. Muito pressão no portador da bola, muita serenidade nos momentos de jogo e com um bloco muito compacto a não permitir espaços às águias. Mas o Benfica não deixou de os procurar. Aos 13 minutos, Rafa Silva esteve muito perto de fazer o primeiro de cabeça. Só não o fez porque André Moreira respondeu ao lance de forma exímia e socou a bola para afastar o perigo. A resposta dos azuis veio segundos depois. Uma grande oportunidade para o Belenenses SAD só não mexeu com o marcador porque Cassierra foi egoísta e só viu a baliza à frente enquanto tinha duas linhas de passe que podiam ter deixado Svilar em apuros.
Estava a ser um jogo bem disputado, com oportunidades para ambos os lados. O Belenenses SAD estava cada vez mais confortável dentro das quatro linhas, mas eis que o futebol faz uma das suas. Ou devo dizer “Gonçalo Silva” e “André Moreira”? Pois, bem, foi aos 32′ que uma atrapalhação entre estes dois atletas serviu de bandeja para o primeiro golo da noite marcado por Darwin Núnez. Um tento que pesou para os comandados de Petit que, quatro minutos depois, sofreram o segundo. Rafa aparece ao segundo poste depois de um canto e abana novamente as redes do Belenenses SAD. Uma abanão para o conjunto de Petit que se sentiu até ao final do primeiro tempo.
A segunda parte arrancou com um Belenenses SAD a tentar ter mais bola. Uma posse cautelada, com a equipa a jogar curto e simples sem comprometer. Já as águias vieram dos balneários a lume brando, gerindo o resultado que lhe era favorável. Isso contribui para uma segunda parte francamente mais pobre. O ritmo do duelo diminui substancialmente e dava a ideia de que já não havia muito para ver deste confronto. Mas Franco Cervi apareceu para “abrir o livro” e mostrar que ainda havia pelo menos mais um golo para se contar. Terceiro tento da noite aos 72′ com um grande trabalho de Rafa a servir para Cervi fazer um chapéu ao guarda-redes André Moreira.
Foi uma noite feliz para o Benfica que se mostrou mais consistente, mais tranquilo e competente esta noite. Claro que o título não é mais do que uma mera brincadeira. A vitória deve-se a esta postura da equipa encarnada, que lhe valeu o carimbo para a meia-final da Prova Rainha, onde as águias vão ter pela frente a equipa do Estoril Praia SAD.

A Figura
Cervi – Provavelmente o último jogo de águia ao peito. E que bela forma de despedida! De certo que seria mil vezes mais memorável com adeptos nas bancadas, mas os aplausos ouvidos no estádio pelo staff dos encarnadas demonstram a importância da raça deste jogador nos quadros do SL Benfica. E hoje ainda teve o mérito de ter feito um golo, com um chapéu a André Moreira. Quanto ao jogo: como, aliás, até já é costume: teve a raça e a entrega que o tanto o caraterizam.

O Fora de Jogo
Gonçalo Silva – Aquele lance do primeiro golo deve ser provavelmente dos mais caricatos que os adeptos de futebol vão ver nos próximos tempos. Uma atrapalhação que custou um golo sofrido à equipa do Belenenses SAD e um golo que pesou nas costas para os comandados de Petit. Atribuo grande responsabilidade do lance a Gonçalo Silva e, por isso, é o meu fora de jogo esta noite. 

Análise Tática – SL Benfica
O Benfica apresentou-se esta noite num 4-4-2 com alguns “retornados” que tinham testado positivo à Covid-19. De regresso ao onze inicial, estavam Gilberto, Vertonghen, Grimaldo, Waldschmidt e Gabriel. Viu-se um Benfica a insistir forte no meio-campo do Belenenses SAD e a tentar assumir o jogo na primeira parte.
No segundo tempo, o caso mudou de figura: os encarnados deram mais bola ao adversário. Tiveram uma posição mais passiva, mas, ainda assim, de controlo tendo em conta o resultado. A entrada de Pizzi serviu para reforçar essa postura. O médio benfiquista entrou para dar mais critério e controlo do jogo. O homem que surgiu para fazer a ligação entre o meio-campo e o ataque. Notou-se uma clara gestão do jogo porque aí à porta está um duelo exigente e decisivo para as contas do campeonato: o dérbi frente ao Sporting CP já na próxima segunda-feira.

