terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

BELENENSES: A QUADRATURA DO CÍRCULO


Por um lado, o Belenenses está muito perto da linha de água; por outro, não há clube que resista de costas voltadas aos adeptos.

A classificação da I Liga portuguesa traduz a realidade dos desequilíbrios orçamentais vigentes. Os três primeiros vão garantindo, entre eles, uma competitividade assinalável quanto ao título de campeão, o quarto é o SC Braga, que manifesta uma disponibilidade financeira superior à dos que lhe estão abaixo e se quisermos ir à procura de nivelamento competitivo temos de tentar encontrá-la mais na luta pela permanência, que envolve uma dúzia de clubes, do que até na corrida pela UEFA. É verdade que, felizmente, a ditadura do dinheiro, no futebol, não explica tudo e é possível dentro de determinados parâmetros, que a competência tenha um papel decisivo nos desfechos. Mas quando, como sucede em Portugal, as diferenças de meios entre os três primeiros e os dez últimos são tão grandes, torna-se impossível a competição olhos nos olhos e a única via é a do expediente. Numa linguagem bélica, a maior parte dos clubes quando defronta os grandes ou opta por uma estratégia de guerrilha ou acaba por não conseguir aguentar a exigência de jogar de igual para igual. Porque, de facto, como diria Orwell, todos são iguais (porque disputam a mesma competição), mas uns são muito mais iguais que os outros (porque têm meios incomensuravelmente maiores). Enquanto não forem criadas condições para tornar as coisas mais justas e equitativas (ponham-se os olhos na Premier League), vamos assistindo a verdadeiros milagres tácticos de treinadores imaginativos, que se habituaram a fazer a melhor limonada do mundo com os limões que lhes disponibilizam.
Merece destaque, na última jornada, a goleada do Desportivo das Aves no Restelo, presenciada por poucos adeptos. Apanhada no fogo cruzado de uma guerra sem quartel (nem armistício à vista) entre o clube e a SAD, a equipa azul vai-se afundado na tabela, estando agora a dois pontos da linha de água. Perante a irredutibilidade dos opositores, uns mandatados pela AG para denunciar o protocolo com a SAD, os outros nada interessados em qualquer conversa, e com uma penhora sobre o Restelo a adensar o drama, só há razões para preocupação quanto ao futuro próximo do Belenenses. Uma coisa é certa: não há clube que resista sem a força e o apoio dos seus associados e essa é a quadratura do círculo que urge resolver.

Ás
Ricardinho
Considerado por cinco vezes melhor jogador do mundo de futsal, Ricardinho já tinha lugar guardado na história da modalidade. Mas não há dúvida que o título europeu, com Portugal, trouxe outro brilho a uma carreira para a eternidade, feita de talento e génio. Ricardinho, Cristiano Ronaldo, Madjer, Portugal abençoado...

Ás
Jorge Braz
O seleccionador nacional de futsal está de parabéns. O título europeu é uma linha brilhante num currículo de respeito e cabe-lhe o mérito de ter sabido enquadrar o talento ímpar de Ricardinho num colectivo que aceitou a liderança do mágico. O futsal é cada vez mais a segunda modalidade preferida pelos portugueses.

Ás
Fernando Gomes
Poder-se-ia até falar em toque de Midas, tal o número incrível de sucessos das várias selecções de Portugal desde que assumiu a presidência da FPF. Mas não há nada de alquimista em Fernando Gomes. Os êxitos baseiam-se em planificação rigorosa, trabalho aturado e muita competência. Quando assim é...

Do céu só cai a chuva. E é quando cai...
«O mundo está cheio de génios que nunca chegaram a sítio nenhum por falta de trabalho»
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República
Marcelo Rebelo de Sousa tem tido a possibilidade de homenagear desportistas portuguesas que escalaram picos nunca antes superados pelas cores nacionais. O presidente dos afectos, neste caso um verdadeiro talismã para Portugal, fez ontem, ao receber os campeões da Europa de futsal, a apologia do trabalho e da competência. Do céu, só cai a chuva. E é quando cai...

Portugal, Portugal, Portugal.
Reconfortante a sensação de déjà vu desta imagem. O melhor jogador do mundo, que não conseguiu terminar a final do campeonato da Europa por lesão, acabou por levantar o troféu de campeão, no meio de indescritível alegria. Um ano e meio depois de Paris, a história repetiu-se em Ljubljiana, numa onda ganhadora de Portugal. A pouco e pouco o fatalismo lusitano vai cedendo, dando lugar a uma geração que já não se satisfaz apenas pela presença nas finais e desafia a sorte, arriscando-se a ser feliz.

Inglaterra imparável. E a colher de pau?
Inglaterra de Eddie Jones continua a mostrar que é a selecção de râguebi mais forte do hemisfério norte e no último sábado derrotou a fortíssima equipa de Gales (12-6), valendo esta «Fuga para a Vitória» na capa do 'Sunday Times'. Com a Inglaterra a apontar ao título, quem ficará com a colher de pau? França ou Itália?"

José Manuel Delgado, in A Bola

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