segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

CAPITÃES


Embora um treinador prepare a equipa e possa fazer alterações, é importante ter a consciência de que, dentro de campo, a sua capacidade de influenciar e controlar os acontecimentos é diminuta. É por isso importante ter bem presente que o responsável por garantir a boa execução do plano e da estratégia é o capitão.
Alex Ferguson é um bom exemplo de alguém que escolhia os capitães com critério. Comparava-os a um diretor de uma empresa, aquela pessoa que é capaz de garantir que os objetivos são cumpridos. Segundo o escocês, era fundamental que o capitão fosse alguém com uma personalidade forte e que soubesse transmitir as suas intenções aos outros. E muito embora todos os lideres tenham personalidades próprias, existiam algumas características que Sir Alex tinha em conta na hora de escolher o melhor jogador para essa função.

VONTADE DE LIDERAR O GRUPO. Nem todos os jogadores ambicionam liderar. Embora possam ser exemplos perfeitos e impor respeito perante o grupo, podem não se sentir com vontade de assumir essas responsabilidades.
CAPACIDADE PARA TRANSMITIR A VOZ DO TREINADOR. Tem de ser alguém que entenda as ideias do treinador e que as saiba comunicar.
SER RESPEITADO PELO GRUPO. Deve ser alguém que os outros jogadores respeitem, que seja um bom exemplo e com capacidade de influência.
COM GRANDE CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO. É necessário alguém com uma grande flexibilidade e capacidade para levar o grupo numa nova direção, se assim for preciso.
Muitas das escolhas de Ferguson para capitão foram de jogadores que ocupavam uma zona mais central do campo. Mas em 1999 escolheu Peter Schmeichel. Fê-lo não só pela sua presença física, mas principalmente pela sua confiança e capacidade de transmitir entusiasmo a toda a equipa durante um jogo. Schmeichel era quem lhe dava garantias de que a sua liderança estaria presente.
Há situações em que não é possível ou até recomendável fazer alterações nas escolhas para capitão. Mas há sempre algo que os treinadores podem fazer: perante o grupo dar aos capitães o destaque próprio da sua função, competências de liderança, treinar comunicação, trabalhar o processo de influência e ensiná-los a liderar. São capacidades que devem ser treinadas e o resultado será muito útil para um treinador que ambiciona atingir os seus objetivos.
Susana Torees, in Record

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