11 Iniciais e Pontuações
Svilar (6)
Gilberto (5)
Grimaldo (5)
Vertonghen (5)
Darwin (7)
Waldschmidt (4)
Cervi (8)
Rafa (7)
Jardel (6)
Taarabt (5)
Subs Utilizados
Pizzi (6)
Weigl (5)
Haris Seferovic (-)
Chiquinho (-)
Ramos (-)

Análise Tática – Belenenses SAD
A equipa do Belenenses SAD apresentou também com algumas novidades no onze face ao último duelo frente ao Tondela. Num 3-4-3, Petit colocou, desta vez, André Moreira na baliza. Também Henrique Buss e Sithole assumiram a titularidade para ocupar os lugares de Cafú Phete e Bruno Ramires.
Na primeira parte, houve muita pressão no portador de bola e, nisso, Cassierra teve um papel importante. O número nove estava a encurtar as linhas de passe sempre que Gabriel e Taarabt vinham buscar a bola entre os centrais. Uma pressão que, até certa altura, estava a causar efeito. De destacar ainda a liberdade que o trio de ataque do Belenenses SAD teve em muitos momentos do duelo, com Miguel Cardoso a conseguir explorar espaços mais interiores.
Na segunda parte, o Belenenses SAD teve mais bola, mas, apesar disso, não conseguiu ligar o último passe. Era uma posse inofensiva, muito por mérito da equipa da Luz.

11 Iniciais e Pontuações
André Moreira (5)
Tomas Ribeiro (5)
Ruben Lima (5)
Cassieira (7)
Varela (5)
Miguel Cardoso (6)
Tiago Esgaio (4)
Yaya (4)
Afonso Taira (5)
Henrique Buss (5)
Gonçalo Silva (3)
Subs Utilizados
Bruno Ramires (5)
Francisco Teixeira (5)
Richard Alexandre (-)
Danny Henriques (-)
Dieguinho (-)

BnR na Conferência de Imprensa
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MILE SVILAR | UM TALENTO QUE TARDA EM SE AFIRMAR NO SL BENFICA



 "O plantel do Sport Lisboa e Benfica tem sido assolado por vários casos de Covid-19 e são já vários os jogadores infetados. Posto isto, para a baliza resta, realisticamente falando, uma única opção, que é Mile Svilar.

Pois bem, Svilar realizou dois jogos pela equipa principal do SL Benfica esta temporada, ambos devido à falta de opções no plantel encarnado. Na hierarquia dos guarda-redes, o belga ocupa a terceira posição atrás de Odysseas Vlachodimos e Helton Leite, e a ausência de ambos devido a terem contraído Covid-19 catapultou o ainda jovem guardião para a titularidade da equipa principal frente ao CD Nacional e ao Belenenses SAD.
Svilar chegou à Luz no início da temporada 2017/18 como uma promessa que viria para afirmar o seu talento. A verdade é que isso não aconteceu, pelo menos até agora. Ainda assim, de relembrar que o compatriota de Vertonghen tem apenas 21 anos de idade e muito futuro pela frente. Contudo, esperava-se que já se tivesse imposto definitivamente no plantel principal do SL Benfica.
Com a chegada de Helton Leite esta temporada, o belga perdeu ainda mais espaço no plantel de Jorge Jesus, que parece ver nele uma terceira opção, ou melhor, uma última opção, até porque nem para os jogos das taças tem tido minutos. No entanto, o ex-Anderlecht FC foi titular nas duas últimas partidas registando um saldo de um empate e uma vitória, não tendo comprometido especificamente em nenhum dos jogos.
Em Lisboa há três anos, Svilar conta apenas com 21 aparições de águia ao peito, isto falando da equipa principal. Três anos, 21 jogos para uma eterna promessa, para um jogador que chegou com um enorme potencial, mas que nunca despoletou, que nunca se afirmou
Feliz ou infelizmente, os adeptos não se esquecem das vezes que Svilar comprometeu quando foi chamado para fazer cumprir a sua função de não conceder golos aos adversários, o que pode interferir com a confiança do jogador. Apesar de ser verdade que comprometeu bastante nas suas primeiras aparições pelo Sport Lisboa e Benfica, não deixa de ser verdade que todos têm o direito a errar e, sobretudo, a ter direito a uma nova oportunidade.
Para Svilar, o próximo jogo será um teste de fogo. Será o jogo em que terá de provar aos adeptos, ao treinador, a toda a instituição do SL Benfica que merece estar ali e que merece mais oportunidades sem ter de ser a última opção.
O SL Benfica defronta o Sporting Clube de Portugal em jogo a contar para a Primeira Liga, e não se pode dar ao luxo de perder mais terreno para o seu rival de Lisboa. São já seis os pontos que separam as duas equipas, e uma vitória sobre um adversário direto é fulcral para que os encarnados possam continuar a sonhar com o título de campeão nacional.
Svilar será, ao que tudo indica, o escolhido para integrar o onze inicial nessa contenda, até porque não há mais nenhuma opção. Nem Vlachodimos nem Hélton Leite recuperarão a tempo de integrar os trabalhos com o plantel, de modo poderem ser opções para Jorge Jesus.
Resta Svilar, que terá mais uma oportunidade de agarrar a titularidade antes que voltem os seus adversários diretos na corrida pela baliza encarnada."

