"É preciso perceber que no futebol há muitos casos de interpretação discricionária mas só há uma pessoa que tem razão: o árbitro principal
No Estado Novo, uma máxima sobrepunha-se às outras: «Manda quem pode, obedece quem deve».
O mesmo aplica-se aos árbitros, no futebol, nos dias de hoje. Por mais que as equipas de arbitragem tenham muitos intervenientes (de linha, de baliza, quarto árbitro ou VAR), no fim do dia, só há um que manda, a decisão é dele e só dele e não faz sentido outra coisa. É o árbitro principal que tem a derradeira palavra e há que respeitar a decisão que for tomada. E nada disto é apenas preto ou branco. Em muitas matérias - não aquelas de natureza mecânica, que a tecnologia pode resolver, como se a bola entrou na baliza ou não, ou mesmo os lances de fora-de-jogo (e espera-se, nesse particular, tecnologia certificada pela FIFA) mas as outras, de interpretação, que passam por coisas tão voláteis como intensidade ou percepção - deverá respeitar-se o julgamento do árbitro principal, por mais que possam coexistir outras opiniões, igualmente respeitáveis, não só dos seus auxiliares mas também de especialistas em arbitragem, nomeadamente de ex-árbitros internacionais de reputação confirmada, que participam activamente na opinião publicada.
Em muitas situações no futebol, por mais que queiramos que haja uma padronização de critérios, cada especialista vê de maneira diferente e é fundamental que se aceite a decisão do árbitro de campo: Manda quem pode, obedece quem deve!
Em muitas circunstâncias tenho feito questão de enfatizar a importância da experiência do VAR na râguebi e a forma adulta como a tecnologia foi colocada ao serviço daquela espantosa modalidade. E não me canso de dizer que só virá bem ao futebol quando as comunicações entre o árbitro principal e o VAR estiveram disponíveis para a generalidade dos mortais, como sucede no râguebi. Mas, não deixo de aceitar que o futebol tem mais questões interpretativas que o râguebi, o que torna a eficácia absoluta do VAR mais complicada.
Limpinho, limpinho, parafraseando Jorge Jesus na interacção, in illo tempore, com João Capela, é, para mim, que toda a arbitragem no desporto - o golfe e o ciclismo são as mais recentes aquisições - não tem futuro sem recurso às tecnologias e ao vídeo.
PS - Braga no epicentro da I Liga na primeira jornada da segunda volta. Emocionalmente.
ÁS
Jonas
O avançado do Benfica fechou a primeira volta do campeonato com a muito respeitável marca de 20 golos. Penaliza-o, em termos de Bota de Ouro, o facto de Portugal ter caído no ranking europeu, valendo agora 1,5 pontos por golo, enquanto que nos Big Five cada golo vale dois pontos. Mas a pontaria de Jonas anda certeira...
(...)
Mourinho na pele de exterminador implacável
«O que sei, para acabar esta história, é que nunca me suspenderam ou vão suspender por combinação de resultados»
José Mourinho, treinador do Manchester United
O Clube de inimigos de José Mourinho ganhou um reforço de peso, António Conte, treinador do Chelsea. O italiano, que já não morria de amores pelo técnico de Setúbal, jamais perdoará ao português a forma radical como este o atacou, recordando o passado disciplinar de Conte, ligado a um processo obscuro pelo que chegou a estar suspenso. Mourinho, o Exterminador implacável.
Quem pode, pode, e o Barcelona pode muito!
O Barcelona queria Coutinho, Coutinho queria o Barcelona e o Liverpool queria muito dinheiro. Como, pelos vistos, o vil metal não era problema para os gigantes da Catalunha, o negócio estratosférico acabou por consumar-se. O 'Sunday Times' de ontem fez a capa com o montante pago ao Liverpool...
Quatro anos de saudade
Passaram, no último dia 4 de Janeiro, quatro anos sobre o desaparecimento físico de Eusébio da Silva Ferreira, figura incontornável do imaginário nacional, um dos raros portugueses globais, décadas antes da globalização. Em Eusébio celebra-se um herói sempre próximo, que fez a carreira quase toda por cá, recorda-se a simplicidade e invoca-se o exemplo de desportivismo. O Kingdescansa no Panteão, entre outros grandes da Pátria, na homenagem do País a quem, como escreveu Camões, «da lei da morte se libertou...»"
José Manuel Delgado, in A Bola
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