O DESPORTO, A ARTE QUE UNE TODAS AS OUTRAS



 "Sempre soubemos que existem sete artes porque o cinema é frequentemente chamado de “a sétima arte”, mas por vezes não conseguimos enumerar todas as outras seis. E sabia que até já existem outras artes com direito a numeração? Depois de Ricciotto Canudo ter estabelecido em 1912 o cinema como a “sétima arte”, muitas foram as artes que se juntaram a este elenco. Pintura, escultura, arquitetura, dança, música, literatura, cinema, televisão, banda desenhada, jogos eletrónicos e arte digital estão na lista das artes numeradas. E o que é que todas estas artes têm em comum? À partida são uma técnica, atividade ou habilidade produzida pelo ser humano. Mas também se ligam pela estética, emoção, beleza, criatividade, dedicação e, por vezes, até por nascerem num rasgo de génio.

É verdade que o desporto não entra na numeração clássica, nem na sua versão mais moderna. Não é a “primeira arte”, nem a “oitava arte”, nem a “décima segunda arte”. Mas se as outras artes celebram o movimento, o volume, o espaço ou o som, porque não celebrar o desporto como a arte que une todas as outras? Tanta é a proximidade entre o desporto e as artes que entre 1912 e 1948 existiram competições de arquitetura, escultura, literatura, pintura e música... nos Jogos Olímpicos. Se hoje não imaginamos uma competição Olímpica de pintura ou escultura, a verdade é que as houve. O próprio fundador dos Jogos Olímpicos da era moderna, o Barão Pierre de Coubertin, ganhou a medalha de ouro com o poema “Ode ao Desporto”. Se no início do século passado desporto e artes andavam de mãos dadas, então onde perdemos essa ligação? E qual o estado da arte?
Com mais um período de confinamento, e este ainda sem fim à vista, a prática desportiva volta a ficar prejudicada. Os ginásios, academias, pavilhões, piscinas e similares estão novamente encerrados. As Seleções Nacionais e a 1.ª divisão sénior continuam com a sua atividade salvaguardada, mas o que acontece aos milhares de jovens que, de um dia para o outro, viram os seus treinos parar, as suas competições suspensas, sem prazo de retoma? E a 174 dias da Cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o que podemos pedir aos nossos atletas já qualificados e àqueles que continuam a ver sucessivos adiamentos das provas que lhes podiam garantir a qualificação? Como arrumar os sonhos e expectativas dos artistas-atletas de exibirem os seus feitos, no maior palco desportivo do mundo?
O movimento desportivo nacional está unido e mantém-se forte. Resiliente, empenhado e disponível para fazer parte da solução. E da vida das pessoas. E que resposta cada um de nós pode dar? Lamentar os estudos que nos colocam na cauda da Europa em índices de atividade física não é suficiente. Partilhar a nossa preocupação nas redes sociais não resolve o problema. É preciso sair de casa, correr, caminhar, mexer, escutar o corpo, sentir como se adapta ao exercício e usufruir do momento. Afinal, este é o momento em que fazemos parte de uma arte maior. Gostamos de ouvir música, ler um livro, ver um filme, apreciar um quadro ou uma escultura. Se as artes fazem falta para alimentar a alma, o desporto faz falta para alimentar também um corpo que foi feito para o movimento. Podemos não conseguir compor uma ópera – mas podemos correr.
Podemos não saber planificar uma casa – mas podemos nadar. Podemos não conseguir esculpir uma estátua – mas sabemos caminhar. Temos dentro de cada um de nós um artista e a arte faz parte das nossas vidas. Estamos Juntos Pelo desporto!"